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Nesta página, variedades histológicas de meningiomas consideradas grau I da OMS. Clique para texto básico sobre meningiomas em geral, com links para páginas paralelas sobre exames de imagem, macroscopia, microscopia, imunohistoquímica e microscopia eletrônica. Em outra página são tratados os meningiomas grau II e grau III da OMS. Em todas as páginas, as figuras são linkadas aos casos de origem. Para mais detalhes, clique nas figuras. |
Clique nos assuntos para detalhes ou nas miniaturas para a página de cada caso. | ||||
Meningotelial | Fibroblástico | Transicional | Psamomatoso | Angiomatoso |
Microcístico | Secretor | Linfoplasmocítico | Metaplásico (adiposo) | Metaplásico (xantomatoso) |
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Meningioma meningotelial. Nesta variedade clássica, as células tumorais formam lóbulos demarcados por septos colágenos. As células são uniformes, com núcleos ovalados e cromatina delicada e bem distribuída. Pode haver pseudoinclusões intranucleares, constituídas por dobras da membrana nuclear com invaginações citoplasmáticas, que simulam estar dentro do núcleo em função do plano de corte. Há também espaços claros na cromatina parecendo buracos. Nos lóbulos, as células simulam um sincício, devido à imprecisão dos limites celulares em microscopia óptica, ensejando o termo sinônimo de meningioma sincicial. Só em microscopia eletrônica é possível observar as interdigitações das membranas plasmáticas de células vizinhas, que se encaixam intimamente à maneira de ladrilhos, com junções intercelulares do tipo desmossomos ou do tipo aderentes, uma evidência da diferenciação epitelial das mesmas. Redemoinhos e corpos psamomatosos não são proeminentes no meningioma meningotelial – são mais vistos nos tipos transicional e psamomatoso. |
Meningioma meningotelial, parafina - HE. As células com citoplasma abundante e róseo lembram células epiteliais. Como os limites são imprecisos, podem lembrar um sincício (origem do termo 'meningioma sincicial'). Redemoinhos e corpos psamomatosos são escassos neste tipo de meningioma. Fotos provêm de 4 casos diferentes. Clique nas fotos para ir aos casos. | |
Tricrômico de Masson. Cora as fibras colágenas em azul, destacando-as das células neoplásicas. Neste caso de meningioma meningotelial, abaixo, há pouco colágeno, como habitual. Colágeno é mais abundante no meningioma fibroblástico (a seguir). Na foto da direita é possível identificar os limites citoplasmáticos de 3 células. Para técnica da coloração, clique. | |
Meningioma fibroso ou fibroblástico. As células fusiformes arranjam-se em feixes direcionados em paralelo ou entrelaçados, em meio a matriz rica em fibras colágenas. Os núcleos são longos e finos, com cromatina densa, sem atipias ou mitoses. O padrão lembra o de um tumor conjuntivo benigno, como fibroma ou leiomioma. As fibras colágenas variam em quantidade e espessura, e podem ser proeminentes. Redemoinhos e corpos psamomatosos não costumam ser notáveis. | |
Tricrômico de Masson. As fibras colágenas em azul intercalam-se entre as células neoplásicas à maneira de sanduíche. | |
Reticulina. Fibras reticulínicas, que aparecem em preto após impregnação pela prata, assemelham-se às fibras colágenas (estas, mais espessas) e têm distribuição semelhante. Para breve discussão sobre estas fibras do tecido conjuntivo, clique. Para comparação entre fibras colágenas e reticulínicas nesta técnica, clique. | |
Redemoinho, HE | Imunohistoquímica para EMA. | Imunohistoquímica para vimentina. |
Meningioma transicional. Esfregaço, demonstrando a coesão das células nos redemoinhos. | ||
Meningioma transicional, tricrômico de Masson. As fibras colágenas ficam nos septos entre os lóbulos de células meningoteliais. | |
Meningioma transicional, Imunohistoquímica para Vimentina | |
EMA | RP (receptor de progesterona) |
Meningioma psamomatoso. O termo é reservado para tumores em que os corpos psamomatosos predominam sobre as células neoplásicas. As pequenas calcificações podem confluir em massas maiores que, por vezes, ossificam. A localização torácica em mulheres na meia idade é comum. As primeiras 4 fotos abaixo são de um meningioma psamomatoso 'puro', com apenas poucas áreas de tecido meningotelial. Os outros casos são meningiomas transicionais com corpos psamomatosos. Como estes não constituem a maior parte do tumor, o termo meningioma psamomatoso não lhes é adequado. |
Meningioma angiomatoso. Há predomínio de vasos de pequeno ou médio calibre sobre as células neoplásicas. As paredes vasculares são freqüentemente espessas e hialinizadas. Pode haver atipias nucleares ‘degenerativas’ intensas, sem implicação prognóstica. Quando as células do meningioma apresentam acúmulo de lípides no citoplasma (aspecto xantomatoso ou lipidizado), levanta-se o diagnóstico diferencial com hemangioblastoma. Neste, porém, os capilares são muito finos, sem hialinização das paredes. Ocasionais redemoinhos ou corpos psamomatosos falam a favor de meningioma. Pode haver edema peritumoral no cérebro adjacente, desproporcional ao tamanho do tumor. |
Meningioma angiomatoso. Fem. 75a. Este pequeno tumor chama a atenção pela cor escura, vinhosa ou pardacenta, e textura finamente porosa ao corte. Foi fotografado comparativamente a um meningioma transicional, para salientar a diferença com a cor acinzentada clara dos meningiomas mais comuns. | |
Meningioma angiomatoso - edema da substância branca. Fem. 66 a. Tumor associado a intenso edema do hemisfério cerebral, que aparece como hipersinal nestas seqüências em TR longo (T2 e FLAIR). Há efeito de massa, com desvio da linha média e hérnia de cíngulo. À direita, corte macroscópico, mostrando aspecto bem delimitado, cor amarelada devida às células xantomasosas e cistos. Abaixo, HE, Masson. | ||
Meningioma angiomatoso. Mesmo caso, HE. Os vasos são espessos e hialinizados por intensa deposição de fibras colágenas e ocasional calcificação. As células entre os vasos apresentam aspecto xantomatoso, o que corresponde à associação com o tipo metaplásico de meningioma (clique para exemplos). No Masson (corte azul), paredes vasculares ricas em colágeno. | |
Meningioma microcístico. As células destes meningiomas têm sido comparadas às das trabéculas aracnóideas. Já a origem dos meningiomas meningoteliais, fibroblásticos e transicionais é atribuída aos fibroblastos da camada mais externa ou superficial da aracnóide (arachnoidal cap cells). |
Meningioma microcístico - associação ao padrão angiomatoso. Não é raro que padrões histológicos diferentes se associem no mesmo tumor. Aqui, num caso de meningioma predominantemente microcístico, havia áreas de padrão angiomatoso, já comentado acima. Para outros casos de padrão misto, clique (1) (2). | |
Fem. 66 a. Meningioma complexo com componentes microcístico, xantomatoso, angiomatoso e meningotelial. Para HE, colorações especiais e imunohistoquímica deste caso, clique. Aqui é usado para exemplificar a ultraestrutura do meningioma microcístico. | ||
Áreas microcísticas. Células estreladas, cujos prolongamentos delimitam microcistos, dando aspecto esponjoso ao tumor. | Prolongamentos celulares e junções. Finos prolongamentos unem-se por junções do tipo adherens. | Células xantomatosas. Contêm no citoplasma abundantes gotículas lipídicas, uma forma de metaplasia adiposa. |
Meningioma secretor. As células neoplásicas contêm no citoplasma corpúsculos hialinos (homogêneos e eosinófilos), PAS positivos, conhecidos como corpos pseudopsamomatosos. Em microscopia eletrônica, correspondem a material secretado pelas células e contido, ou em lumens intracelulares forrados por microvilos, ou em canalículos constituídos por mais de uma célula, unidas por desmossomos. As formações evidenciam a diferenciação epitelial ou secretora das células meningoteliais. Células aracnóideas superficiais normais têm também função de secreção de proteínas, manutenção da homeostase do líquor e regulação da pressão intracraniana. Os corpos pseudopsamomatosos são positivos para CEA (antígeno cárcino-embriônico). Para imunohistoquímica destes casos, clique. Meningiomas secretores podem associar-se a edema peritumoral. São mais comuns em mulheres, com predomínio na convexidade frontal e asas do esfenóide. |
Meningioma secretor. Fem. 72 a. As células neoplásicas secretoras se destacam pelo citoplasma mais abundante, aspecto coeso formando grupos, e pelos corpúsculos pseudopsamomatosos, hialinos, PAS positivos, muitos circundados por halo claro. O restante do tumor neste caso é de padrão transicional. | |
PAS. Corpos pseudopsamomatosos são fortemente PAS-positivos, indicando grupos açúcar (glicoproteínas) na composição. | |
Meningioma secretor, outro caso. Masc., 51 a. Corpos pseudopsamomatosos em lúmens aparentemente intracelulares, demonstrados com PAS à esquerda, e em microscopia eletrônica, chamando a atenção a exuberância dos microvilos que forram os canalículos secretores. Este paciente tinha predomínio de tecido adiposo no meningioma (metaplasia adiposa) e associava os padrões transicional, secretor e metaplásico no mesmo tumor. | |
Meningioma secretor, imunohistoquímica. Masc. 51 a. | |
Meningioma rico em linfócitos e plasmócitos. São exemplos raros, em que um infiltrado de células inflamatórias crônicas (linfócitos e plasmócitos) pode sobrepujar os escassos elementos neoplásicos meningoteliais. O componente inflamatório deve ser de pelo menos 50% da massa tumoral. O quadro pode simular um pseudotumor inflamatório ou linfoma, cabendo estudo imunohistoquímico para o diagnóstico diferencial. |
Meningioma metaplásico. Há um importante componente de tecidos conjuntivos, como ósseo, cartilaginoso, mixóide, adiposo (meningiomas lipomatosos ou lipidizados) ou xantomatoso, isolados ou associadamente. Habitualmente estes coexistem com tipos mais comuns de meningioma, como o transicional ou meningotelial. |
Axial T2 | Coronal, T1 com contraste | Sagital, T1 sem contraste | Angioressonância |
Macro. Parte dos fragmentos flutua no fixador. No detalhe, cor amarela e textura de tecido adiposo. | ||
Micro. Áreas do tumor são indistinguíveis de tecido adiposo maduro. Em outras, há coexistência com meningioma de padrão transicional e meningioma secretor com corpos pseudopsamomatosos. | |
Área indistinguível de tecido adiposo maduro | Adipócitos coexistindo com redemoinhos | Adipócitos coexistindo com células secretoras, contendo um corpo pseudopsamomatoso (seta) |
ORO (Oil Red O), coloração para lípides, feita em cortes de congelação, mostra abundância de triglicérides nas células do meningioma. | VIM. Vimentina é positiva nas células do meningioma, inclusive nas lipidizadas, e ajuda a demonstrar as fases iniciais da deposição lipídica. | S-100. S-100 é positiva só nas células lipidizadas, negativa nas demais. Positividade para S-100 é característica de adipócitos maduros. |
Para microscopia eletrônica deste caso, clique. |
Metaplasia adiposa focal, em meningioma transicional rico em redemoínhos (outro caso). Fem. 33a. | S-100. Positivo nas células lipidizadas, negativo nas demais. | |
Mais sobre meningiomas: Textos didáticos ilustrados : |
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Banco de imagens | Neuroimagem: meningiomas por topografia | Neuroimagem : casos | Neuropatologia : casos |
Meningiomas mais raros: | microcístico
(1) (2) |
angiomatoso
(1) (2) (3) |
secretor
(1) (2) (3) |
rico em linfócitos
e plasmócitos |
com metaplasia adiposa
(1) (2) (3) |
xantomatoso
(1) (2) |
atípico
(1) (2) |
com infiltração
cerebral (1) (2) |
cordóide
(1) (2) |
células claras
(1) (2) |
rabdóide | papilífero |
Meningiomas, microscopia eletrônica: | meningotelial, transicional | secretor
(1) (2) (3) |
células claras
(1) (2) |
metaplásico - lipidizado | xantomatoso, angiomatoso | xantomatoso, angiomatoso, microcístico | rabdóide |
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