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Dados clínicos. Fem. 47 a. Há 3 meses, cefaléia. Há 15 dias, episódio de crise convulsiva parcial motora E, diminuição de força muscular em membro inferior E. Exame – paciente alerta, orientada, pares cranianos normais. Nuca livre. Discreta hemiparesia de predomínio crural E. TC - lesão hipodensa homogênea captante parietal D (giro pré-central). Edema perilesional. Cirurgia – craniotomia parietal D com ressecção total de lesão amarelada, endurecida, com nítido plano de clivagem em relação ao cérebro normal, base alargada e aderida à dura-máter. |
Espécime cirúrgico. Este pequeno tumor mostra uma superfície externa notavelmente lisa e brilhante, exceto por leves irregularidades na área de implante na dura-máter. Ao corte, o aspecto é esbranquiçado e fasciculado, exceto em pequenas áreas de necrose de cor mais amarelada. Apesar da boa delimitação, as áreas de necrose e figuras de mitose (ver abaixo) sugerem que o tumor poderia se comportar de forma agressiva se não houvesse sido extirpado. |
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Superfície do tumor. Lisa, bem delimitada, com fina cápsula. Algumas áreas são mais ricamente vascularizadas. | |
Arquitetura. Células arranjadas em feixes multidirecionados. Os núcleos são regulares, ovalados, variando o grau de elongação com o plano de corte. Aparentemente, as células (e os núcleos) são achatadas, pavimentosas, não fusiformes. Quando os núcleos estão paralelos ao plano de corte, mostram-se discretamente elípticos, com a cromatina mais frouxa e melhor individualizada. Quando o plano de corte é perpendicular ao plano da célula, os núcleos lembram bastonetes. O citoplasma é róseo, com limites mal definidos. | |
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Cromatina em grumos e pequenos nucléolos evidentes nas células seccionadas 'en face'. | Pseudoinclusões intranucleares. Infreqüentes neste caso. |
Mitoses. Em HE foram vistas poucas e típicas. Ver, porém, Ki-67. | Corpos psamomatosos. Pouco comuns neste caso, como é a regra nos meningiomas fibroblásticos. |
Necrose coagulativa. Pequenas áreas de necrose poderiam ser devidas à isquemia (compressão dos vasos do tumor pelo crescimento da própria neoplasia) ou representar malignidade. | |
Tricrômico de Masson. É útil para revelar a grande variação no conteúdo de colágeno (corado em azul) em diferentes áreas do tumor. Também destaca elegantemente o citoplasma das células neoplásicas (em vermelho) contra o tecido conjuntivo de fundo. | |
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Reticulina. Uma abundante trama de fibras reticulínicas permeia o tumor, correndo paralelamente às células, ou dispostas ao acaso. É importante notar que as fibras não envolvem as células, mas situam-se entre elas, e são relativamente espessas e individualizadas. | |
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VIM.
Vimentina, positiva no citoplasma das células neoplásicas, dá idéia da proporção entre quanto do tumor é células e quanto é interstício. O que não se marca, ficando em azul, é fibras colágenas, reticulina e substância intersticial. |
EMA. Marcação principalmente em padrão membrana. Há áreas negativas. | |
CD99. Negativo em todo espécime (costuma ser positivo no tumor fibroso solitário, um diagnóstico diferencial do meningioma fibroblástico). | |
CD34. Positivo somente nos vasos. No tumor fibroso solitário, CD34 é positivo nas células neoplásicas, sendo este um importante critério de diagnóstico diferencial com o meningioma fibroblástico. | |
Ki-67. Há marcação de proporção de núcleos maior que a esperada para um tumor habitualmente benigno. Mitoses são também marcadas, em número maior que o suspeitado em HE. Algumas parecem atípicas. Como havia também áreas de necrose, recomendou-se acompanhamento amiudado da paciente para surpreender precocemente uma eventual recidiva. | |
RP. Receptor de progesterona, positivo na grande maioria dos núcleos. De acordo com a literatura, indica bom prognóstico. | |
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, SP, gentilmente contribuído pelos Drs. Evandro Maciel Pinheiro, Paulo Roland Kaleff, Marcelo Senna Xavier de Lima, Hoyama da Costa Pereira e Antonio Augusto Roth-Vargas. |
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