Meningioma meningotelial com infiltração cerebral
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Os meningiomas são em sua grande maioria tumores benignos, com boa delimitação em relação ao cérebro. Podem infiltrar a dura-máter e o osso próximo ao tumor (ver exemplo), mas mesmo estes são considerados benignos. 

O presente caso é um meningioma meningotelial, cujo principal interesse é a infiltração do cérebro limítrofe. Apresenta também atipias nucleares, algumas figuras de mitose e áreas de necrose. Porém, segundo os critérios atuais de graduação dos meningiomas pela OMS, nenhuma das feições acima são suficientes para classificar este caso como atípico ou maligno (anaplásico).  A infiltração cerebral é considerada um indício de pior prognóstico do tumor, que o coloca entre os meningiomas grau II. No presente caso, o tumor recidivou extensamente apenas 4 meses após a cirurgia, crescendo em placa sobre o hemisfério cerebral direito, corroborando sua natureza agressiva. 

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Espécime cirúrgico: tumor sólido, bem delimitado, com consistência firme, medindo cerca de 4 cm no maior diâmetro. 

A superfície externa voltada ao cérebro (embaixo nas fotos) era lisa ou levemente irregular. 

A superfície de corte apresentava alternância entre áreas esbranquiçadas e acinzentadas, (correspondendo respectivamente a regiões viáveis e necróticas, ver HE).

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HE: Dos 11 fragmentos examinados histologicamente, dois tinham uma orla de cérebro onde foi possível constatar infiltração tumoral. 
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Infiltração do cérebro pelo tumor
Interface entre o tumor (em cima e à E) e o cérebro, mostrando infiltração deste por lingüetas de tecido neoplásico. 
O cérebro infiltrado mostrava reação glial intensa, com astrócitos gemistocíticos. Em certas áreas havia proliferação de capilares cerebrais, fenômeno freqüentemente observado em tecido nervoso na proximidade de neoplasias malignas (p. ex., gliomas, metástases). 
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Meningioma meningotelial.  O tumor apresentava as feições clássicas de um meningioma meningotelial, com células de citoplasma amplo e limites mal definidos, dispostas lado a lado à maneira de um epitélio.  Havia freqüentes redemoinhos (células pavimentosas em arranjo concêntrico, à maneira de bulbo de cebola), mas calcificações (corpos psamomatosos) eram raras.
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Atipias nucleares, mitoses, áreas de necrose.  Observavam-se algumas atipias nucleares, como variação de tamanho e cromatismo e pseudoinclusões. Porém, atipias não devem ser usadas para diagnóstico meningioma atípico, que atende a outros critérios segundo a OMS (2007). Aberrações nucleares 'degenerativas' são relativamente comuns em meningiomas e lembram as vistas em schwannomas, especialmente os chamados 'anciãos'.  As mitoses devem ser em número maior que quatro por dez campos para qualificar o tumor como atípico.  As áreas de necrose aqui são extensas, na região profunda do tumor e podem ter origem isquêmica, por compressão dos vasos pelo próprio crescimento neoplásico. 
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Tricrômico de Masson. Demonstra a infiltração cerebral.  Meningiomas freqüentemente são ricos em fibras colágenas, pois a célula meningotelial é um fibroblasto modificado. O colágeno  é corado em azul pelo tricrômico de Masson (corante = azul de anilina).  Observam-se mitoses. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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GFAP. Marca os astrócitos do tecido nervoso gliótico infiltrado pelo meningioma. O tecido nervoso aparece mais escuro, o meningioma em claro (deveria ser totalmente descorado, mas há um pouco de reação de fundo, inespecífica).  Os astrócitos gemistocíticos destacam-se pelo seu citoplasma abundante. Dentro do tumor há ilhotas de tecido nervoso englobadas pelas lingüetas do meningioma. 
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VIM. O meningioma é positivo para vimentina. O tecido nervoso é pouco corado (reação limitada a vasos e astrócitos fibrosos).  O caráter infiltrativo é nítido. 
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EMA. Positivo focalmente no tumor, em padrão de membranas e citoplasmático. 
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AE1AE3. Pancitoqueratina. Positivo focalmente no citoplasma das células neoplásicas (em grupos ou isoladas). 
Ki-67. Marcador de proliferação celular, positivo em cerca de 10% dos núcleos do tumor. Tecido nervoso infiltrado não tem núcleos marcados. Várias mitoses são demonstradas. Nestas células, notar positividade também no citoplasma, granular e fraca. 
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