Neupatimagem-UNICAMP

Meningiomas - texto didático ilustrado -
microscopia eletrônica

Nesta página, alguns aspectos em microscopia eletrônica de um meningioma transicional. Clique para texto básico sobre meningiomas em geral, com links para páginas paralelas sobre estudos de imagem, macroscopia, microscopia e imunohistoquímica. Em outras páginas são tratados os meningiomas grau I, grau II e grau III da OMS. Para microscopia eletrônica de outros tipos de meningiomas, clique: secretor (1) (2) (3); células claras (1) (2); metaplásico - lipidizado, xantomatoso - angiomatoso - microcístico (1) (2) e rabdóide.
Em todas as páginas, as figuras são linkadas aos casos de origem. Para mais detalhes, clique nas figuras.

Clique nos assuntos para detalhes ou nas miniaturas para a página de cada caso.
Redemoinhos	Prolongamentos citoplasmáticos interdigitantes	Junções intercelulares	Filamentos intermediários

Relações entre desmossomos e citoesqueleto	Pseudoinclusões intranucleares	Cílios e corpos basais	Fibras colágenas

Microscopia eletrônica tem pouco lugar no diagnóstico rotineiro dos meningiomas (e de outros tumores do sistema nervoso), mas tem a virtude de mostrar a intimidade ultraestrutural das células neoplásicas e suas organelas e relações das células entre si e com o interstício. São informações que ajudam a compreender a morfofisiologia do tumor; assim, continuamos empregando-a em casos selecionados.

Obviamente, fixação ideal só se consegue com imersão imediata no líquido de Karnovsky. Porém, mesmo material coletado em formol a 10% não tamponado pode mostrar, após refixação em glutaraldeído e tetróxido de ósmio, preservação razoável das estruturas celulares, inclusive das membranas, que são os elementos mais frágeis. Proteínas estruturais, como filamentos intermediários, conservam-se melhor. O importante é a imersão em formol ter sido rápida após a retirada dos fragmentos (reduzindo a autólise ao mínimo).

Os redemoinhos do meningioma transicional são formados por células intimamente associadas por prolongamentos interdigitantes, como peças de um quebra-cabeça. Os encaixes podem ser tão complexos e elaborados que é muito difícil delimitar com precisão o contorno da célula.

Prolongamentos citoplasmáticos interdigitantes e limites celulares imprecisos são uma feição característica dos meningiomas meningoteliais e dos transicionais.

Interdigitações do citoplasma das células neoplásicas em um meningioma meningotelial.

Junções intercelulares.

Uma das feições epiteliais mais proeminentes das células dos meningiomas (e das células aracnóideas que lhes dão origem), são junções intercelulares do tipo desmossomo e do tipo adherens. Na foto ao lado e abaixo, exemplos de desmossomos. Na seguinte, uma junção aderente. Para breve texto sobre junções celulares, clique.

Junção adherens.

Filamentos intermediários.

As células dos meningiomas, como as normais da aracnóide, têm o citoplasma rico em filamentos intermediários, que são constituintes do citoesqueleto. O principal componente é a vimentina, mas podem expressar também citoqueratinas. Os filamentos se distribuem em feixes pelo citoplasma e podem estar associados a complexos juncionais, como os desmossomos (acima).

Relação entre desmossomos e citoesqueleto.

Filamentos intermediários passando pela periferia da célula freqüentemente ancoram-se nos desmossomos, através das proteínas destes, chamadas desmoplaquinas.

Pseudoinclusões intranucleares.

Consideradas comuns em meningiomas, decorrem da forma irregular do núcleo, com dobras da membrana nuclear que abrigam lingüetas de citoplasma. Dependendo do plano de corte, estas podem dar a impressão de encontrar-se no interior do núcleo.

Nesta pseudoinclusão é possível reconhecer rosetas de ribossomos, demonstrando claramente sua natureza citoplasmática.

Nesta outra há um espesso feixe de filamentos intermediários, uma mitocôndria e dilatações do retículo endoplasmático, também indicando tratar-se de citoplasma em uma invaginação da carioteca.

Cílios e corpos basais.

Corpos basais com suas proteínas de ancoragem em forma de esporões não são raros neste espécime.

Fibras colágenas com sua característica estriação transversal, ao lado, são normais em meningiomas. Embaixo, fibras colágenas em azul com tricrômico de Masson (de outro caso de meningioma).