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3. Imunohistoquímica |
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É digna de nota a positividade das células meningiomatosas com diferenciação epitelial ou secretora para os três antígenos epiteliais pesquisados: CEA (antígeno cárcino-embriônico), EMA (antígeno epitelial de membrana) e AE1AE3 (coquetel de anticorpos contra citoqueratinas). Denota que estas células, embora misturadas com as outras mais numerosas, têm características especiais, como corroborado com microscopia eletrônica. As células destacam-se como grupos coesos em meio ao tumor e, freqüentemente, mostram os corpúsculos secretórios característicos (corpos pseudopsamomatosos) ou lúmens vazios (sobre estes, ver comentário). |
CEA (antígeno cárcino-embriônico) é positivo no citoplasma das células secretoras e nos corpos pseudopsamomatosos, quando presentes. |
EMA. No presente caso, houve positividade para EMA em grupos de células tumorais, algumas com aspecto secretor (pela presença de corpúsculos ou lúmens), outras não. Os corpúsculos foram fortemente positivos, mas, não raro, as células que os produzem e envolvem são negativas. Contudo, a membrana que limita os lúmens é bem marcada, contendo ou não corpúsculos. |
AE1AE3. Consiste em anticorpos contra várias citoqueratinas. No meningioma secretor, marca claramente grupos de células no citoplasma (as células secretoras, com características epiteliais). As demais células são negativas, indicando que não produzem queratinas (mas quase todas produzem vimentina, um outro filamento intermediário, ver abaixo). Isto sugere que as células marcadas têm efetivamente uma diferenciação em sentido de epitélio, ao contrário do restante do tumor, e mais uma vez ilustra a diversidade e polimorfismo das células meningoteliais. |
AE1AE3. Negatividade nos corpúsculos pseudopsamomatosos. Em todos os grupamentos celulares examinados, os lúmens e eventuais corpúsculos neles presentes foram negativos. Isto indica que as queratinas estão presentes apenas no citoplasma celular (aliás, como esperado, pois são proteínas do citoesqueleto), e não passam ao produto secretado, como CEA e EMA, acima. | |
S-100. A proteína S-100 é encontrada em células derivadas da crista neural, como células de Schwann e melanócitos, e em várias células conjuntivas como adipócitos e condrócitos. Há meningiomas focalmente S-100 positivos. Aqui, as células tumorais em geral são focalmente positivas para S-100, mas há destaque para as células com metaplasia adiposa, que são fortemente marcadas no citoplasma. Para mais sobre proteína S-100, ver abaixo. |
Proteína
S-100.
A proteína S-100 deriva o nome por ser solúvel numa solução saturada (100 %) de sulfato de amônio. É uma proteína dimérica com peso molecular de cerca de 10,5 kD para cada subunidade. Sua função é essencialmente reguladora de fluxo de cálcio intracelular e/ou controle da polimerização de tubulina (proteína formadora dos microtúbulos). Foi primeiramente isolada no sistema nervoso central, mas tem ampla distribuição em tecidos humanos, incluindo glia, neurônios, células de Schwann, melanócitos, condrócitos, adipócitos, células fagocitárias fixas, células mononucleares apresentadoras de antígenos, histiócitos de Langerhans, células mioepiteliais, notocorda (e cordomas) e vários tipos de epitélio, como glândula mamária, glândulas salivares, sudoríparas e do aparelho genital feminino. Em melanócitos, a positividade para S-100 deve ser nuclear e citoplasmática para ser considerada genuína. Fonte: Dabbs DJ (ed). Diagnostic Immunohistochemistry. 2nd Ed. Churchill Livingstone / Elsevier, 2006, pp. 75; 165-6. |
VIM. Vimentina, um filamento intermediário ubiquitário, está presente regular- e abundantemente em meningiomas. Aqui, marca as células de padrão meningotelial ou transicional, inclusive os redemoínhos, e as células com metaplasia adiposa. As células com diferenciação secretora não se destacam. Há variações, porém, com algumas células (ou grupos de células) negativas. |
VIM. Células com lipidização incipiente. Com vimentina pode-se observar, se bem que raramente, células em fase inicial de lipidização, com gotículas lipídicas pequenas. Muito provavelmente, as gotículas maiores, que preenchem todo o citoplasma da célula e são as mais comuns, derivam da confluência das pequenas. | |
Ki-67. Há poucas células com núcleos marcados (< 1%, segundo estimativa visual sem contagem), indicando lento crescimento do tumor. | |
RP. Receptor de progesterona é extensamente positivo neste meningioma (marcação nuclear), o que igualmente fala a favor de baixa agressividade do tumor. A positividade foi estimada em torno de 70%, com células positivas e negativas lado a lado. Há marcação também das células com metaplasia adiposa (lipidizadas), apoiando que sejam células meningiomatosas modificadas. |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes. Campinas, SP. |
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