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Masc. 36 a. Para história e outros exames, ver página de resumo. |
Os fragmentos provinham de uma biópsia de 'tumor' de ouvido E, cuja tomografia computadorizada mostrava obstrução do conduto auditivo externo por massa com atenuação semelhante à de partes moles, e hiperostose das estruturas do ouvido médio e mastóide. |
Aspecto geral do tumor. | |
No material havia pele com glândulas sudoríparas (presumivelmente procedente do conduto auditivo externo), fragmentos ósseos, e tecido fibroso (derme, hipoderme) difusamente infiltrados por neoplasia fusocelular de morfologia incaracterística na maior parte. O diagnóstico de meningioma foi estabelecido retrospectivamente, após análise do tumor retirado da fossa craniana média E quatro anos após (ver neuroimagem e neuropatologia deste segundo tumor). |
O tumor tinha aspecto predominantemente fusocelular, com caráter infiltrativo, crescendo entre os feixes colágenos. Os núcleos eram escuros, embora regulares, e o citoplasma mal definido. Não foram observadas figuras de mitose ou áreas de necrose. |
Só em escassas áreas as células formavam lóbulos, ou apresentavam feições morfológicas que pudessem lembrar um meningioma meningotelial. Isto porém só foi notado a posteriori (isto é, após exame do espécime intracraniano). | |
Tricrômico de Masson. Recapitula as observações já comentadas em HE. A coloração ajuda a separar o tecido fibroso colágeno (corado em azul) das células tumorais (coradas em roxo) e reforça o caráter infiltrativo da neoplasia. | |
Reticulina. A impregnação argêntica para fibras reticulínicas mostra-se positiva no colágeno dérmico. O tumor, porém, é desprovido de reticulina. Naturalmente, esta também está ausente na epiderme. |
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EMA. O antígeno epitelial de membrana, o principal antígeno pesquisado para diagnóstico de meningiomas, foi difusamente positivo nas células neoplásicas, provendo forte evidência da natureza meningotelial do tumor, e de que este tinha a mesma natureza do que foi retirado do interior do crânio quatro anos após. EMA foi também positivo nas glândulas sudoríparas, mas foi negativo na epiderme. | |
VIM. Vimentina é inespecífica, mas sabidamente positiva em meningiomas. Aqui a forte marcação está de acordo com esta possibilidade diagnóstica. | |
S-100. Proteína S-100 em meningiomas é variável, podendo ser positiva difusa- ou focalmente e também negativa. Aqui vemos positividade em parte do tumor, que seria mais do tipo meningotelial, e ausência de marcação em áreas mais fusiformes, lembrando o meningioma fibroblástico. | |
AE1AE3. Positivo na epiderme (esperado) e negativo no tumor. Porém, há casos de meningioma com marcação por este anticorpo que reconhece queratinas de vários pesos moleculares, como foi o caso no componente intracraniano deste mesmo tumor. | |
CD34. Positivo apenas nos vasos. | |
Ki-67. Marcação de raros núcleos, < 1%, compatível com lento crescimento do tumor. | |
Comentário.
Este raro caso de meningioma em osso temporal causou, compreensivelmente, considerável dificuldade diagnóstica quando examinado pela primeira vez. A bem da verdade, ficou sem diagnóstico definitivo na época, prevalecendo uma sugestão de tumor glômico atípico na falta de melhor opção. Quando o paciente apresentou o tumor intracraniano, cujo diagnóstico foi meningioma fibroblástico, inicialmente não houve idéia de rever o tumor de ouvido. Só mais tarde, com a análise dos exames de imagem em uma série de meningiomas (depois divulgada neste site segundo sua localização topográfica, é que a possibilidade foi levantada de que os dois tumores corresponderiam à mesma lesão. Agora, parece plausível que o tumor tenha-se iniciado no ouvido, possivelmente em restos ectópicos de meninge, e apresentou extensão secundária à fossa média, provavelmente através do tegmen tympani, que é a lâmina óssea delgada do rochedo que recobre o recesso epitimpânico. Logo acima está a dura-máter da fossa média. A imunohistoquímica demonstrou que os dois tumores são meningiomas, positivos para EMA, embora o padrão histológico não seja o mesmo. O tumor no ouvido disseminava-se entre os feixes de colágeno, e, aqui e acolá, apresentava arranjo meningotelial. Já o tumor intracraniano correspondia a um meningioma fibroblástico clássico. As diferenças podem dever-se ao ambiente diverso onde as neoplasias se desenvolveram, ou a clones celulares diferentes. A proximidade topográfica favorece fortemente que sejam o mesmo tumor.
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Para mais imagens deste caso: ver também página de resumo | ||
TC inicial - lesão no ouvido | TC, RM extensão intracraniana | AP tumor intracraniano |
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