Meningioma  de tenda do cerebelo e seio transverso esquerdos, com  invasão óssea e hiperostose
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Fem.  48 a.  Cefaléia occipital E há muitos anos.  Obs. Não há anátomo-patológico deste caso em nosso serviço. 
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MELHORES  CORTES
TC - Janela óssea T1 s/c T1 c/c Angio
TC - Janela óssea T1 c/c FLAIR
T1
s/c
T1
c/c
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TOMOGRAFIA  COMPUTADORIZADA
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Axial sem contraste. Espessamento do osso occipital na porção lateral E. No tecido intracraniano adjacente há focos de calcificação. A substância branca dos lobos temporal e occipital E mostra hipodensidade, compatível com edema. 
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Axial, janela óssea
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Meningioma infiltrou o osso occipital, causando hiperostose (espessamento ósseo), já evidente na janela para partes moles (à E) e melhor definida na janela para osso. O tumor tem um componente intracraniano com focos de calcificação, mas, como o meningioma é isodenso ao tecido nervoso, não se destaca nestas imagens sem contraste. Ver  RM T1 com contraste, nos quadros abaixo. 
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Coronal sem contraste
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Coronal, janela óssea
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Na região hiperostótica não se distingue mais a díploe, que é o tecido ósseo esponjoso entre as tábuas externa e interna dos ossos do crânio. Isto se deve à produção de tecido ósseo estimulada pela infiltração tumoral. 
Comparar com RM, mais abaixo. 
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RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA 
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CORTES  AXIAIS,  T1 COM CONTRASTE.  O meningioma aparece como lesão nodular, parte acima e parte abaixo da tenda do cerebelo. Tem dois componentes nítidos: um intracraniano, em calota, que se impregna fortemente pelo gadolínio. O outro componente é intraósseo, infiltrando o osso occipital, que se mostra espessado e denso devido à hiperostose (proliferação do tecido ósseo compacto induzida pelo tumor). Este componente aparece com hiposinal devido à grande densidade do tecido ósseo, que é pobre em água, e se impregna pouco. 
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Na foto legendada abaixo, ver também os elementos do osso normal:  tábua externa, díploe (osso esponjoso contendo medula óssea funcionante e adipócitos) e tábua interna.  As tábuas ósseas dão ausência de sinal em T1 e T2 (aparecem em negro) porque são compactas, pobres em água e ricas em cálcio. A díploe, devido ao tecido adiposo da medula óssea, dá hipersinal em T1 e T2, como o tecido adiposo do subcutâneo do couro cabeludo. 
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T1 SEM CONTRASTE.  No T1 sem contraste o meningioma destaca-se muito pouco, pois o componente intracraniano do tumor tem isosinal com o tecido nervoso e aparece em tons de cinza semelhantes.  Já o componente intraósseo chama a atenção como uma área de ausência de sinal (negra), que interrompe a gordura da díploe. A díploe é osso esponjoso contendo gordura, que dá hipersinal. O osso proliferado em resposta à infiltração tumoral é compacto, não contém medula óssea nem células adiposas.  Para comparar com a imagem histológica de um outro caso semelhante, clique
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T2. No T2, o componente intracraniano do meningioma é visto com hipersinal devido ao maior grau de hidratação. O osso com hiperostose mostra ausência de sinal, como em T1 e pelos mesmos motivos (alta densidade do tecido, pobreza em água, riqueza em cálcio).  O tumor causa compressão do tecido nervoso vizinho, com edema da substância branca, que progride gradualmente a desmielinização e gliose.  Todas essas alterações implicam em aumento da quantidade de água na substância branca e, portanto, em hipersinal em T2 e FLAIR (quadro mais abaixo). 
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FLAIR
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CORTES  CORONAIS,  T1 COM CONTRASTE.   O tumor, impregnado por contraste,  situa-se metade acima, metade abaixo da tenda do cerebelo. A porção intraóssea com hiperostose impregna-se só levemente, porque a quantidade de vasos nesta região é pequena. A dura-máter da tenda junto ao tumor apresenta pequena cauda mais espessa e impregnada, que corresponderia à chamada cauda dural, uma feição própria, mas não patognomônica dos meningiomas. 
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FLAIR. No FLAIR coronal, destaca-se o edema e/ou gliose da substância branca próxima ao tumor. Não é possível distinguir entre ambos, porque na gliose há  também um maior grau de hidratação do tecido, por diminuição dos elementos nobres, como os axônios mielínicos.  O edema crônico, por sua vez, leva gradualmente a perda de axônios (e, conseqüentemente, da mielina) e proliferação astrocitária (portanto, gliose).  A causa do edema nos meningiomas é discutida, admitindo-se um componente vascular por dificuldade no retorno venoso na região, que leva a congestão passiva crônica. 
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CORTES  SAGITAIS
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE
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ANGIORESSONÂNCIA. Esta técnica não invasiva permite visualização dos vasos intracranianos através de seu fluxo, aqui demonstrando a circulação venosa.  O seio transverso E não aparece nas imagens, isto é, não apresenta fluxo sanguíneo, provavelmente por estar infiltrado pelo meningioma e/ou trombosado. 
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Mais sobre meningiomas:  Textos  didáticos ilustrados :
Texto básico
Imagem
Macro
Micro
Imunohistoquímica
Microscopia eletrônica
Meningiomas grau I
Meningiomas graus II e III
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Banco de imagens  Neuroimagem: meningiomas por topografia Neuroimagem :  casos Neuropatologia :  casos
Meningiomas mais raros: microcístico
(1) (2)
angiomatoso
(1) (2) (3)
secretor
(1) (2) (3)
rico em linfócitos
e plasmócitos
com metaplasia adiposa 
(1) (2) (3)
xantomatoso
(1) (2)
atípico
(1) (2)
com infiltração 
cerebral (1) (2)
cordóide
(1) (2)
células claras
(1) (2)
rabdóide papilífero
Meningiomas, microscopia eletrônica: meningotelial, transicional secretor
(1) (2) (3)
células claras 
(1) (2)
metaplásico - lipidizado xantomatoso, angiomatoso xantomatoso, angiomatoso, microcístico rabdóide
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