Meningioma  de  baínha do nervo óptico. 
3. Imunohistoquímica
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Nesta página, imunohistoquímica  para EMA, GFAP, S-100, VIM, NF, CD34, RP e Ki67
Em outras páginas, macroscopia, HE, tricrômico de Masson e reticulina
Para discussão mais extensa dos achados, ver a página de HE. 
Ver também outro caso de meningioma de baínha de nervo óptico com exame de ressonância magnética, para ilustrar.
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Quadro comparativo das lâminas escaneadas. O tricrômico de Masson diferencia o colágeno em azul, destacando a baínha do nervo óptico. O meningioma é positivo para vimentina (VIM) e antígeno epitelial de membrana (EMA). O nervo óptico dá positivo para vimentina mas não para EMA, e reage fortemente para GFAP e S-100, enquanto o tumor é totalmente negativo para ambos.  Assim as imagens com GFAP e S-100 são um negativo da imagem com EMA. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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EMA, antígeno epitelial de membrana, é positivo em meningiomas.  Aqui, marca o tumor difusamente, inclusive no espaço subdural e na baínha do N. óptico, infiltrada pela neoplasia.  O N. óptico e sua baínha de dura-máter são negativos e aparecem em cor clara. 
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EMA.  Meningioma no espaço subdural. Lóbulos de tecido tumoral EMA positivos são encontrados entre a dura-máter e o nervo óptico
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EMA.  Meningioma infiltrando a baínha do N. óptico (= dura-máter). Lóbulos de tecido meningiomatoso marcados para EMA destacam-se contra o tecido fibroso denso da dura, que é negativo. 
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EMA.  Pia-aracnóide do N. óptico.   A leptomeninge que envolve o N. óptico, como em outras áreas do sistema nervoso central, é composta por aracnóide e pia-máter.  Os fibroblastos superficiais da aracnóide são pavimentosos, dispõem-se em monocamada e produzem EMA, destacando-se do tecido fibroso denso da pia-máter, que é negativo. 
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EMA - Meningioma.   Aqui EMA é positivo no citoplasma das células meningoteliais, às vezes com reforço na periferia.  Notar que as células normais da aracnóide, que são as células de origem do tumor, também são EMA positivas. 
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GFAP. 

O nervo óptico é fortemente positivo para esta proteína de astrócitos, enquanto todos outros tecidos, inclusive o meningioma, são negativos. 

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GFAP - Nervo óptico e gliose. 

Como houve lesão do nervo pela compressão crônica pelo meningioma, há proliferação reacional de astrócitos (gliose), muitos dos quais são hipertróficos, assumindo aspecto gemistocítico. Há uma trama de prolongamentos astrocitários que se entrecruzam. Os vasos se destacam como imagens negativas. 

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GFAP.  Astrócitos, oligodendrócitos.  Os astrócitos gemistocíticos são formas reativas inespecíficas, hipertróficas, com citoplasma abundante e núcleo excêntrico e são muito ricos em GFAP.  Neste material também são observados oligodendrócitos, as células formadoras e mantenedoras da mielina. Aparecem com núcleo redondo e um halo claro perinuclear que é um artefato, mas ajuda identificar este tipo de células. Seu citoplasma não se marca para GFAP. 
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S-100. 

Como com GFAP, o nervo óptico é positivo, mas também os outros nervos da órbita que ficaram  envolvidos pelo tumor.  No caso do nervo óptico, a positividade para S100 está nos astrócitos. Nos nervos periféricos, a positividade ocorre nas células de Schwann. 

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S-100.  Nervo óptico e gliose.  A positividade é dada pelos astrócitos e seus prolongamentos. A marcação é nuclear e citoplasmática.  Vasos negativos. 
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S-100 - Nervos orbitários.  Aí há nervos motores e sensitivos do tipo periférico, diferentes do N. óptico, que é tecido nervoso central.  Nestes nervos não há glia, e sim células de Schwann, que são fortemente positivas para S-100. Como a mielina é formada pela membrana citoplasmática da célula de Schwann, é também marcada na reação.  Os nervos foram englobados pelo crescimento tumoral, mas sua morfologia é normal, o que demonstra eloqüentemente como o meningioma cresce devagar. 
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S-100.  Adipócitos normais são positivos para S-100. 
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VIM. 

Vimentina é positiva no meningioma e também no nervo óptico, já que está presente em astrócitos. 

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VIM. Meningioma infiltrando a baínha do N. óptico  (= dura-máter).
A forte positividade citoplasmática das células do meningioma para vimentina as destaca contra o tecido fibroso colágeno da dura-máter, que constitui a baínha do N. óptico. 
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VIM.  Pia-aracnóide do N. óptico.   A leptomeninge tem a camada superficial de células da aracnóide, que se marcam fortemente para VIM. Embaixo há tecido fibroso da pia-máter. O colágeno não se marca (obviamente, pois VIM é um filamento intermediário, presente no citoplasma de células). Mas notam-se fibroblastos marcados na pia, através de seus delicados prolongamentos citoplasmáticos. 
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VIM.  Nervo óptico - astrócitos, oligodendrócitos. Os astrócitos hipertróficos do nervo óptico marcam-se por vimentina, como por GFAP. Os oligodendrócitos são notados por seu halo claro perinuclear. 
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NF.

Neurofilamento pode ser usado com bons resultados para demonstrar axônios tanto em tecido nervoso central como em nervos periféricos.  Aqui, o nervo óptico mostra numerosos pequenos axônios em corte transversal. 

Estes axônios resistiram à compressão crônica do nervo pelo tumor. Como o meningioma cresce muito lentamente, ao longo de vários anos, as estruturas se acomodam. Provavelmente havia uma acentuada redução numérica da população axonal, pois a paciente estava amaurótica do olho em questão.  Isto autorizou a remoção do tumor e do nervo óptico nele incluído, já que o principal incômodo era a proptose. 
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NF - Nervos orbitários.  Os nervos periféricos da órbita estavam embutidos no meio do meningioma. Seus axônios parecem normais em número e diâmetro. 
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Comparação no mesmo aumento.  Os axônios do N. óptico são mais finos e próximos entre si. Os núcleos entre eles são de astrócitos ou oligodendrócitos (células da glia).  Os axônios do nervo periférico são mais grossos e separados uns dos outros de forma mais ou menos regular, pois são envolvidos pelas baínhas de mielina.  Os núcleos entre eles são de células de Schwann. 
Nervo óptico Nervo periférico
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CD34. 

Marca as células endoteliais. Aqui demonstra a rede vascular do meningioma, salientando que os vasos se encontram nos septos conjuntivos entre os lóbulos tumorais. Os lóbulos em si são avasculares. 

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CD34.  Vascularização do nervo óptico.  Os finos e delicados capilares estão incluídos nos septos conjuntivos e totalmente circundados por fibras colágenas e reticulínicas.  O que é positivo para CD34 é a superfície interna das células endoteliais. 
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RP. 

Receptor de progesterona é pesquisado freqüentemente em meningiomas, e marca os núcleos das células tumorais.  Positividade para RP está associado na literatura a melhor prognóstico para meningiomas. 

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RP. No presente caso a positividade é praticamente universal, com só raros núcleos tumorais não marcados.  Não há marcação nos septos conjuntivos. 
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Ki-67. Este marcador de proliferação celular é positivo em núcleos de células que se encontram no ciclo celular, isto é, que estão comprometidos a entrar em mitose. Aqui a marcação atinge menos que 1 % dos núcleos, em consonância com o lento crescimento deste meningioma, como esperado pela arrastada história clínica. 
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Caso do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima e Paulo Roland Kaleff.
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