Leucodistrofia   de  Alexander 
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Leucodistrofia de Alexander é uma doença autossômica recessiva causada por mutações do gene da proteína glial ácida fibrilar (glial fibrillary acidic protein ou GFAP), o filamento intermediário do citoesqueleto dos astrócitos.  A principal alteração histológica, patognomônica da doença, é a deposição universal de fibras de Rosenthal no sistema nervoso central. Causa degeneração da mielina, mas a deposição não se limita à substância branca, sendo encontrada em todos os locais, inclusive córtex cerebral, com preferência pela localização subpial e perivascular.  Para texto ilustrado sobre leucodistrofias, inclusive sobre leucodistrofia de Alexander, clique.
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Destaques  desta  página. 
Macro.   Macrocefalia, caráter amolecido, friável da substância branca, dilatação ventricular Hemisférios cerebrais, Loyez. Palidez da mielina  Bulbo, Loyez. Finas granulações correspondem a fibras de Rosenthal
Bulbo, HE.  Grande abundância de fibras de Rosenthal Substância branca temporal, Loyez. Abundantes fibras de Rosenthal e escassez  de  fibras  mielínicas Bulbo, PTAH.  Fibras de Rosenthal concentram-se em regiões subpiais e perivasculares. 
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Leucodistrofia de Alexander, macroscopia.  O encéfalo está aumentado de volume (megalencefalia) e a substância branca mostra-se amolecida e friável, especialmente nos lobos frontais. Há desmielinização maciça dos hemisférios cerebrais, cerebelo e em menor grau do tronco cerebral e medula espinal. 
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Lobo temporal, Loyez. 

Há palidez da mielina, maior na região periventricular do corno inferior do ventrículo lateral.  Corte de celoidina corado para mielina pela técnica de Loyez. 

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Lobo occipital, Loyez. 

A perda da mielina fica menos aparente no Loyez que em outras leucodistrofias devido ao acúmulo maciço de fibras de Rosenthal, que se coram fortemente nesta técnica.  Ver abaixo em maior detalhe. 

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Cerebelo e ponte, Loyez. 
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Cerebelo e bulbo, Loyez. 
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Leucodistrofia de Alexander, bulbo, Loyez. 

Já neste aumento fraco (mesoscópico) é possível distinguir finas granulações na superfície de corte, que correspondem às fibras de Rosenthal, abundantes nesta leucodistrofia, Estas se coram em azul intenso pelo Loyez, embora nada tenham a ver com mielina. 

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Bulbo, PTAH. 

Corte seqüencial ao anterior, corado por hematoxilina fosfotúngstica de Mallory. Aqui as  fibras de Rosenthal se coram em vermelho e são vistas como finas granulações, melhor distintas em microfotografias mais abaixo. 

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Leucodistrofia de Alexander, bulbo, HE. 

Neste corte de celoidina corado por HE, as fibras de Rosenthal são vistas como miríades de formações alongadas, fortemente hialinas e eosinófilas, que permeiam o tecido nervoso com tendência a maior número em torno de vasos. Na foto abaixo, um neurônio no meio do campo. 

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Leucodistrofia de Alexander, fibras de Rosenthal. 

Estas formações lembrando pequenas cenouras, alongadas, granulosas e tortuosas, situam-se no interior de prolongamentos astrocitários. São inteiramente análogas às habitualmente vistas nos astrocitomas pilocíticos. Aqui impressionam pela quantidade, praticamente sobrepujando os outros elementos do tecido nervoso. 

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Bulbo, HE. 

Infiltrado linfocitário perivascular. 

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Leucodistrofia de Alexander, substância branca temporal, Loyez. 

Neste corte de celoidina corado pela técnica de Loyez para mielina, as fibras mielínicas praticamente desapareceram, mas as fibras de Rosenthal são extremamente abundantes, e se coram no mesmo tom azul intenso.  Por isso, em imagens mesoscópicas, podem mascarar a desmielinização. 

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Leucodistrofia de Alexander, bulbo, PTAH. 

As fibras de Rosenthal coram-se intensamente em tom vinhoso, proporcionando marcado contraste que destaca a topografia preferencial das mesmas em regiões submeníngeas e perivasculares.  As fibras dispõem-se perpendicularmente a estas interfaces, criando paliçadas. 

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Leucodistrofia de Alexander, substância branca cerebelar, PTAH.
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Leucodistrofia de Alexander, córtex temporal, PTAH. 

Este corte de parafina, de espessura menor que os de celoidina acima, permite melhor detalhe das fibras de Rosenthal, com seu formato alongado em cenoura, e aspecto granuloso, hialino e homogêneo.  A aglomeração das fibras em posição subpial recapitula o já demonstrado acima em cortes de bulbo. 

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Nas camadas intermediárias  do córtex, observam-se as fibras de Rosenthal, por vezes lembrando contas de rosário, dispersas entre os neurônios, que têm aspecto normal. Há tendência das fibras se concentrarem em torno de vasos. 
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Para mais sobre leucodistrofias :  Texto ilustrado linkado
Para outras doenças desmielinizantes e degenerativas, ver também Neuroimagem, Neuropatologia, Banco de imagens
Adrenoleucodistrofia. Foto - desmielinização da substância branca frontal com preservação das fibras em U Leucodistrofia metacromática. Foto - armazenamento de substância metacromática (sulfátides) em neurônios do núcleo do facial na ponte Leucodistrofia metacromática. Foto - armazenamento de substância metacromática em macrófagos na substância branca cerebelar Leucodistrofia sudanófila. Foto - desmielinização e cavitação da substância branca  frontal, e dilatação ventricular
Leucodistrofia sudanófila. Foto - desmielinização da substância branca temporal com preservação das fibras em U Leucodistrofia de células globóides - 3 casos. Foto - desmielinização da substância branca occipital com preservação das fibras em U Leucodistrofia de células globóides. Foto - células globóides (macrófagos) na substância branca cerebelar Leucodistrofia de Pelizaeus - Merzbacher. Foto - Aspecto tigróide da substância branca
Leucodistrofia de Alexander. Foto - megalencefalia e aspecto friável da substância branca Leucodistrofia de Alexander. Foto - abundantes fibras de Rosenthal na medula lombar Leucodistrofia de Canavan. Foto - vacúolos na substância branca M.  5 a.   Distrofia muscular congênita por deficiência de merosina, associada a leucodistrofia.  Foto - biópsia muscular
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LEUCODISTROFIAS .- CCasos de neuroimagem
M.  6 a. Adrenoleucodistrofia M.  11 a. Adrenoleucodistrofia M.  10 a. Adrenoleucodistrofia M.  7 a. Leucodistrofia metacromática
F.  30  a. Provável leucodistrofia metacromática, forma do adulto F.  56 a. Provável leucodistrofia metacromática, forma do adulto M.  5 a. Leucodistrofia associada a distrofia muscular congênita por deficiência de merosina M.  11 a.  Doença de van der Knaap (leucoencefalopatia megalencefálica com cistos subcorticais). Acompanhamento de 11 anos.  Melhores imagens de 4 exames
Exames em detalhe
Caso  com  correlação  neuropatológica
M. 43 a. Leucodistrofia com alteração vacuolar na substância branca lembrando a doença de Canavan HE, LFB-Nissl Imunohistoquímica
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