Neupatimagem-UNICAMP

Germinoma supraselar (de região hipotalâmica)
com infiltração do esfenóide

Masc. 21 a. Nesta página, HE, tricrômico de Masson, reticulina, imunohistoquímica para c-kit e Ki-67. Clique para estudos de imagem deste caso.

Aspecto geral.

O espécime consistia de abundantes fragmentos tumorais (germinoma). Parte deles mostrava trabéculas ósseas envolvidas por tecido neoplásico, correlacionando-se com a infiltração do dorso da sela e clivus na RM.

Infiltração óssea.

O tumor permeava e preenchia extensamente os espaços medulares do osso esponjoso da base do esfenóide, praticamente sem causar remodelação óssea (ausência de rimas de osteoblastos, linhas cementantes e osteoclastos). Para exemplos de remodelação óssea em osteomielite , reparo de fraturas, infiltração óssea por meningiomas, carcinoma e adenoma hipofisário invasivo, clique.

Germinoma. O tecido neoplásico correspondia a um germinoma clássico, com seu componente principal de células germinativas (neoplásicas) e infiltrado linfocitário septal (reacional). As células germinativas apresentam as feições já notadas em outros casos (1)(2)(3), sendo típicos o núcleo redondo grande e central com cromatina frouxa, nucléolo proeminente e eosinófilo, e citoplasma claro com limites reconhecíveis. O aspecto claro do citoplasma é em parte atribuído a glicogênio, mas tentativas de demonstrá-lo com PAS nem sempre têm sucesso, porque o glicogênio é hidrossolúvel e perde-se no formol.

Nucléolos proeminentes.

Grandes nucléolos centrais e eosinófilos são uma feição marcante dos germinomas.

Infiltrado linfocitário. As pequenas células do interstício são linfócitos B e T, como demonstrado em outro caso por imunohistoquímica para CD20 e CD3 respectivamente.

Necrose.

Necrose não costuma ser extensa em germinomas. No presente caso, era vista em meio às trabéculas ósseas circundadas pelo tumor.

COLORAÇÕES ESPECIAIS

Tricrômico de Masson.

Mostra um componente de tecido conjuntivo pouco notado em HE, mas que aqui se destaca pela coloração azul das fibras colágenas. As células neoplásicas coram-se em roxo pálido. Trabéculas ósseas chamam a atenção em vermelho cereja, coradas pela fucsina ácida.

Para técnica desta coloração tradicional e útil na avaliação de tumores em geral e do sistema nervoso em particular, clique.

Componente fibroso.

É variável em germinomas, mas pode ser abundante, e até sobrepujar os elementos neoplásicos. Aqui tem localização predominante perivascular e espessa os septos conjuntivos que dividem as células neoplásicas em lóbulos.

Infiltração da dura-máter.

Em certa área, as células neoplásicas invadem tecido fibroso denso, caracterizado por fibras colágenas espessas em arranjo paralelo (aspecto sugestivo de dura-máter).

Reticulina.

A distribuição das fibras reticulínicas no tumor recapitula os aspectos notados acima com tricrômico de Masson.

Para técnica da impregnação argêntica de Gomori para fibras reticulínicas, clique.

Para breve texto sobre estas fibras do tecido conjuntivo, clique.

IMUNOHISTOQUÍMICA

c-kit.

Ou CD117, é um marcador de escolha para germinomas. Aqui, permite distinguir com clareza os elementos neoplásicos marcados, do tecido fibroso intersticial e do infiltrado inflamatório, que não se marcam, tomando a hematoxilina, corante de fundo.

Para breve texto sobre este marcador, e outros em uso corrente para tumores germinativos do sistema nervoso, clique.