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base de crânio e rinofaringe. 1. HE |
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O estudo histológico deste caso foi feito em duas biópsias. A primeira foi realizada na mucosa da rinofaringe. Posteriormente, a lesão foi abordada por via transesfenoidal. Ambas mostram aspectos complementares do tumor e de suas relações com os tecidos da região. A imunohistoquímica restringiu-se à biópsia de rinofaringe. |
Destaques da microscopia. | ||
HE. Adenoma cromófobo da hipófise, aspecto geral | Infiltração da mucosa da rinofaringe | Ulceração do epitélio faríngeo - tecido de granulação |
Infiltração óssea da base do crânio | SNF. Positivo difuso no citoplasma das células neoplásicas | Cromogranina. Idem |
CD56. Positivo em padrão membrana nas células neoplásicas | AE1AE3. Positividade focal no adenoma | Ki-67.
Positividade em menos de 1% dos núcleos das células neoplásicas
p53. Idem |
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Biópsia de rinofaringe - lâmina escaneada. Neste material observamos o adenoma (4) invadindo os tecidos moles da região e chegando ao epitélio respiratório (1) (2). Este está em parte metaplásico, e em parte ulcerado, expondo tecido de granulação (3) rico em vasos neoformados e exsudato neutrofílico. Clique nos números para ir às áreas correspondentes em detalhe. | |
Área
1.
Epitélio metaplásico com adenoma infiltrando por baixo. O adenoma aparece como células pequenas em arranjo sólido, infiltrando o tecido conjuntivo e chegando até o epitélio, que está destacado. O epitélio normal desta região (rinofaringe) é pseudoestratificado cilíndrico ciliado, mas aqui sofreu metaplasia para epitélio plano estratificado não queratinizado. Cílios persistem em algumas células. |
Para mais imagens deste exame, clique. |
O adenoma infiltra a lâmina própria da mucosa da rinofaringe e chega até o epitélio, que em parte está destacado. O epitélio sofreu metaplasia escamosa, mas algumas células superficiais ainda são ciliadas. | |
Área
2.
Epitélio com metaplasia escamosa e infiltração neutrofílica. Aqui, o epitélio normal pseudoestratificado cilíndrico ciliado da rinofaringe está substituído por epitélio plano estratificado não corneificado. Neutrófilos infiltram entre as células epiteliais, possivelmente porque a presença do tumor diminui a resistência do epitélio e favorece a invasão bacteriana. |
Área
3.
Zona ulcerada com tecido de granulação e exsudato fibrino-purulento. Aqui, o epitélio ulcerou-se completamente e o tecido conjuntivo exposto mostra tecido de granulação reacional com abundantes vasos neoformados. A superfície está recoberta por polimorfonucleares (exsudato purulento). |
Área
4.
Adenoma cromófobo e áreas ricas em macrófagos xantomatosos. Neste fragmento, o principal componente é o adenoma, que adota padrão sólido, com lóbulos separados por traves conjuntivas. Como o citoplasma das células tumorais é pálido, fala-se em adenoma cromófobo. Em áreas, abundantes macrófagos de citoplasma espumoso fagocitam restos celulares. |
Adenoma. As células dos adenomas de hipófise são caracteristicamente uniformes, com núcleos regulares, redondos ou ovalados, cromatina densa mas sem atipias, citoplasma róseo escasso a moderado, com limites reconhecíveis. Não há fundo fibrilar, o que ajuda a distinguí-los dos gliomas, como os oligodendrogliomas e o neurocitoma central, que sempre devem estar no diagnóstico diferencial. Neste caso em particular, a natureza invasiva do tumor, que destruiu osso e chegou ao epitélio faríngeo, não encontra paralelo no aspecto citológico, praticamente sem atipias e com só raras mitoses. Porém, segundo os critérios da OMS, o caráter invasivo em adenomas de hipófise não é suficiente para o diagnóstico de carcinoma. Para este, são necessárias metástases a distância, por via liquórica ou hematogênica. Ver caso (1)(2). | |
Atipias. Poucas células são atípicas, como estas, com binucleação (figura à esquerda), e discariose (núcleo volumoso e hipercromático, figura à direita). | |
Mitoses. São escassas e típicas. | |
Áreas hialinizadas. Tecido fibroso hialinizado perivascular era proeminente em certas áreas deste adenoma. | |
Macrófagos xantomatosos. Não são comuns em adenomas da hipófise. No presente caso, podem ser atribuídos à invasão do tumor até a superfície da faringe e ao processo inflamatório crônico resultante. São interpretados como células reacionais, e bem demonstrados pela reação imunohistoquímica para CD68. | |
Invasão
óssea.
Foi observada na biópsia transesfenoidal, em fragmentos de osso esponjoso do esfenóide, onde espaços medulares estavam invadidos por blocos de células do adenoma da hipófise. Fragmentos maiores do tumor assemelhavam-se aos já descritos acima. |
Correlação entre RM sagital e lâmina escaneada, mostrando a localização aproximada da segunda biópsia (transesfenoidal). O tumor invadiu e destruiu parcialmente o osso esponjoso do clivus, formado pela junção da base do esfenóide e do occipital. Ilhotas de tumor são visíveis em meio às trabéculas ósseas remanescentes. Ver comparação com peça anatômica, quadro abaixo. Para mais imagens de TC e RM normais de crânio, e peças anatômicas da base do crânio e osso esfenóide, clique. |
Remodelação óssea. O tumor estimula tanto a ação de osteoclastos como de osteoblastos, resultando em remodelação das trabéculas ósseas. Os osteoclastos produzem falhas em saca-bocado na matriz óssea pré-existente. Os osteoblastos sintetizam matriz óssea nova (osso trançado ou woven bone) que se deposita sobre a antiga, formando as linhas cementantes. À medida que formam matriz óssea, os osteoblastos são envolvidos por ela. Para mais sobre ossificação encondral, membranosa, e exemplos de remodelação óssea em osteomielite e reparo de fraturas, clique. | |
Para mais imagens deste caso: | RM | IH |
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