Germinoma de pineal. 
2. IH para PLAP, c-kit, b-HCG, AE1AE3. 
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Masc.  29 a.  Nesta página, imunohistoquímica para PLAP, c-kit, b-HCG, AE1AE3.  Em outras páginas: exames de imagem, macroscopia do tumor, HE,  e IH para CD20, CD3, vimentina e Ki-67.  Breves textos sobre PLAP e c-kit
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Destaques  da  imunohistoquímica. 
PLAP.  Positividade em membranas e no citoplasma.  Texto c-kit. Positivo em membranas. Texto
b-HCG - negativo. 
AE1AE3.  Positividade citoplasmática focal para citoqueratinas. 
CD20.  Positivo em linfócitos B do infiltrado.  CD3 - resultado semelhante em linfócitos T.  VIM.  Positiva nos septos conjuntivos e infiltrado linfocitário. Células neoplásicas negativas, com exceções.  Ki-67. Positividade em cerca de 60% dos núcleos das células neoplásicas. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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PLAP (fosfatase alcalina placentária). 

Marca as células germinativas no citoplasma, com realce na membrana.  Os núcleos são negativos, bem como todo o interstício e o infiltrado linfocitário. Clique para breve texto sobre este marcador. 

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PLAP.  Mitoses. Mitoses típicas e atípicas destacam-se no preparado. 
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Fosfatase alcalina placentária (PLAP). 

As fosfatases alcalinas são um grupo heterogêneo de glicoproteínas, geralmente confinadas à superfície celular. As isoenzimas diferem nas propriedades bioquímicas, sítios anatômicos de produção e reatividade com anticorpos. Provavelmente têm papel em transporte celular, regulação do metabolismo, transcrição de genes e diferenciação celular. 

Pelo menos 3 genes codificam as isoenzimas de fosfatases alcalinas. Um para a fosfatase alcalina tecidual e inespecífica, presente no fígado, ossos e rins; outro para fosfatase alcalina intestinal, e um ou mais genes para a fosfatase alcalina placentária (PLAP).  As várias isoenzimas diferem em peso molecular, composição de aminoácidos e propriedades.  As duas primeiras (tecidual inespecífica e intestinal) são termossensíveis, enquanto que as variedades placentárias são resistentes ao calor. 

A fosfatase alcalina placentária (PLAP) ocorre só em primatas superiores e tem alto grau de polimorfismo genético. É um dímero de subunidades de 65 kD, sintetizada na fase G1 do ciclo celular e é expressada em células germinativas primordiais e em sinciciotrofoblasto. A enzima é  responsável pela hiperfosfatemia observada durante a gravidez. 

PLAP pode ser separada bioquimica-, imunologica- e eletroforeticamente em 3 subtipos distintos. A isoenzima fase 1 corresponde à produzida por trofoblastos entre a 6a. e a 8a. semanas.  A segunda é uma mistura de isoenzimas placentárias precoces e a termo. A fase 3 corresponde a isoenzimas produzidas desde a 13a. semana até o termo. 

Níveis séricos elevados de PLAP foram encontrados em 25% dos pacientes com seminoma. Diversas isoenzimas e variedades específicas, nomeadas a partir dos pacientes em que foram identificadas, foram encontradas em vários outros tumores de diversas origens. 

Historicamente, PLAP tem sido considerada o marcador de escolha para tumores de células germinativas, particularmente germinomas e seminomas.  PLAP ligada a membranas tem sido documentada imunohistoquimicamente também em carcinoma embrionário, gonadoblastoma, tumor do seio endodérmico e coriocarcinoma, bem como em metástases de seminoma. 

Porém, PLAP apresenta vários problemas técnicos, incluindo baixa especificidade, baixa sensibilidade, freqüente marcação inespecífica de fundo e pode levar a dificuldades de interpretação, especialmente em espécimes pequenos ou previamente congelados. Por isso, novos marcadores como c-kit e OCT 4 têm sido preferidos. 

Fontes: 

  • Leong AS-Y, Cooper K, Leong FJW-M.  Manual of Diagnostic Antibodies for Immunohistology. Greenwich Medical Media Ltd, London, 1999.  pp. 277-8. 
  • Hattab EM.  Germ Cell Tumors.  In  Perry A, Brat DJ. Practical Surgical Neuropathology. Churchill Livingstone Elsevier, 2010.  pp 344-5. 
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c-kit (CD117).  Foi positivo nas células germinativas deste germinoma, com marcação praticamente restrita à membrana citoplasmática (raramente, algumas células marcam-se também no citoplasma).  Para breve texto sobre este marcador e outros usados em tumores germinativos, clique. 
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c-kit em tumores estromais do trato gastrointestinal  (= gastrointestinal stromal tumors ou GISTs). 

GISTs são os tumores mesenquimais (não epiteliais) mais comuns do trato gastrointestinal. Sua origem é atribuída às células intersticiais de Cajal, que controlam o peristaltismo do TGI. Cerca de 95% dos GISTs marcam-se para c-kit (CD117) e cerca de 70% para CD34. 

A identificação de mutações de c-kit  e do receptor alfa para fator de crescimento derivado de plaquetas (platelet derived growth factor receptor-alpha ou PDGFRA) constituiu um importante progresso na compreensão da patogênese dos GISTs.  c-kit é o receptor para fator de células tronco (stem cell factor). Sabe-se que 85% dos GISTs têm mutações em c-kit, e 35% dos que têm c-kit normal têm mutações em PDGFRA.  Tanto c-kit como PDGFRA são receptores de membrana que têm componentes citoplasmáticos com atividade tirosina-quinase e atuam em vias intracelulares semelhantes. As mutações levam à ativação constitucional da tirosina quinase, que promove proliferação celular e inibe apoptose.  Mutações em c-kit e PDGFRA parecem ser mutuamente exclusivas. 

Baseado nestes conhecimentos patogenéticos, um inibidor da tirosina quinase (STI571, imatinib mesylate), especialmente sintetizado para este fim, mostrou ser eficiente no tratamento dos GISTs.  Esta droga é usada no tratamento da leucemia mielóide crônica, que também é associada a atividade anormal da tirosina quinase. 

  • Fonte: Liu C, Crawford JM.  The Gastrointestinal Tract.  Chapter 17 in Robbins and Cotran, Pathologic Basis of Disease.   Kumar V, Abbas AK, Fausto N (eds).  7th Ed.  Elsevier Saunders, Philadelphia, 2005.  p. 827. 
CD117 e o gene c-kit.  A classificação e diagnóstico dos GISTs mudou radicalmente com o reconhecimento de que uma mutação do proto-oncogene  c-kit  é o evento molecular chave nos GISTs gástricos.  Mutações em c-kit são observadas em 90 a 100% dos GISTs e resultam em uma ativação constitutiva de KIT, uma proteína transmembrana que funciona como receptor e tem um componente intracitoplasmático com atividade tirosina quinase.  Ativação permanente desta proteína (sem ligação com agonista) promove proliferação celular e inibe apoptose. 

A proteína KIT pode ser detectada por imunohistoquímica com anticorpos para c-kit, que foi atribuído ao grupo de antígenos CD117 (cluster designation).  Mutações ativadoras de c-kit e positividade para CD117 foram identificadas em neoplasias previamente classificadas como leiomiomas, leiomiossarcomas, tumores de nervos autonômicos do estômago e alguns schwannomas.  Isto levou a unificação e simplificação substancial deste grupo de neoplasias. 

CD117 também cora as células intersticiais de Cajal, que estão envolvidas na regulação da motilidade gastrointestinal. Isto levou à sugestão de que estas células podem originar os GISTs. 

CD117 também está presente em vários outros tipos celulares humanos, incluindo epitélio mamário, células germinativas, melanócitos, células mielóides imaturas e mastócitos.  Em patologia ovariana, CD117 é útil como marcador de disgerminomas, que mostram forte positividade em membranas em praticamente todos os casos.  CD117 não marca carcinoma embrionário, assim é mais específico para disgerminoma que PLAP.

CD117 e quimioterapia.   Imatinib mesylate (Gleevec ®) inibe a atividade tirosina quinase da proteína KIT normal e mutante.  A droga mostrou-se um potente inibidor do crescimento de GISTs na grande maioria dos casos.  GISTs sem a mutação em c-kit respondem menos à droga que os com a mutação. 

Fontes: 

  • Goldstein NS,  Bosler DS. Immunohistochemistry of the Gastrointestinal Tract, Pancreas, Bile Ducts, Gallbladder and Liver.  In Dabbs DJ.  Diagnostic Immunohistochemistry.  2nd Ed.  Churchill Livingstone, Elsevier, 2006.  p 449-51. 
  • Soslow RA, Isacson C, Zaloudek C. Immunohistology of the Female Genital Tract. In Dabbs DJ.  Diagnostic Immunohistochemistry.  2nd Ed.  Churchill Livingstone, Elsevier, 2006.  p 665.


c-kit (CD117) em germinomas.  Reatividade forte e difusa em membranas é observada com alta freqüência em germinomas. Carcinomas embrionários mostram apenas positividade citoplasmática focal.  Aparentemente, expressão de c-kit em germinomas não confere sensibilidade à terapia com imatinib mesylate (Gleevec ®). Esta depende de mutações ativadoras do c-kit nos exons 11 ou 17, que são identificadas em apenas uma pequena fração dos germinomas ou seminomas. 

Fatores de transcrição (inclusive OCT 4).  Mais recentemente, um grupo de fatores de transcrição foi identificado, de importância central para a hierarquia reguladora das características das células tronco embrionárias (auto-renovação e pluripotencialidade).  OCT 4 é um marcador sensível e específico de seminomas, germinomas e carcinomas embrionários. A positividade é nuclear, o que facilita a interpretação dos resultados. 

CD30  é preferencialmente positivo em carcinomas embrionários, e negativo em germinomas.

Alfa-fetoproteína (AFP) é positiva em tumores do saco vitelino (yolk sac tumors) com variações entre casos e em um mesmo caso. 

Gonadotrofina coriônica humana (HCG) e lactógeno placentário humano (HPL).  Marcam fortemente as células sinciciotrofoblásticas de coriocarcinomas e células deste tipo mescladas a outros tumores germinativos.  Clique para exemplo. Células trofoblásticas mononucleadas são geralmente só fracamente positivas ou negativas para HCG e negativas para HPL.  Coriocarcinomas são também positivos para citoqueratinas

  • Fonte:  Hattab EM.  Germ Cell Tumors.  In  Perry A, Brat DJ. Practical Surgical Neuropathology. Churchill Livingstone Elsevier, 2010. pp 344-5. 
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b-HCG. Gonadotrofina coriônica humana foi negativa nas células deste germinoma. Sobre este marcador, ver tabela acima. 
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AE1AE3. Observou-se positividade citoplasmática focal para este coquetel de anticorpos contra citoqueratinas de alto e baixo peso molecular.  A marcação é abaixo da membrana celular, geralmente em meia lua.  Nem todas células se marcam. 
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Para mais imagens deste caso: TC, RM Macro, HE IH : CD20, CD3, vimentina, Ki-67.
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Tumores  germinativos_ Neuroimagem Neuropatologia Tumores do parênquima pineal : Neuroimagem Neuropatologia
Banco de imagens :  Pineal normal, 
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Tumores da pineal Textos ilustrados linkados :  Tumores germinativos do SNC Tumores do parênquima pineal
Outros textos sobre pineal e tumores :  tumores germinativos; pineocitoma, pineoblastoma e  PNETs supratentoriais, cistos da pineal.
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