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1. Macro, esfregaço, parafina - HE |
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Fem. 64
a. Clique para : página
de resumo, breve história
clínica e exames de imagem;
Componente de ganglioglioma:macroscopia, esfregaço, parafina HE, colorações especiais : LFB-Nissl, Masson, Reticulina; imunohistoquímica para astrócitos : GFAP, VIM; imunohistoquímica para neurônios : MAP2, NF, cromogranina, SNF, tubulina, NeuN; CD34, Ki67, p53; microscopia eletrônica : neurônios, dendritos, axônios, sinapses, astrócitos, corpos granulosos, vasos. Componente de neurocitoma central: HE, GFAP, VIM; NF, SNF, cromogranina, MAP2, NeuN; nestina, CD34, Ki67, p53. |
Ganglioglioma. Espécime. O material resultante da cirurgia veio como múltiplos fragmentos irregulares. Abaixo, fragmento enviado a fresco durante o ato cirúrgico, mostrando o caráter sólido, amarelado da neoplasia, cuja consistência era firme e elástica. Desta amostra foram obtidos esfregaços, cortes de congelação e material para microscopia eletrônica, que foi fixado imediatamente em líquido de Karnovsky. O restante veio posteriormente, já fixado em formol. O tumor recebido pesou 45 g no total. | |
Material total após fixação (peso - 45 g). | |
Fragmento enviado a fresco, agora após fixação formólica. Corte revelou tecido esbranquiçado, sólido, relativamente homogêneo, com áreas mais frouxas e pardacentas. |
Ganglioglioma. Fotos em maior aumento. Das duas superfícies de corte deste fragmento foram obtidas fotos com melhor resolução, que realçam as diferenças de textura. Há áreas mais frouxas, esponjosas, em que o tecido assume aspecto hidratado e reticulado, ao lado de áreas sólidas e homogêneas. Para as fotos abaixo, o espécime foi imerso em álcool absoluto por alguns minutos, o que ajuda a recuperar as cores originais de antes da fixação. As fotos são feitas com o material totalmente imerso em álcool, o que evita reflexos. Para este tamanho de espécime não se usa lupa, apenas uma câmara digital em alta resolução (câmera Canon EOS Digital Rebel XTi em 3888 x 2592 pixels; reprocessadas para 960 pixels de largura). Capturas pelo fotógrafo do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Sr. Adilson Abílio Piaza. |
Destaques da microscopia. Esfregaço, Parafina HE, colorações especiais. | ||
Esfregaço. HE. Neurônios | Astrócitos. | Parafina. HE. Neurônios |
Astrócitos | Células pequenas | Corpos hialinos granulosos. |
LFB - Nissl.Neurônios, muitos bi- ou multinucleados. | Masson. Fibras colágenas abundantes, inclusive circundando neurônios - caráter desmoplásico. | Reticulina. Fibras reticulínicas em arranjo paralelo ou circundando lóbulos tumorais. |
Destaques da imunohistoquímica e microscopia eletrônica. Parte de neurocitoma central. | ||
Esfregaço. A lâmina de esfregaço de uma pequena amostra do tumor a fresco corada por HE revela heterogeneidade de aspectos celulares. A técnica é simples e breve. Um fragmento da ordem de 1 mm3 é esmagado entre duas lâminas deslizando-se a de cima sobre a de baixo. A lâmina de baixo precisa estar apoiada na bancada para firmeza. Com a de cima, o fragmento é espalhado para recobrir a maior área possível da lâmina de baixo (só esta dá preparado útil, a lâmina de cima é descartada). O esfregaço é fixado imediatamente em álcool absoluto por cerca de 30 segundos e corado por HE. O procedimento todo leva menos de 2 minutos. Permite avaliação rápida, usando um mínimo de tecido, sem necessidade de instrumental especializado, e a custo praticamente zero. |
Esfregaço, aspectos gerais. Chamam logo a atenção células com aspecto de neurônios, caracterizados por núcleo grande, nucléolo evidente e citoplasma abundante. Há também astrócitos volumosos de padrão gemistocítico, e uma população maior de células pequenas sem citoplasma reconhecível. Detalhes nos quadros seguintes. | |
Esfregaço, neurônios. São neurônios grandes, multipolares, com anomalias morfológicas, especialmente núcleo excêntrico. Há vários binucleados. Os nucléolos são proeminentes, e o citoplasma levemente basófilo, bem delimitado, pode conter corpúsculos de Nissl. Sua linhagem encontra apoio em imunohistoquímica para marcadores neuronais. Ver também microscopia eletrônica. Contudo, são freqüentes as células cuja linhagem fica em dúvida. | |
Esfregaço, astrócitos. Os astrócitos maiores, de padrão gemistocítico, caracterizam-se por seu citoplasma abundante, mais róseo que o dos neurônios. Os núcleos são menores, sem nucléolos, quase sempre deslocados para a periferia da célula. Ver imunohistoquímica para glia e microscopia eletrônica. | |
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Aspecto geral. Neoplasia neuroectodérmica de aspecto benigno, constituída por população mista de neurônios maduros e células gliais, das quais os astrócitos são as mais facilmente reconhecíveis. As células se distribuem em um fundo fibrilar, em meio a vasos tortuosos e de contorno irregular. Alguns mostram parede espessa, rica em fibras conjuntivas, melhor demonstradas em tricrômico de Masson e impregnação pela prata para reticulina. Não se observam mitoses ou necrose. |
Neurônios. Os proeminentes neurônios já haviam chamado a atenção no esfregaço (acima). Como lá descrito, são marcantes pelo núcleo grande, de cromatina frouxa, nucléolo evidente de tom variando entre eosinófilo e basófilo. O citoplasma bem delimitado pode apresentar pequenas manchas arroxeadas, correspondendo a corpúsculos de Nissl. Estes são constituídos por retículo endoplasmático rugoso, que é facilmente visualizável em microscopia eletrônica. Há grande variação morfológica dos neurônios participantes do tumor, incluindo tamanho, forma, posição do núcleo e tonalidade do citoplasma. Para mais detalhes morfológicos dos neurônios, ver coloração pelo luxol fast blue / cresil violeta. | |
Núcleos excêntricos, pseudoinclusão intranuclear. Neurônios normais têm geralmente núcleo na porção central da célula. Aqui chama a atenção a alta incidência de neurônios com núcleo deslocado para a periferia. Pseudoinclusões intranucleares eram raras, e registramos apenas um exemplo. São insinuações de citoplasma por dobras da membrana nuclear, dando a impressão de estarem isoladas no interior do núcleo. Isto se deve a que o plano de corte não passou pela comunicação entre a pseudoinclusão e o citoplasma. Ver pseudoinclusões (não marcadas) em neurônios na reação para vimentina. | |
Neurônios bi-, polinucleados. Bi- ou multinucleação é comum em neurônios participantes de gangliogliomas. Aqui há vários e proeminentes exemplos. Outros são também demonstrados com LFB-N e em microscopia eletrônica. | |
Astrócitos. A maioria dos astrócitos participantes são pequenos, só claramente caracterizáveis na imunohistoquímica para GFAP. Na HE, chamam a atenção os grandes astrócitos gemistocíticos, com seu citoplasma róseo e homogêneo 'em vidro fosco', resolvendo-se em vários prolongamentos. Os núcleos são deslocados para a periferia. Na foto embaixo e à direita, parte do citoplasma do astrócito corresponde a um corpo hialino granuloso (abaixo) | |
Células
pequenas.
Estas áreas mostravam células pequenas, formando agrupamentos, não raro com halo claro perinuclear, lembrando oligodendrócitos. Contudo, reações imunohistoquímicas demonstraram que muitas destas células tinham imunofenótipo de neurônios, marcando-se por cromogranina. Áreas assim eram predominantes na biópsia estereotáxica, e deram base ao diagnóstico de neurocitoma central naquela amostra. |
Corpos hialinos granulosos. Estas formações redondas, delimitadas por membrana e constituídas por coleções de diminutas partículas eosinófilas, eram encontradiças neste ganglioglioma. Correspondem a material particulado intracelular acumulado em prolongamentos de astrócitos ou de neurônios (às vezes sendo possível definir sua origem por reações imunohistoquímicas - para astrócitos : GFAP, VIM, ou para neurônios - NF). Os corpos hialinos granulosos são indício de lesão de baixo grau e observados em várias entidades tumorais. Para exemplos, clique. Para corpos granulosos em microscopia eletrônica, clique. | |
Granulócito
em trânsito por um capilar.
Na grande maioria, os pequenos vasos do ganglioglioma eram delicados, sem evidência de proliferação endotelial. Alguns mais espessos estavam associados a fibras conjuntivas, e são melhor demonstrados nas colorações especiais para colágeno e reticulina. Para um capilar em microscopia eletrônica, clique. |
Agradecimentos. Preparações histológicas pelos técnicos Aparecido Paulo de Moraes e Viviane Ubiali, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso e página de resumo. | ||||
TC, RM |
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Macro, esfregaço, parafina HE | Colorações especiais | Imunohistoquímica - GFAP, VIM. | IH - MAP2, NF | |
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IH - cromogranina, SNF, tubulina, NeuN | IH - CD34, Ki67, p53 | Microscopia eletrônica - Neurônios. | ME - dendritos, axônios, neurópilo, sinapses | ME - astrócitos, corpos granulosos, capilar |
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HE | GFAP, VIM. | NF, SNF, cromogranina | MAP2, NeuN | Nestina, CD34, Ki67, p53 |
Sobre gangliogliomas : textos (1) (2) | Características de imagem | Outros casos : Neuroimagem e neuropatologia |
Sobre neurocitoma central : textos (1) (2) | Outros casos : Neuroimagem e neuropatologia |
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