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com formações angiomatosas, infiltração de leptomeninges e parênquima e disseminação liquórica. Página de resumo do caso. |
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Masc., 24 a. Cefaléia e diminuição da acuidade visual. Ao exame – alerta, orientado, sem déficit motor, com hemianopsia homônima à E. |
Tomografia computadorizada (TC), 19/1/2008. Lesão occipital D profunda, de limites imprecisos, com áreas hipo- e hiperdensas, calcificações grosseiras e efeito de massa, causando deformação do corno occipital e corpo do ventrículo lateral D, discreto desvio da linha média e edema perilesional. Há moderada captação de contraste. | |
Sem contraste | Com contraste |
Para mais imagens deste exame, clique: destaques, detalhes. |
Espécime da primeira cirurgia (jan 2008). Nódulo arredondado com áreas de superfície lisa e outras irregulares ou aveludadas, medindo cerca de 2,5 cm de diâmetro. Ao corte, vasos calibrosos, dilatados, parcialmente trombosados, e orla de tecido glial que, histologicamente, mostrou padrão pilocítico. Para mais imagens deste espécime, clique. Abaixo, comparações entre a macroscopia e lâminas escaneadas em HE, tricrômico de Masson e imunohistoquímica para GFAP. | |
No estudo microscópico deste espécime, o aspecto mais notável foram os grandes vasos já visíveis macroscopicamente, com paredes espessas e hialinizadas e parcialmente preenchidos por trombos em diferentes fases. O aspecto lembrava uma malformação vascular, deixando em dúvida se o tecido glial em volta seria hiperplásico (gliose reacional) ou neoplásico (astrocitoma pilocítico). A natureza neoplásica ficou clara na ressonância magnética e no segundo espécime. O tecido glial era de padrão pilocítico, rico em fibras de Rosenthal, e com pequenos vasos (capilares e vênulas) espessos e hialinos. Estes destacam-se no tricrômico de Masson. A imunohistoquímica para GFAP foi positiva nos prolongamentos pilóides dos astrócitos e na margem das fibras de Rosenthal (o interior destas é negativo). CD34 mostrou recanalização dos trombos nos vasos maiores. Ki-67 foi baixo, indicando tumor de crescimento lento. | ||
HE. Grandes vasos hialinizados e trombosados | Tecido neoplásico pilocítico com pequenos vasos espessados | Áreas ricas em fibras de Rosenthal |
Células lembrando oligodendrócitos | Masson. Vasos tortuosos, colageneizados, com múltiplas luzes | Prolongamentos fiformes de astrócitos pilocíticos e fibras de Rosenthal |
GFAP. Fibras de Rosenthal | CD34. Organização e recanalização de trombos nos grandes vasos tumorais | Ki-67. Positividade < 1% |
Para o segundo espécime, obtido após 6 meses, clique. | ||
Outra TC, cerca de 2 meses e meio após a primeira cirurgia, mostrou permanência de grande parte da lesão, com feições semelhantes e calcificações grosseiras. Imagens abaixo com contraste. | |
Para mais imagens deste exame, clique: destaques, detalhes. |
Ressonância magnética, 3 meses e meio após a primeira cirurgia, mostrou lesão heterogênea, sólido-cística, mal delimitada, ocupando grande parte da substância branca profunda do lobo occipital D, deformando e obliterando o corno posterior do ventrículo lateral D. Apresentava áreas hipo- e hiperintensas em T1 e impregnação forte e irregular pelo contraste. Chamavam atenção pequenos focos captantes em diversos locais do sistema ventricular e nas leptomeninges, interpretados como disseminação neoplásica pelos espaços liquóricos. |
MELHORES CORTES - T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
T2 | |||
FL |
T1 COM CONTRASTE. Disseminação liquórica.Múltiplos focos de impregnação na extremidade anterior do corno inferior do ventrículo lateral D, extremidade superior do IVº ventrículo (transição para o aqueduto de Sylvius), entre as folhas cerebelares, e nos cornos anteriores de ambos ventrículos laterais. Foram considerados semeaduras do astrocitoma pilocítico por via liquórica. | |
Para mais imagens deste exame, clique : destaques, detalhes. |
Segundo
espécime cirúrgico,
6 meses após. O material era abundante (seis blocos foram incluídos). Nele foram observados:
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Áreas
de infiltração leptomeníngea.
Este fragmento foi cortado transversalmente, dando uma visão tangencial de dois giros e da leptomeninge entre eles. A leptomeninge (pia máter e aracnóide) estão infiltradas pelo astrocitoma pilocítico. Abaixo, outro fragmento. |
Destaques da microscopia do segundo espécime. | ||
HE. Infiltração cortical a partir da profundidade | Padrão predominante: protoplasmático com microcistos | Corpos hialinos |
Concreções calcáreas | Células lembrando oligodendrócitos | Atipias nucleares |
HE. Infiltração meníngea | Masson. Infiltração meníngea | GFAP. Infiltração meníngea |
NF. Demonstra infiltração neoplásica do córtex, entre neurônios e axônios | NSE. Demonstra infiltração neoplásica do córtex, entre neurônios remanescentes | CD34. Capilares delicados em áreas protoplasmáticas |
CD34. Capilares anômalos em áreas pilocíticas | Ki-67. Marcação de escassos núcleos, não raro aos pares | p53. Só raros núcleos positivos |
Para destaques do espécime obtido na primeira cirurgia, clique. Texto sobre astrocitomas pilocíticos. | ||
Comentário.
Este caso complexo ilustra as várias possibilidades de crescimento
e padrões histológicos encontrados nos astrocitomas pilocíticos.
Tratava-se de tumor do lobo occipital D em um jovem (24 anos), do qual foram obtidos dois espécimes cirúrgicos. No primeiro, predominavam grandes vasos dilatados e trombosados, de paredes hialinizadas, com diâmetro de até 6 mm, e o tecido pilocítico em volta era escasso, deixando dúvida sobre seu caráter hiperplásico (apenas gliose) ou neoplásico (astrocitoma pilocítico). Na segunda, o caráter neoplásico ficou claro, tendo sido encontrado, em vários campos, o padrão bifásico clássico, com os dois aspectos histológicos característicos deste tumor: tecido pilocítico com fibras de Rosenthal e tecido protoplasmático com microcistos e corpos hialinos. Outras feições de interesse foram:
Clique para texto baseado no capítulo sobre astrocitomas pilocíticos da 4a. edição (2007) do livro da OMS sobre tumores do sistema nervoso central, em que o comportamento biológico destes tumores é abordado. |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Municipal Mário Gatti, de Campinas, gentilmente contribuído pelo Dr. Evandro Maciel Pinheiro e residentes. Campinas, SP. |
Para
mais imagens deste caso:
Texto sobre astrocitomas pilocíticos |
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TC | RM | Espécime 1: Macro, HE | Colorações especiais |
IH | Espécime 2: HE | Tricrômico de Masson | IH |
Mais sobre astrocitomas pilocíticos: |
Na graduação | Texto ilustrado | Características de imagem | Glioma de nervo óptico | Microscopia eletrônica (1) (2) |
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