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Procedimento.
Fragmentos
de cerca de 1 mm. de maior diâmetro foram retirados do espécime
enviado em formol, refixados em líquido de Karnovsky (glutaraldeído
a 3% e paraformaldeído a 1% em tampão cacodilato 0,07 M)
e ácido ósmico a 1%, contrastados em bloco com acetato de
uranila durante a noite, desidratados em acetona e incluídos em
Araldite. Cortes semifinos com 1 mm
de espessura foram corados em azul de toluidina a 1% para seleção
dos blocos. Cortes ultrafinos do melhor bloco, com 0,1 mm
de espessura, foram obtidos com navalha de diamante, montados em telas
de cobre e corados em citrato de chumbo de Reynolds para exame num microscópio
eletrônico Zeiss EM-10 a 60 kV. Os campos foram fotografados
em filme IBF (chapas 8,3 x 10,2 mm). Após revelação,
os negativos foram fotografados com câmara digital diretamente num
negatoscópio em resolução 1280 x 960 pixels. As imagens
resultantes foram processadas usando os softwares Microsoft Photoeditor
e Jasc Paintshop Pro 7.0.
Agradecimentos às Sras Geralda Domiciano de Pádua e Marilúcia Ruggiero Martins pelos preparados de microscopia eletrônica. |
Aspecto geral. Como antecipado dos estudos com HE e imunohistoquímica, o tumor era constituído por células astrocitárias densamente fibrilares. Os filamentos intermediários intracitoplasmáticos tinham arranjo em feixes e se dispunham nos corpos celulares e nos prolongamentos orientados em todas as direções. |
Qualidade do preparado. Como se tratava de material fixado inicialmente em formol por vários dias, a preservação da ultraestrutura estava abaixo do ideal. Não se observavam bem as membranas plasmáticas das células e a cromatina era grumosa e não bem distribuída. Mesmo assim, várias organelas eram reconhecíveis. Os filamentos intermediários, que são elementos do citoesqueleto constituídos pelas proteínas GFAP e vimentina, mostravam-se bem conservados. |
Gotículas citoplasmáticas. Estas pequenas e abundantes estruturas arredondadas, de aspecto e diâmetro homogêneos, freqüentemente limitadas por membrana única, foram consideradas como mais provavelmente gotículas lipídicas. Uma outra possibilidade seria lisossomos. Foram observadas em grande parte das células. |
Filamentos citoplasmáticos eram a feição predominante nestes astrócitos. Pelos dados da imunohistoquímica, eram compostos predominantemente por GFAP (inset embaixo e à E) e vimentina. Retículo endoplásmico rugoso com ribossomos era notado também em várias células. |
Vasos e
espaços perivasculares. Os
abundantes vasos do tumor, que chegavam a formar pseudoglomérulos,
eram separados entre si por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras colágenas
e no chamado colágeno de longo espaçamento, ou corpos
de Luse, vistos também nos corpos de Verocay de schwannomas.
As células endoteliais tinham citoplasma delgado e algumas mostravam
fenestrações. As células astrocitárias do tumor
apresentavam-se revestidas por membrana basal na face voltada para o colágeno
perivascular, um aspecto já descrito nos astrocitomas pilocíticos
(Uematsu et al, 1989) mas especialmente saliente em ependimomas (Uematsu
et al, 1988).
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Relação entre astrócito e capilar ilustrada com um inset de tricrômico de Masson. Os prolongamentos astrocitários não chegam até a célula endotelial, mas sim terminam no colágeno perivascular, delimitados por uma camada única de membrana basal. |
Tecido perivascular compõe-se de fibras colágenas finas (provavelmente reticulínicas) e colágeno de longo período, de longo espaçamento ou corpos de Luse (todos termos sinônimos). |
Relação entre membrana da célula tumoral e membrana basal. Em certas áreas havia íntimo embricamento entre prolongamentos elaborados e tortuosos das células tumorais e membrana basal, provavelmente produzida pelas próprias. A membrana celular em contato com a membrana basal apresentava-se espessa e eletrodensa, sugerindo proteínas de adesão, como em desmossomos. Verdadeiros desmossomos ou hemidesmossomos não foram encontrados. |
Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, gentilmente contribuído pelos Drs. Paulo Roland Kaleff, Marcelo Senna Xavier de Lima, Luiz Gustavo da Cunha Peixoto e Antonio Augusto Roth Vargas. |
Para mais imagens deste caso: | TC | HE, colorações, IH |
Mais sobre astrocitomas pilocíticos: |
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