Astrocitoma pilocítico atípico em lobo occipital D, 
com feições angiomatosas, caráter infiltrativo e disseminação liquórica. 
2-A.  Segunda amostra (após 6 meses) - HE 
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Página de resumo do caso.
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Cerca de 6 meses após a primeira cirurgia , o paciente foi reoperado. Nesta segunda amostra, os grandes vasos com trombose vistos no material anterior não foram encontrados. Havia abundante tecido tumoral, que permitiu confirmar o diagnóstico de astrocitoma pilocítico. A neoplasia variava de aspecto conforme a região, tendo sido observadas : áreas de padrão pilocítico propriamente dito com fibras de Rosenthal, padrão protoplasmático sem e com microcistos, concreções calcáreas, e regiões lembrando oligodendroglioma.  Além disso, o tumor infiltrava córtex, substância branca e leptomeninge entre os giros.  Para comentário sobre o significado prognóstico destes achados, clique. 
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Lâmina corada por HE de um dos seis blocos incluídos, escaneada em 600 dpi.  Nela, é possível observar a infiltração tumoral da leptomeninge entre dois giros, e a infiltração do córtex e substância branca a partir da profundidade.  Mais embaixo, mesmo preparado em 1200 dpi e em exame histológico. 

Destaques  da  microscopia (segundo espécime, julho de 2008).
HE.  Infiltração cortical a partir da profundidade Padrão predominante: protoplasmático com microcistos Corpos hialinos
Concreções calcáreas Células lembrando oligodendrócitos  Atipias nucleares
HE.  Infiltração meníngea Masson.  Infiltração meníngea GFAP. Infiltração meníngea
NF.  Infiltração neoplásica do córtex, entre neurônios e axônios  NSE.  Infiltração neoplásica do córtex, entre neurônios remanescentes  CD34. Capilares delicados em áreas protoplasmáticas 
CD34. Capilares anômalos  em áreas pilocíticas  Ki-67. Marcação de escassos núcleos, não raro aos pares  p53. Só raros núcleos positivos
Para destaques do espécime da primeira cirurgia, clique. 
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Astrocitoma  pilocítico.  Infiltração do córtex a partir da profundidade.  A leptomeninge está em cima.  A parte inferior do córtex e a substância branca estão substituídas por tecido tumoral moderadamente celular, com microcistos.  Esta parte corresponde ao padrão protoplasmático do astrocitoma pilocítico.  A parte superficial do córtex contém microcalcificações. 
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Astrocitoma  pilocítico. Padrão protoplasmático com  microcistos. O tumor é constituído por células pequenas regularmente arranjadas, que deixam entre elas espaços (microcistos) preenchidos por material amorfo róseo ou levemente basófilo (lembrando colóide), dando aspecto esponjoso.  Os prolongamentos celulares são curtos e o citoplasma escasso e de limites imprecisos. Os núcleos são pequenos e regulares, com poucas atipias e sem mitoses. 
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Outra área, no giro  vizinho. 
Transição para área lembrando oligodendroglioma.  Áreas de aspecto tipicamente oligodendrocitário são demonstradas abaixo.

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Corpos  hialinos e hialino-granulosos.    Estas inclusões de gotículas proteicas são próprias de tumores astrocitários de baixo grau, como os astrocitomas pilocíticos. Aqui são vistas em áreas protoplasmáticas. 
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Área de padrão protoplasmático sem microcistos, com vasos hialinizados. 

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Córtex infiltrado por tumor com aspecto de oligodendroglioma e concreções calcáreas.  O córtex cerebral destes giros dá idéia do potencial infiltrativo deste astrocitoma pilocítico.  O tumor permeia o córtex, com células arredondadas, de citoplasma claro e vacúolo perinuclear, semelhantes às dos oligodendrogliomas. Há abundantes microcalcificações, também próprias dos oligodendrogliomas, que já haviam sido notadas nos exames de imagem

Área  tumoral lembrando oligodendroglioma.   Nestas áreas corticais o tumor infiltra na forma de pequenas células com núcleo redondo e citoplasma claro, formando halo perinuclear, dando o aspecto 'em ovo frito' característico dos oligodendrogliomas. Este achado é reconhecido em astrocitomas pilocíticos, ver refs abaixo. 

Burger, PC, Scheithauer BW, Vogel FS.  Surgical Pathology of the Nervous System and its Coverings.  4th Ed. Churchill Livingstone, New York, 2002.  p. 208, fig. 4-113. 

Scheithauer BW, Hawkins C, Tihan T, VandenBerg SR, Burger PC. Pilocytic astrocytoma. In  Louis DN, Ohgaki H, Wiestler OD, Cavenee WK (eds.)  WHO Classification of Tumours of the Central Nervous System. 4th Ed.  International Agency for Research on Cancer (IARC), Lyon, 2007.  pp 14-20.

Atipias nucleares, por vezes  acentuadas, eram notadas em algumas áreas.  Estas atipias podem ser encontradas em astrocitomas pilocíticos sem significado de pior prognóstico. Para um caso com atipias excepcionalmente intensas, clique

Área de infiltração leptomeníngea. 

Este fragmento foi cortado transversalmente, dando uma visão tangencial de dois giros e da leptomeninge entre eles. A leptomeninge (pia máter e aracnóide) estão infiltradas pelo astrocitoma pilocítico. 


 
Astrocitoma pilocítico infiltrando leptomeninge.  O tumor cresce livremente na aracnóide entre dois giros, revelando-se pela maior celularidade.  Infiltração leptomeníngea é considerada habitual em astrocitomas pilocíticos e não significa maior malignidade.  Ver comentário
Infiltração meníngea.  As células astrocitárias tumorais que permeiam a meninge são pequenas e, principalmente, de padrão protoplasmático. Há, porém, também áreas de padrão pilocítico mescladas, com fibras de Rosenthal (ver mais abaixo). 

 
Astrocitoma pilocítico infiltrando leptomeninge.  - 

Padrão protoplasmático. 
 

As células têm citoplasma escasso com poucos prolongamentos e sem componente fibrilar. Algumas são vacuoladas, com citoplasma claro lembrando oligodendrócitos. 


 
Astrocitoma pilocítico infiltrando leptomeninge.  - 

Padrão  pilocítico. 
 

As células têm aspecto alongado, com prolongamentos ricos em fibrilas gliais, organizados em feixes multidirecionados.  Observam-se fibras de Rosenthal. 


 
Áreas com padrões justapostos. 

Também na leptomeninge infiltrada, o tumor apresentava alternância dos dois padrões histológicos clássicos do astrocitoma pilocítico, quais sejam o padrão pilocítico propriamente dito e o padrão protoplasmático, já comentados acima.

Justaposição dos dois padrões era comum. 


 
Outro fragmento com  infiltração leptomeníngea. 

 
Áreas ricas em microcalcificações. 

Concreções calcáreas eram mais notadas em áreas corticais próximas ao tumor que no tecido neoplásico propriamente dito. 

Essas pequenas calcificações aparecem compactas na tomografia computadorizada pela superposição das partículas em múltiplos planos. 

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Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Municipal Mário Gatti, de Campinas, gentilmente contribuído pelo Dr. Evandro Maciel Pinheiro e residentes. Campinas, SP.
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Para mais imagens deste caso:
Página de resumo  do caso

Texto sobre astrocitomas pilocíticos

TC RM Espécime 1 : macro, HE
Espécime 1 :  Colorações especiais  IH Espécime 2 : Tricrômico de Masson IH
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