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Tumor neuroectodérmico primitivo (PNET) fronto-temporal. - 7. Microscopia eletrônica

Microscopia eletrônica é usada para examinar a intimidade do tecido, a morfologia geral e organelas das células, e suas relações entre si e com o interstício. A preservação ultraestrutural no caso foi boa porque o material foi coletado da biópsia para congelação, recém-chegado a fresco do centro cirúrgico e fixado imediatamente em líquido de Karnovsky.

Destaques da microscopia eletrônica.

Células neoplásicas primitivas, cromatina bem distribuída, nucléolos pequenos ou ausentes	Citoplasma escasso, poucas organelas, células em contato por suas membranas, sem complexos juncionais	Neurópilo tumoral - prolongamentos celulares justapostos multidirecionados


Mitose	Fibras elásticas no interstício	Fibras elásticas perivasculares


Clique para destaques da HE, colorações especiais e imunohistoquímica.

Aspecto geral do tumor.

Em aumento fraco, observam-se células neoplásicas em contato através de suas membranas, e numerosos prolongamentos celulares seccionados em diversos planos e com variada eletrodensidade e composição de organelas.

Em maior aumento, os prolongamentos celulares fazem contato direto entre si e com os pericários das células vizinhas, sem deixar espaço extracelular visível na maioria dos campos. Não se notam complexos juncionais entre membranas adjacentes. Os núcleos das células neoplásicas mostram cromatina fina e uniformemente distribuída, com adensamento junto à membrana nuclear, por vezes lembrando um pequeno botão. Nucléolos, quando presentes, são pequenos. Em alguns núcleos há indentações profundas da membrana nuclear.

O citoplasma das células neoplásicas é eletrolucente e contém complemento relativamente modesto de organelas, incluindo mitocôndrias, retículo endoplasmático liso e rugoso, e ribossomos livres. Não foram observados cílios, corpos basais ou microvilos, que pudessem sugerir diferenciação ependimária. O caráter primitivo das células e ausência de sinapses é compatível com a impressão em HE, colorações especiais e imunohistoquímica de que se trata de um tumor neuroectodérmico primitivo ou PNET.

Prolongamentos celulares justapostos, seccionados em vários planos, preenchem a maior parte do espaço entre os corpos celulares, à maneira de um neurópilo. Não se observam complexos juncionais entre eles, nem sinapses, mesmo rudimentares. O citoplasma destes prolongamentos tem textura geralmente frouxa ou eletrolucente, com composição variável de organelas. Na maior parte, são percorridos por filamentos e microtúbulos, com perfis ramificados do retículo endoplasmático liso e mitocôndrias esparsas. Uns poucos são mais densos e parecem conter filamentos intermediários. Em alguns campos, observam-se alargamentos do espaço extracelular contendo material finamente granuloso ou filamentoso, e, por vezes, estruturas lembrando fibras elásticas (ver abaixo).

A densa aposição de prolongamentos celulares de diferentes texturas, em íntimo contato, praticamente sem deixar espaço extracelular, lembra o neurópilo do córtex cerebral. Para córtex cerebral humano normal em microscopia eletrônica, clique.

Mitose. Uma única mitose observada tem padrão habitual. São notados dois grupos de cromossomos, aparentemente em separação a caminho dos polos celulares (portanto, deve tratar-se de uma anáfase). No grupo maior, à esquerda na foto, é possível visualizar a inserção dos microtúbulos do fuso mitótico, que convergem a um ponto fora do plano de corte (presumivelmente, um centríolo). Cisternas paralelas do retículo endoplasmático liso em arranjo concêntrico circundam os cromossomos. Algumas mitocôndrias esparsas são encontradas no citoplasma, inclusive junto aos cromossomos condensados. Para outros exemplos de mitoses em microscopia eletrônica de tumores neuroectodérmicos, clique : (1)(2)(3)(4).

Fibras elásticas no interstício do tumor. Em certos pontos do espaço extracelular alargado foram observados grumos de material eletrodenso de contorno irregular, que recordam o aspecto ultraestrutural de fibras elásticas. O achado foi confirmado por colorações especiais (Verhoeff e Weigert-Van Gieson), e é descrito na literatura em ependimomas. Clique para um caso de ependimoma com numerosas rosetas, cujo centro é preenchido por fibras elásticas. Clique para breves textos sobre fibras elásticas, colágenas e reticulínicas.

As fibras elásticas eram encontradas no interstício, aparentemente livres, não circundadas por membranas. A substância homogênea e eletrodensa é ultraestruturalmente semelhante à elastina, e estava associada a um componente finamente fibrilar que recordava as microfibrilas características das fibras elásticas.

Fibras elásticas em distribuição perivascular.

Em certos campos, observava-se material eletrodenso com as características de elastina junto a paredes de vasos do tumor, às vezes em associação às fibras colágenas. Tal achado é descrito na literatura, não em PNETs, mas em ependimomas. O encontro do elástico neste caso pode ser indicativo de diferenciação ependimária em um tumor predominantemente imaturo.

Comparação entre microscopia eletrônica e um campo corado por Verhoeff. Para mais imagens com esta coloração, e com a análoga Weigert-van Gieson, clique. No Verhoeff, as fibras colágenas são coradas em róseo, e as elásticas em negro. A coexistência das duas na parede vascular, demonstrada pelas técnicas especiais em parafina, é confirmada na microscopia eletrônica. Para breves textos sobre fibras colágenas e elásticas, clique.

Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas, Sras. Marilúcia Ruggiero Martins e Geralda Domiciana de Pádua. A elas, nossos agradecimentos.

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Para página de resumo deste caso, comentário e textos: PNETs supratentoriais, fibras elásticas, nestina
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IH : GFAP, VIM	IH : nestina, S-100, CD56	IH : SNF, cromogranina, NF, EMA	IH : AE1AE3, 1A4, CD34, Ki-67, p53