Xantoastrocitoma  pleomórfico  occipital  periventricular - 
5.  Recidiva após 5 anos - segunda amostra, 2006 : Macro, HE, colorações
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Masc. 15 anos em 1998, quando da primeira consulta, 22 anos em 2006 (quando da segunda cirurgia). Para história clínica e página de resumo do caso, clique
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Espécime.  O tumor operado em 2001 mostrou recidiva incipiente na margem da lacuna cirúrgica em 2005 e havia crescido consideravelmente em 2006, quando foi reabordado. O novo espécime consistia de nódulo único com cerca de 5 cm no maior diâmetro, superfície lisa finamente lobulada, consistência firme e elástica. Ao corte, superfície branca e relativamente homogênea, com focos mais deprimidos e pardacentos compatíveis com necrose. 
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Segunda amostra, destaques  da  microscopia. 
HE.  Arquitetura exclusivamente fusocelular. Ausência de pleomorfismo, multinucleação, vacuolização.  Masson. Fibras colágenas entre as células neoplásicas e formando manguitos perivasculares.  Reticulina. Fibras reticulínicas entre as células neoplásicas e formando manguitos perivasculares. 
GFAP.  Positividade citoplasmática difusa e universal. VIM. Idem.  S-100.  Positividade nuclear e citoplasmática variável
NSE. Positiva nuclear e/ou citoplasmática em pequena parcela das células. NF. Positiva citoplasmática em poucas células. Cromogranina. Idem. 
CD34.  Positivo em vasos, negativo no tumor. Ausência de proliferação endotelial.  Ki-67. Positividade em cerca de 10% dos núcleos das células neoplásicas.  p53. Positivo só em raros núcleos. 
Para destaques da HE, colorações especiais e imunohistoquímica da primeira amostra (de 5 anos antes), clique.
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HISTOLOGIA  -  HE
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Predomínio de arquitetura fusocelular. 

Este segundo espécime diferia do inicial, de 5 anos antes, pelo predomínio quase absoluto de células fusiformes arranjadas compactamente em feixes multidirecionados.  O caráter pleomórfico, com células multinucleadas e núcleos aberrantes, era virtualmente ausente.

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Mitoses.   A taxa mitótica era maior que no primeiro espécime, inclusive com raras mitoses atípicas. Mesmo assim, havia poucas figuras de mitose. 
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COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico de Masson. 

Como na primeira amostra de 5 anos antes, a atual também apresentava fibras colágenas entre as células neoplásicas em quantidade variável conforme a área, justificando a consistência firme do espécime macro.  O colágeno cora-se em azul, destacando-se das células, que aparecem em róseo arroxeado.  A ocorrência de fibras colágenas e reticulínicas é uma das características clássicas do xantoastrocitoma pleomórfico (ver texto). 

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As fibras colágenas se concentravam em torno de vasos e na periferia dos feixes multidirecionados que compunham o tumor. 
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Reticulina. 

Fibras reticulínicas e colágenas são intimamente aparentadas, ambas compostas de diferentes tipos de fibrilas da proteína colágeno.  Neste tumor, a distribuição das fibras reticulínicas, demonstradas pela impregnação argêntica de Gomori,  era semelhante à das fibras colágenas vistas com o tricrômico de Masson, acima. 

Havia maior concentração de fibras reticulínicas em volta de vasos, formando manguitos. Em outras áreas, as fibras dispunham-se intercaladamente às células neoplásicas. 

Para breve texto sobre fibras colágenas e reticulínicas, clique.  Para as técnicas do tricrômico de Masson (para colágeno) e da impregnação pela prata de Gomori (para reticulina), clique. 
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Fibras do tecido conjuntivo. 

As fibras do tecido conjuntivo são de três tipos : colágenas, elásticas e reticulínicas.  As colágenas e reticulínicas são variedades de colágenos fibrilares (respectivamente tipos I e III).  Os colágenos são sintetizados em grandes quantidades por células do tecido conjuntivo, como fibroblastos e osteoblastos, e secretados para o espaço extracelular, onde ocorre a polimerização para formar as fibrilas. São os principais componentes da pele e ossos, e as proteínas mais abundantes do corpo em mamíferos, onde correspondem a 25% da massa total de proteína. 

Fibras colágenas. 

As fibras colágenas são o tipo principal e mais abundante. São flexíveis e têm alta resistência a estiramento. Com microscopia óptica, aparecem como estruturas onduladas de espessura variável e comprimento indefinido, que se coram pela eosina e pelo azul de anilina, este usado no tricrômico de Masson. 

Em microscopia eletrônica, as fibras colágenas consistem de feixes de subunidades cilíndricas de comprimento longo, as fibrilas colágenas. A espessura (diâmetro transversal) das fibrilas colágenas é variável, mas podem chegar a cerca de 200 nm em tendões ou outros tecidos que suportam forças tenseis.  As fibrilas mostram estriações transversais muito próximas, que se repetem a cada 68 nm ao longo da fibrila.  Este bandeamento reflete o arranjo escalariforme das moléculas da proteína colágeno. 

Cada molécula de colágeno mede cerca de 300 nm de comprimento e 1,5 nm de espessura e é formada por 3 cadeias polipeptídicas (cadeias alfa), arranjadas em tripla hélice. Exceto em suas extremidades, cada terceiro aminoácido da cadeia é uma glicina. A posição X após uma glicina é freqüentemente ocupada por uma prolina, e a posição Y precedendo uma glicina é freqüentemente ocupada por uma hidroxiprolina.  A alta proporção destes aminoácidos é essencial para a conformação em tripla hélice. A glicina, sendo o menor dos aminoácidos (só um hidrogênio como cadeia lateral), permite a íntima associação das três cadeias alfa que formam a tripla hélice. A prolina tem estrutura em anel, que estabiliza a conformação em hélice de cada cadeia alfa. 

As cadeias alfa não são iguais e, de acordo com diferenças químicas entre elas, mais de 18 tipos de moléculas de colágeno já foram descritas. 

O colágeno mais comum é o tipo I, que responde por mais de 90% do colágeno do corpo. É um dos principais constituintes da pele (derma), ossos, ligamentos, tendões, fascias, esclera do globo ocular, dentina, e cápsulas dos órgãos. Sua principal propriedade é resistência à tensão.  No colágeno tipo I uma das cadeias alfa difere das outras duas.  Associados à cadeia de aminoácidos há grupos açúcar ligados covalentemente aos resíduos de hidroxilisina.  Por isso o colágeno é, na verdade, uma glicoproteína. 

Fibras reticulínicas.

As fibras reticulínicas são intimamente aparentadas às fibras colágenas porque ambas consistem de fibrilas colágenas. Contudo, as fibrilas (subunidades) nas fibras reticulínicas são de diâmetro bem menor, da ordem de 20 nm (em comparação com 200 nm das fibrilas constituintes das fibras colágenas).  Não formam feixes, mas estão dispersas isoladamente em uma matriz de substância fundamental, e têm proporção maior de grupos açúcar. 

Fibras reticulínicas não são identificáveis em cortes de parafina corados por HE. Podem ser demonstradas na reação do PAS em função do componente glicídico e, preferentemente, por técnicas de impregnação argêntica, onde aparecem em preto (daí, chamadas fibras argirofílicas). Com a mesma técnica, fibras colágenas se coram mais claras, em marrom. 

As fibras reticulínicas correspondem ao colágeno do tipo III. São encontradas formando um retículo entre as células de vários órgãos, como fígado, baço, rim, pulmão, útero, etc. Também ocorrem entre as células musculares lisas de vasos e no endonêurio. Dão suporte estrutural e elasticidade aos órgãos parenquimatosos. 

Fibras elásticas.   Para breve texto, clique

Fontes : 

  • Ross MH, Reith EJ, Romrell LJ:  Histology. A Text and Atlas.  2nd Ed.  Williams & Wilkins, Baltimore, 1989.  pp. 87-90.
  • Alberts B et al. Molecular Biology of the Cell.  5th Ed. Garland Science, New York, 2008. pp. 1184-6. 
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Para página de resumo , mais imagens deste caso e
textos: xantoastrocitoma pleomórficofibras do tecido conjuntivo
RMs 1999 e 2001 1a. amostra: HE Colorações  IH: 
GFAP, VIM, NSE, NF
IH : 
CD34, Ki67, p53
RMs 2005 e 2006 2a. amostra: macro, HE, colorações IH
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Características de imagem dos xantoastrocitomas Textos sobre xantoastrocitoma pleomórfico (1) (2) Xantoastrocitomas - mais casos: neuroimagem, neuropatologia
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