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4. Área de sarcoma. HE, colorações especiais. |
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Masc. 63. a. A área de sarcoma deste gliossarcoma diferia substancialmente da região de glioblastoma multiforme discutida nas outras páginas. No sarcoma havia considerável homogeneidade, ao contrário da variabilidade de formas celulares encontradas no glioblastoma. Predominavam células fusiformes relativamente monótonas, arranjadas em feixes multidirecionados, variando a celularidade (densidade de células por unidade de área). Mitoses eram mais numerosas, mas quase sempre típicas. Os vasos eram finos e espaçados, não se notando a proliferação capilar característica do glioblastoma. Havia também ilhotas de células de aspecto astrocitário espaçadas entre as células fusiformes, melhor observadas no tricrômico de Masson, e na imunohistoquímica para GFAP e S-100. |
Masc. 63
a. Clique para dados clínicos,
RM, espécime macro.
Microscopia :
Área de glioblastoma. HE, Masson, reticulina, GFAP, NF, SNF, cromogranina, CD34, 1A4, Ki67, p53. Área de gliossarcoma. HE, Masson, reticulina, GFAP, S-100, VIM, CD34, 1A4, Ki67, p53. |
Destaques da microscopia. | ||
HE. Área de sarcoma. Caráter fusocelular formando feixes, regularidade | Mitoses, quase sempre típicas | Vasos, esparsos, finos, não proliferados |
Necrose focal | Grupamentos astrocitários | Masson. Aspecto fusocelular, riqueza em fibrilas colágenas |
Grupamentos astrocitários sem colágeno | Reticulina. Riqueza em fibras reticulínicas ao longo das células neoplásicas. | Grupamentos astrocitários sem reticulina |
Outros
destaques:
Área de sarcoma - imunohistoquímica. Área de glioblastoma - HE, colorações especiais, imunohistoquímica. |
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HE. Células fusiformes. O aspecto é de um sarcoma (tumor maligno de células conjuntivas) sem outra especificação, como poderia ser observado em um fibrossarcoma ou um leiomiossarcoma. Havia grande regularidade celular, praticamente não se observavam atipias. |
Mitoses. Numerosas, na grande maioria típicas. | |
Vasos. Diferentemente da área de glioblastoma, os vasos eram relativamente escassos, de paredes finas, sem proliferação endotelial ou trombose. Não foram observados pseudoglomérulos. |
Necrose. Relativamente poucas áreas de necrose foram encontradas. Observa-se rarefação da celularidade e transição mais ou menos abrupta para necrose coagulativa. |
Grupos de astrócitos. Uma feição curiosa, que chamava pouca atenção em HE, eram grupamentos arredondados, bem delimitados de células estreladas, com morfologia astrocitária. Sua efetiva diferenciação ou natureza glial ficou clara na imunohistoquímica para GFAP e S-100. Lá também se observou diferenciação astrocitária em células individuais, mescladas casualmente entre os elementos sarcomatosos. | |
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Tricrômico de Masson. Como cora o colágeno em azul (para procedimento técnico, clique), o tricrômico de Masson demonstra as finas fibrilas colágenas produzidas pelas, e intercaladas às, células fusiformes do componente sarcomatoso. São fibras delicadas, levemente onduladas, e dão a firmeza e elasticidade observadas no nódulo neoplásico macroscopicamente. O aspecto microscópico é superponível ao de qualquer sarcoma de outra linhagem ou topografia, como um fibrossarcoma. |
Masson, células fusiformes. Notar a acentuada diferença desta área do tumor em relação ao glioblastoma, onde o colágeno está praticamente restrito aos vasos proliferados. Não há colágeno entre as células neoplásicas de natureza glial. | |
Masson, grupos de astrócitos. No Masson, os grupamentos astrocitários salpicados em meio ao componente sarcomatoso chamam a atenção por sua cor vermelha, de forma muito mais nítida que na HE. Aqui, a diferença de cor proporcionada pela coloração especial ajuda a destacar o componente glial do conjuntivo e mostrar que ambos coexistem lado a lado nas áreas sarcomatosas. Nas áreas de glioblastoma, contudo, não há células sarcomatosas. |
Masson, grupos de astrócitos. Os astrócitos dos grupamentos, curiosamente, não mostram a ampla gama de atipias vistas na parte de glioblastoma. São relativamente regulares, freqüentemente com padrão gemistocítico. Nos grupamentos não há fibras colágenas, abundantes no tecido sarcomatoso em volta. | |
Reticulina. Áreas fusocelulares. Como em qualquer sarcoma, as células neoplásicas produzem abundantes fibras reticulínicas, paralelamente às fibras colágenas (do tipo I) demonstradas no tricrômico de Masson. A reticulina é uma variedade de colágeno (colágeno do tipo III) que se impregna pela prata, aparecendo em negro na técnica de Gomori (para procedimento, clique). A disposição e distribuição de ambos, colágeno e reticulina são semelhantes. Para breve texto sobre estas fibras extracelulares do tecido conjuntivo, clique. |
Grupos de astrócitos. Os agrupamentos astrocitários já documentados em HE e em tricrômico de Masson não contêm fibras reticulínicas e, portanto, destacam-se em tom mais claro em relação às áreas de células sarcomatosas ricas em reticulina. A ausência de reticulina seria esperada, pois astrócitos não produzem proteínas intersticiais do tecido conjuntivo (colágeno ou reticulina). | |
Agradecimentos. Caso do Hospital Santa Casa de Limeira, SP, enviado e gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes do Serviço de Neurocirurgia. Processamento histológico e lâminas HE pelo pessoal do Laboratório de Rotina: Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul e Vanessa Natielle Pereira de Oliveira. Colorações especiais pela técnica Tayna Takahashi Santos. Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Campinas, SP. |
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