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2. Imunohistoquímica |
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Masc. 46a. Clique para TC, RM, espécime macro, destaques da microscopia, HE, GH (texto), prolactina, AE1AE3, Ki67, microscopia eletrônica. |
GH. A reação imunohistoquímica para hormônio de crescimento (GH = growth hormone) foi surpreendentemente negativa no adenoma eosinófilo, exceto em raras células isoladas. Uma orla de tecido hipofisário remanescente serviu de controle interno positivo. Ver texto. |
Restos de tecido hipofisário na periferia. Contém numerosas células positivas para GH, presumivelmente pertencentes à adenohipófise comprimida pelo tumor. Foram importantes para confirmar a validade da reação, ou seja, que a negatividade para GH no tumor era genuína, não decorrente de problema técnico. | |
Adenoma eosinófilo. Exceto raras células isoladas ou em pequenos grupos, as células do adenoma eosinófilo foram quase todas negativas para GH. O encontro destas células isoladas também corroborou a legitimidade da reação, pois poderia ser argumentado que o centro da peça teria ficado mal fixado. Células isoladas positivas no meio do adenoma foram também observadas com AE1AE3. |
Achados
discrepantes com GH.
A observação surpreendente no presente caso foi a ausência de positividade para hormônio de crescimento (GH ou HGH) no macroadenoma. O paciente apresentava valores aumentados de GH e IGF-1 no plasma e quadro clássico de acromegalia. Na microscopia eletrônica, as células do adenoma estavam abarrotadas de grânulos secretórios. Seria de se esperar que o citoplasma, intensamente eosinófilo, fosse fortemente positivo na imunohistoquímica para GH. Contudo, há referência na literatura de achado semelhante. Schroeder JL et al. descreveram 5 pacientes acromegálicos com negatividade na reação para GH no tumor. Dentre 136 pacientes tratados cirurgicamente para acromegalia num período de 10 anos, esses 5 casos representaram 3,7 %. A explicação para a discrepância não fica clara. No presente caso, as células do tumor certamente produziram GH, pois o paciente tinha clínica de síndrome acromegálica, e os níveis séricos de GH (12,10 ng/ml) estavam cerca de 3 vezes superiores ao máximo normal para o método, de 4,72 ng/ml. O GH secretado no presente caso certamente atuou sobre o fígado induzindo a produção de IGF-1, cujos níveis no paciente (695 ng/ml) estavam o triplo do máximo normal de 230 ng/ml. IGF-1 (insulin-like growth factor 1) ou somatomedina C é uma proteína produzida no fígado em resposta ao GH hipofisário. É um polipeptídeo com seqüências altamente semelhantes às da insulina. Induz crescimento corporal, desenvolvimento da musculatura, aumenta síntese proteica, reduz o nível de glicose no sangue, e reduz a gordura corporal. Do ponto de vista imunohistoquímico, foi afortunado que, na periferia do bloco, havia um remanescente de hipófise normal, com células que reagiram positivamente para GH, servindo de controle interno. Propomos hipoteticamente que o GH secretado pelo tumor, embora fisiologicamente ativo, poderia portar uma mutação que tornasse o epítopo chave para a reação não reconhecível pelo anticorpo. Fonte. Schroeder JL et al. Absence of immunostaining for growth hormone in a subset of patients with acromegaly. Pituitary (2014) 17:103–108. |
Prolactina. Periferia do adenoma mostra orla de adenohipófise comprimida com numerosas células prolactina positivas. Os resultados praticamente se superpõem aos com GH, acima. |
AE1AE3. Este coquetel de anticorpos contra citoqueratinas (para breve texto, clique) marca células da adenohipófise como células epiteliais em geral. É também habitualmente positivo em adenomas da hipófise (clique para exemplo). Aqui observamos marcação das células da adenohipófise remanescente, mas positividade apenas para células isoladas do adenoma. Nisto é comparável à reação para GH. Assim, é de interesse que as células deste adenoma de hipófise foram negativas não só para todos os outros hormônios testados (ACTH, TSH e LH), mas também para citoqueratinas. A razão para este comportamento ficou obscura. |
AE1AE3. Adenoma. O adenoma de hipófise era negativo para AE1AE3 exceto por células isoladas ou alguns agrupamentos. |
Ki-67. Apesar do grande tamanho do adenoma, só muito poucas células esparsas (< 1%) foram positivas para o marcador de proliferação celular Ki67, indicando crescimento lento do tumor. | |
Agradecimentos. Caso estudado em colaboração com o Prof. Fábio Rogério, FCM-UNICAMP. Procedimentos imunohistoquímicos pelo pessoal do Laboratório de Rotina: Luis Felipe Billis e Thainá Milena Stela de Oliveira. Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | ||||
TC, RM | Macro | HE | IH - GH (texto), prolactina, AE1AE3, Ki67 | ME.
Texto : grânulos de secreção. |
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