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de hemisfério cerebral. 4. Imunohistoquímica para classe III beta-tubulina, CD56, S-100, NF |
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Fem. 43 a. Clique para exames de imagem, HE 1a. amostra, HE 2a. amostra, colorações especiais : Masson, reticulina, reticulina + safranina, imunohistoquímica : GFAP, VIM, nestina, tubulina, CD56, S-100, NF, CD68, HAM-56, CD3, CD20, CD34, 1A4, Ki67, p53. Mitoses atípicas. Anticorpos negativos. Microscopia eletrônica. Comentário sobre o caso. |
Tubulina.
Positividade em células neoplásicas. Classe III beta tubulina é considerada um marcador confiável de linhagem neuronal. Aqui observamos positividade nítida no citoplasma de grande parte das células neoplásicas, com variações. Há também muitas negativas. Para breve texto sobre este marcador, clique. |
Como valorizar a positividade para tubulina ? Em conjunto com a positividade para CD56, S-100 e GFAP, a positividade para tubulina mostra expressão de antígenos neurais nas células neoplásicas, reforçando a tese de que se trata de um PNET. Contudo, é difícil tomar a tubulina como evidência firme de diferenciação neuronal, pois isto só é válido em tecido nervoso maduro. Em tumores, há neoplasias gliais que expressam tubulina, aparentemente em direta proporção com a malignidade (ver texto abaixo). Melhor considerar que este é um tumor muito primitivo, e que as células neoplásicas podem expressar aberrantemente diversos antígenos, mesmo a tubulina, que, em adultos, é praticamente exclusiva da linhagem neuronal. |
Tubulina.
Positividade no tecido nervoso limítrofe e em axônios.
Como esperado, o tecido nervoso que faz fronteira com o tumor foi positivo, não em astrócitos, mas em axônios (portanto, em prolongamentos neuronais). Axônios positivos entre células neoplásicas (negativas) foram facilmente identificados em grande aumento. Este achado enfatiza a afinidade do marcador por células de linhagem neuronal em tecido nervoso maduro.
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Beta-tubulina
classe III
Tubulinas pertencem a uma família de proteínas globulares, cujos membros mais comuns são a alfa e a beta tubulina, constituintes dos microtúbulos. Cada uma tem peso molecular de aproximadamente 55 kD. Os microtúbulos são formados por dímeros de alfa e beta tubulina. A beta-tubulina classe III é expressada exclusivamente em neurônios, sendo um marcador muito empregado para este tipo de células. É abundante no cérebro, tanto na fase fetal como na pós natal. Tanto a expressão como o processamento pós-translacional da beta-tubulina classe III são considerados essenciais em todos estágios da diferenciação neuronal (Fanarraga et al. 1999) e seria um dos eventos mais precoces indicadores do comprometimento de células para a linhagem neuronal (Jirásek et al. 2002) No sistema nervoso central de adultos, a distribuição da beta-tubulina classe III é específica para neurônios, não estando presente em células gliais normalmente diferenciadas. Em tumores neurais, contudo, há alteração dos padrões de expressão. Em tumores do tipo embrionário neuronal / neuroblástico, como meduloblastomas, expressão da beta-tubulina classe III está associada com diferenciação neuronal e diminuição da proliferação celular. Em contraste, em gliomas ocorre o contrário, com expressão da proteína estando associada a graus mais altos de malignidade e altos índices proliferativos. Esta expressão é interpretada como aberrante, e representaria uma desdiferenciação, associada com aquisição de fenótipo de células progenitoras gliais. Portanto, do ponto de vista diagnóstico, a detecção de beta-tubulina classe III em células neoplásicas não deve ser tomada como evidência categórica de diferenciação neuronal divergente em tumores fenotipicamente gliais (Katsetos et al. 2003). Vários tipos de tumores gliais expressam beta-tubulina classe III, entre eles o glioblastoma multiforme de células gigantes e o xantoastrocitoma pleomórfico (Martinez-Diaz et al., 2003). Também é relatada no glioblastoma multiforme (GBM) (Katsetos et al. 2003, Yan et al, 2011) e em oligodendrogliomas (Katsetos et al. 2002). Expressão de marcadores neuronais é uma feição comum dos GBMs. Em um estudo, 45 de 82 GBMs (54,8%) expressaram pelo menos um marcador neuronal, sendo sinaptofisina o mais freqüente (Donev et al, 2010). Em meduloblastomas, há alta expressão de beta-tubulina classe III (91%), superando a sinaptofisina (75%) (Maraziotis et al, 1992). É também largamente positiva em tumores neuroendócrinos do trato gastrointestinal (83%) (Jirásek et al. 2002). Referências
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CD56.
CD56, ou NCAM (neural cell adhesion molecule) é amplamente expressado em tecidos neurais e neuroendócrinos, inclusive vários tumores. Para breve texto sobre este marcador, clique. Aqui, foi positivo em padrão membrana em muitas células deste PNET central. Há também muitas células negativas. |
CD56. Positividade em células neoplásicas. Marcação da membrana externa de células neoplásicas, freqüentemente em grupos. | |
CD56. Mitoses. O tumor exibia impressionante atividade mitótica, tanto de figuras típicas como atípicas. Mitoses foram observadas tanto em células positivas como negativas para CD56. | |
S-100.
A proteína S-100 (para breve texto, clique) tem ampla distribuição em tecidos humanos, incluindo glia, neurônios, e células derivadas da crista neural, como células de Schwann e melanócitos. Aqui foi positiva irregularmente e em pequenos grupos de células neoplásicas deste PNET, com marcação variável, nuclear e citoplasmática, só nuclear ou só citoplasmática. A marcação incluiu também alguns astrócitos reacionais pré-existentes. |
S-100. Positividade nuclear e citoplasmática, ou só nuclear. | |
S-100. Positividade só citoplasmática. | |
S-100. Positividade em células pré-existentes. Identificáveis pelo citoplasma amplo e núcleo excêntrico, lembrando astrócitos gemistocíticos. | |
NF.
Proteína de neurofilamento foi totalmente negativa nas células neoplásicas, e positiva na periferia do tumor, onde marcou axônios do tecido nervoso limítrofe. A reação foi útil para demonstrar a boa delimitação da neoplasia, que contrasta com as fronteiras imprecisas de um glioma maligno. Alguns axônios aprisionados pela atividade infiltrativa do tumor são também demonstrados. |
Agradecimentos. Caso trazido em consulta e gentilmente contribuído pela Dra. Rita Barbosa de Carvalho, Laboratório PC&C. Preparações imunohistoquímicas deste caso pelas técnicas Ana Cláudia Sparapani Piaza e Arethusa de Souza, Laboratório de Pesquisa, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso e comentário. | ||||
TC pré-op | RM 2½ meses pós op | HE 1a. amostra | HE 2a. amostra | Colorações especiais |
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