Neupatimagem-UNICAMP

Ganglioglioma em corno posterior do ventrículo lateral esquerdo.
3. Marcadores neuronais -
Sinaptofisina, cromogranina, neurofilamento, MAP2, NeuN

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Fem. 16 a 9 m. Clique para RM, macro, HE, GFAP, vimentina, sinaptofisina, cromogranina, neurofilamento, MAP2, NeuN, CD34, Ki67, p53.

Marcadores neuronais. É digno de nota que, dos 5 marcadores neuronais pesquisados, 4 reagiram em células isoladas do tumor, quase sempre pequenas, de aspecto rudimentar, que poderiam facilmente passar por astrócitos imaturos. O achado reforça o interesse de estudar marcação neuronal em astrocitomas pilocíticos, especialmente fora dos locais habituais de ocorrência, como no presente caso (no ventrículo lateral). Embora astrocitomas pilocíticos e gangliogliomas sejam ambos grau I da OMS, há que prevalecer o diagnóstico correto.

É também de interesse que os resultados com diferentes marcadores geralmente não são coincidentes - um deles pode ser extensamente positivo, e outros negativos ou marcando só células isoladas. A observação não é surpreendente, pois são proteínas diferentes, com funções diferentes nas células, e podem estar sendo sintetizadas ou não, como qualquer proteína. Por exemplo, sinaptofisina e MAP2 são dos mais sensíveis, e detectam células imaturas. Já neurofilamento pode ser negativo no mesmo espécime, pois é produzido em fases mais avançadas da maturação celular (em que se formam os prolongamentos, dendritos ou axônios).

Sinaptofisina.

Este marcador para uma proteína participante de vesículas sinápticas é positivo em células com diferenciação neuronal ou neuroendócrina. A marcação foi observada apenas nas áreas protoplasmáticas, demonstrando que parte das células apresentam características neuronais. Isto documenta o tumor como ganglioglioma, e não como astrocitoma pilocítico.

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Cromogranina. Outra proteína associada a vesículas sinápticas, cromogranina confirmou os achados com sinaptofisina, contribuindo para fundamentar o diagnóstico de ganglioglioma. Há áreas ricas em células positivas, outras totalmente negativas. Infiltrados inflamatórios perivasculares são comuns em gangliogliomas.

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NF. O anticorpo contra proteína de neurofilamento, um filamento intermediário produzido por neurônios e axônios, é de grande valia para demonstrar estes prolongamentos neuronais. Aqui, o utilizamos para documentar o caráter infiltrativo deste ganglioglioma. O tumor está situado no corno posterior (occipital) do ventrículo lateral, mas, apesar do aspecto bem delimitado na RM, infiltra extensamente a substância branca, divulsionando axônios de diferentes calibres. Vários têm aspecto 'em contas de rosário', indicando sofrimento celular e distúrbio do fluxo axonal.





Neurofilamento. Marcação de células neoplásicas. Este foi o único grupamento de células tumorais positivas para neurofilamento, ao contrário da marcação mais extensa com sinaptofisina e cromogranina (links). O achado não é estranhável, pois, embora de linhagem neuronal, são proteínas diferentes que podem ou não ser expressadas pelas células. A expressão de neurofilamento é encontrada em células em estágio de maturação neuronal mais avançada.

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MAP2. Proteína associada a microtúbulos (MAP2) marca neurônios e seus prolongamentos. Neste ganglioglioma, há marcação de pequenas células rudimentares, com citoplasma escasso, às vezes formando prolongamentos, e núcleo de cromatina frouxa, que pode conter nucléolo. A linhagem neuronal passaria totalmente despercebida, não fosse pela reação imunohistoquímica.

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NeuN. Este anticorpo marca neurônios, mais fortemente no núcleo, mas também no citoplasma. Aqui recapitula achados com MAP2, salientando células pequenas, que contrastam com outras negativas (em azul).

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Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. Preparações histopatológicas e imunohistoquímicas pelos técnicos do Laboratório de Patologia daquele hospital - Srs. Aparecido Paulo de Moraes e Irineu Mantovanelli Neto.

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Para mais imagens deste caso:	RM	Macro, HE, áreas pilocíticas	HE, áreas protoplasmáticas / microcísticas
Para mais imagens deste caso:
GFAP, vimentina	Sinaptofisina, cromogranina,	Neurofilamento, MAP2, NeuN	CD34, Ki67, p53