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de hemisfério cerebral. 1a. HE (primeira amostra) |
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Fem. 43 a. Clique para exames de imagem, HE 1a. amostra, HE 2a. amostra, colorações especiais : Masson, reticulina, reticulina + safranina, imunohistoquímica : GFAP, VIM, nestina, tubulina, CD56, S-100, NF, CD68, HAM-56, CD3, CD20, CD34, 1A4, Ki67, p53. Mitoses atípicas. Anticorpos negativos. Microscopia eletrônica. Comentário sobre o caso. |
Destaques da microscopia. | ||
Primeira amostra. HE | ||
Lâminas escaneadas | Aspecto geral do tumor | Área interna de neoplasia indiferenciada |
Atipias, mitoses | Necrose, apoptose | Infiltrado linfocitário / macrofágico na periferia |
Segunda amostra. HE | ||
Lâminas escaneadas | Proliferação vascular no tumor | Atipias, mitoses |
Interface com tecido nervoso - astrócitos gemistocíticos | Proliferação vascular no tecido nervoso limítrofe | Nódulo neoplásico isolado e bem delimitado |
Colorações especiais. | ||
Tricrômico de Masson | Reticulina | Reticulina + safranina |
x | ||
Para destaques da imunohistoquímica, microscopia eletrônica, clique | ||
Tentativa de correlação entre a tomografia computadorizada com contraste, imagem escaneada da lâmina e microscopia em aumento fraco. A área impregnada corresponde ao tumor, onde há pequenos vasos anômalos com perda da função de barreira hemoencefálica. Os fragmentos mantinham a curvatura original da lesão. A cor basófila indicava alta celularidade. |
Lâminas escaneadas. Os fragmentos alongados de tecido tumoral correspondiam à periferia viável da lesão. A parte interna, da qual só havia resquícios, era necrótica e/ou continha sangue. A periferia fazia limite abrupto com o tecido nervoso em torno, chamando atenção a boa delimitação. | |
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Aspecto
geral.
Neoplasia altamente celular, constituída por células pequenas e densamente arranjadas, relativamente bem delimitada do tecido nervoso da periferia. |
Neoplasia
maligna indiferenciada.
Nas regiões mais internas, o tumor mostrava-se formado por células com núcleos hipercromáticos, ovalados, e citoplasma escasso de limites imprecisos. As células formavam finos prolongamentos, que se perdiam num fundo fibrilar, próprio das neoplasias neuroectodérmicas. Não se observava diferenciação astrocitária. O caráter primitivo levantou a hipótese de um tumor neuroectodérmico primitivo ou PNET, depois fundamentado pelos estudos imunohistoquímicos (páginas seguintes). Clique para textos sobre PNETs supratentoriais (1) (2). |
Atipias. Em meio às células menores observam-se algumas maiores, mais aberrantes e/ou multinucleadas. | |
Mitoses. Havia intensa atividade mitótica, com várias mitoses atípicas. | |
Vasos. A maioria dos vasos reconhecíveis tinham paredes finas e endotélio em monocamada. Contudo, com imunohistoquímica para fibras musculares lisas (1A4), foram encontrados vasos proliferados, inclusive glomerulóides. Já na segunda amostra, obtida após 2 meses e meio, a proliferação endotelial era bem mais acentuada, tanto no interior do tecido neoplásico como na interface tumor-cérebro. | |
Proliferação endotelial. O exemplo abaixo é demonstrativo de proliferação vascular. Trata-se de um vaso com três luzes, com hemácias, em que as células constituintes são anômalas, incluindo uma mitose claramente visível. | |
Necrose.
O centro do tumor era necrótico e pouco dele foi submetido para exame. Ao lado, transição abrupta do tecido neoplásico viável para necrose coagulativa. |
Apoptose. Apoptose de células isoladas destacava-se pela fragmentação da cromatina. A morfologia da necrose e apoptose é muito semelhante e pode ser superponível. Quando o processo degenerativo afeta um número maior de células, inclusive áreas inteiras, falamos em necrose. Quando é observado em células isoladas, admitimos tratar-se de apoptose. | |
Periferia
do tumor.
A delimitação relativamente boa do tumor em relação ao tecido vizinho era uma feição digna de nota no presente caso. Gliomas são geralmente infiltrativos, diluindo-se gradualmente nas áreas vizinhas. Aqui o limite era abrupto e, além disso, marcado por uma barreira de infiltrado inflamatório linfocitário e macrofágico. Ambos tipos de células foram confirmados por imunohistoquímica. |
Infiltrado inflamatório / macrofágico na periferia. Já na segunda amostra, proveniente de reoperação após 2 meses e meio, não se observou este componente inflamatório, mas sim reação glial peritumoral, formada por abundantes astrócitos gemistocíticos. | |
Comentário.
Consideramos este caso um exemplo dos tumores altamente malignos que podem originar-se no tecido nervoso central, que, pelo caráter indiferenciado das células, pode ser enquadrado como um tumor neuroectodérmico primitivo ou PNET. Foi observado em lobo frontal de paciente adulta de 43 anos. Do ponto de vista de neuroimagem, o tumor original era uma formação cística com impregnação anular. É notável que, pouco mais de 2 meses após a excisão cirúrgica, o tumor recidivou com vigor, inclusive formando brotos a partir das margens da lesão inicial. Do ponto de vista histológico, as células eram altamente indiferenciadas, com elevado índice mitótico, muitas mitoses atípicas e extensa necrose. A proliferação vascular era pouco evidente na primeira amostra, mas muito proeminente na segunda. Em ambas, chamava a atenção o caráter bem delimitado do tumor, que na primeira amostra era circundado por uma barreira de macrófagos e linfócitos T, demonstrados nas reações imunohistoquímicas para CD68, HAM-56 e CD3. Na segunda, fazia fronteira com astrócitos gemistocíticos reacionais, sem infiltrá-los. As células neoplásicas mostravam escasso repertório de expressão antigênica. Foram positivas para vimentina. Algumas células marcavam para GFAP (linhagem astrocitária), CD56 e S-100 (linhagem neuroectodérmica), e classe III beta tubulina (um marcador associado a linhagem neuronal em tecido adulto, mas de interpretação incerta em tumores agressivos, ver texto). As células foram negativas para CD99 (marcador de PNETs periféricos, como esperado) e vários outros marcadores para linhagens neuronal, epitelial e muscular (para menu completo, clique). A microscopia eletrônica revelou neoplasia de células primitivas, com citoplasma simplificado, organelas escassas, e espaços intercelulares contendo material eletrodenso amorfo, interpretado tentativamente como substância fundamental do tecido conjuntivo. Em tricrômico de Masson, o interstício entre as células corava-se em azul, mas não foram evidenciadas fibras colágenas em TM ou ME. Havia fibras reticulínicas abundantes em muitas áreas do tumor na impregnação argêntica. Quanto ao diagnóstico diferencial, o tumor não se enquadra em um glioblastoma multiforme (GBM), que seria o mais óbvio, tanto em termos imagenológicos quanto histológicos. No GBM a diferenciação astrocitária das células é mais evidente, com maior pleomorfismo e positividade difusa e intensa para GFAP. Aqui o caráter é primitivo, indiferenciado, embora o caráter neuroectodérmico não esteja em dúvida pela imunohistoquímica. Outra feição diferencial é o caráter bem delimitado do tumor inicial, com barreira de células inflamatórias limitantes, contrastando com o caráter altamente infiltrativo dos gliomas malignos. Também consideramos afastado o diagnóstico diferencial com gliossarcoma, que intercala áreas de glioblastoma com áreas sarcomatosas, com produção de fibras colágenas - ausentes no presente exemplo. Imaginamos que se trata de uma neoplasia mais primitiva que um glioma difuso e por isso propomos o diagnóstico de tumor neuroectodérmico primitivo. Há outros exemplos já documentados no site (imagem) (patologia). |
Agradecimento. Caso trazido em consulta e gentilmente contribuído pela Dra. Rita Barbosa de Carvalho. Laboratório PC&C, Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso e comentário. | ||||
TC pré-op | RM 2½ meses pós op | HE 1a. amostra | HE 2a. amostra | Colorações especiais |
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IH - GFAP, VIM, nestina | Tubulina, CD56, S-100, NF | CD68, HAM-56, CD3, CD20 | CD34, 1A4, Ki67, p53 | Microscopia eletrônica |
Textos sobre PNETs supratentoriais (1) (2) | Ependimoblastomas | Pineoblastomas (1) (2) | Características de imagem dos PNETs |
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