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Angiopatia amilóide. 1. HE

Fem. 62 a. O material era constituído quase totalmente pelo hematoma intracerebral (ver ressonância magnética). Em certas áreas, observavam-se pequenos vasos hialinizados, interpretados como da leptomeninge, e tecido nervoso necrótico. Os vasos patológicos coraram-se pelo vermelho do Congo e apresentaram à luz polarizada a característica birrefringência verde do amilóide. Para campos fotografados sem e com luz polarizada, clique. Para breve texto sobre angiopatia amilóide, clique.

Vasos patológicos.

Esses pequenos vasos apresentavam alterações patológicas graves, como hialinização da camada média, espessamento da íntima e trombos em diversas fases. O tecido fibroso entre eles, provavelmente da leptomeninge, mostrava moderado infiltrado inflamatório crônico inespecífico.

Vasos com deposição amilóide .

Pequenos vasos mostrando luz armada, parede hialinizada (homogênea e eosinófila), por vezes com aspecto céreo (lembrando cera), perda acentuada de células musculares lisas e, em alguns, também de células endoteliais. A suspeita de amiloidose foi comprovada na coloração pelo vermelho do Congo e exame à luz polarizada, que revelou a característica refringência verde esmeralda do amilóide.









Vasos semelhantes com vermelho do Congo e luz polarizada. Para mais imagens, clique.

Espessamento da íntima.

A deposição de amilóide na camada média acompanha-se de vasta gama de alterações vasculares. Ao lado, uma pequena artéria com espessamento fibroso da íntima e forte redução da luz. Notar camada média homogênea eosinófila e virtualmente sem células musculares lisas, devido à deposição da proteína amilóide (confirmada pelo vermelho do Congo e luz polarizada).

Trombos em diferentes fases.

A amiloidose da média e, secundariamente, lesão da íntima levam à trombose por perda das células endoteliais. Aqui temos vasos com trombos, desde a fase aguda (trombo hialino ou de fibrina), até a fase final de organização, com fibrose. O espessamento da íntima (quadros acima) e a trombose levam à isquemia do tecido, com necrose liqüefativa (abaixo).

Para mais sobre trombose na parte de Patologia Geral do site, clique.

Tecido nervoso com necrose liqüefativa.

As lesões vasculares são presumivelmente a base da isquemia e da hemorragia, esta vista na RM. As alterações isquêmicas resultam em necrose liqüefativa do tecido nervoso (= infarto), com infiltração por macrófagos xantomatosos ou células grânulo-adiposas. Para mais sobre infartos cerebrais clique : recente, antigo.




Astrócitos reativos. Além dos macrófagos que fagocitam restos necróticos na área de infarto, observam-se também astrócitos hipertróficos, reacionais à lesão isquêmica. Abaixo, uma rara mitose em uma destas células. Os cromossomos dispersos no citoplasma são comumente referidos na literatura como 'mitose granular'.

COLORAÇÕES ESPECIAIS

Tricrômico de Masson.

Esta coloração para fibras colágenas as realça em azul, enquanto os demais elementos do tecido aparecem em vermelho e os núcleos em roxo. Aqui, mostra aumento do tecido conjuntivo (= fibrose) na adventícia de alguns vasos, bem como em trombos organizados. A camada média hialinizada pela deposição de amilóide não contém fibras colágenas e aparece em vermelho forte.

Para o procedimento técnico do tricrômico de Masson, clique.

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Agradecimentos. Caso do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes, Campinas, SP.
Preparações pelos técnicos Viviane Ubiali e Aparecido Paulo de Moraes. Colorações especiais pelo técnico Sérgio Roberto Cardoso. Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Campinas, SP.

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