Neupatimagem-UNICAMP

Adenoma de hipófise invasivo.
1. Esfregaço, parafina HE

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Fem. 67 a. Clique para : história clínica, TC, RM, esfregaço, HE, imunohistoquímica para AE1AE3, sinaptofisina, cromogranina, CD56, Ki67.

Destaques da microscopia.

Esfregaço. Caráter uniforme das células com escasso citoplasma, às vezes formando rosetas	Parafina HE. Células regulares, núcleos com cromatina densa mas sem atipias. Só uma mitose observada	Capilares finos em íntima relação com as células neoplásicas


Células neoplásicas em relação próxima com o epitélio respiratório dos seios paranasais (caráter invasivo do adenoma)	Células neoplásicas circundando trabéculas ósseas	Remodelação óssea em algumas trabéculas


AE1AE3. Células neoplásicas em relação próxima com o epitélio respiratório dos seios paranasais	Epitélio respiratório cilíndrico pseudoestratificado ciliado	Células neoplásicas mostrando positividade citoplasmática para citoqueratinas


Células neoplásicas em relação próxima com trabéculas ósseas dos seios paranasais.	SNF. Parte das células neoplásicas é positiva para sinaptofisina, outras próximas são negativas. Relação das células com capilares	Cromogranina. Positividade citoplasmática universal das células neoplásicas (própria de células neuroendócrinas)


CD56. Positividade intensa em parte das células, negativo em grupamentos vizinhos	Ki-67. Positividade em menos de 1% dos núcleos das células neoplásicas.	Positividade em algumas células basais do epitélio respiratório.

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Esfregaço.

O esfregaço de um pequeno fragmento de tumor a fresco pode ser mais informativo que um corte de congelação, e mesmo de parafina. Para bons resultados, o tecido tem que ser mole, sem tecido fibroso, para que as células se espalhem uniformemente pela superfície da lâmina.

Tecnicamente, seleciona-se um fragmento pequeno de cerca de 1 mm3, que é colocado sobre uma lâmina apoiada diretamente sobre a bancada para total firmeza. Uma segunda lâmina é usada para esmagar o fragmento e ao mesmo tempo tracionar na direção oposta, espalhando o tecido sobre a primeira lâmina tão homogeneamente quanto possível. Só a lâmina inferior produz preparados aproveitáveis. O esfregaço é fixado imediatamente em álcool absoluto, corado por HE, desidratado e montado em resina. Permite visualizar a morfologia das células individualmente em detalhe, pois estas ficam achatadas contra o vidro, como em um esfregaço de sangue. Agrupamentos celulares, como rosetas, são bem demonstrados e vasos podem ser analisados em longas extensões.

Adenoma de hipófise. Os adenomas são compostos por células neoplásicas derivadas da adenohipófise. Ao contrário da hipófise normal, que tem três tipos básicos de células (cromófobos, eosinófilos e basófilos), os adenomas são geralmente homogêneos e têm apenas um tipo de célula. O que estudamos aqui é formado por células pequenas uniformes, com núcleo redondo, cromatina frouxa e grumosa, e nucléolos inconspícuos. O citoplasma é escasso e se cora em róseo pálido, sem grânulos. Apesar da invasividade local deste adenoma de hipófise, que destruiu a base do crânio e os seios paranasais (ver exames de imagem), o aspecto geral do tumor é notavelmente monótono, sem atipias. Mitoses são raras e o índice de proliferação celular Ki-67 é baixo (<1%), restrito a poucos núcleos isolados.

Rosetas. Chama a atenção que as células freqüentemente se agrupam em rosetas em torno de um centro aparentemente preenchido por prolongamentos citoplasmáticos delas próprias. Estas rosetas são muito semelhantes às pseudorrosetas de Homer Wright, observadas em tumores neuroectodérmicos como os meduloblastomas. Os capilares vistos neste esfregaço são delicados, constituídos apenas por uma monocamada de células endoteliais. As rosetas não são associadas a capilares.

PARAFINA - HE

Adenoma cromófobo. O aspecto geral do tumor na parafina confirma a impressão do esfregaço, de neoplasia de aspecto neuroendócrino, com células poligonais regulares em pequenos agrupamentos e núcleos sem atipias. Não foram vistas áreas de necrose e apenas uma mitose foi observada. As rosetas do tipo Homer Wright, tão notadas no esfregaço, foram bem menos evidentes na parafina.

Vasos no adenoma. Confirmam a impressão no esfregaço, notando-se capilares finos formados apenas por uma camada de células endoteliais. Ver aspecto semelhante em imunohistoquímica para sinaptofisina.

Adenoma adjacente ao epitélio respiratório. O caráter infiltrativo deste adenoma de hipófise ficou bem demonstrado na amostra histológica (além da evidência dos exames de imagem), pelo encontro de tecido neoplásico logo abaixo do epitélio respiratório dos seios paranasais, bem como de numerosas trabéculas ósseas no meio do tumor (quadros mais abaixo). Adenomas que não respeitam os limites da sela túrcica e invadem estruturas adjacentes são denominados invasivos. Reserva-se o termo 'carcinoma da hipófise' a aqueles raríssimos tumores com metástases à distância. Conferir exemplo no site, com metástase hepática.

Adenoma e trabéculas ósseas.

Finas trabéculas ósseas foram encontradas em meio ao adenoma, certamente provenientes dos ossos da base do crânio e seios paranasais. Em várias observa-se remodelação óssea (reabsorção e deposição de osso novo).

Remodelação óssea.

Nesta trabécula a margem do osso tem contorno irregular, com pequenas escavações atribuíveis à ação de osteoclastos. Fenômeno semelhante observa-se em outros tipos de lesão óssea como osteomielite crônica, reparo de fraturas, outros tumores, como metástases ósseas e meningiomas e se deve a estimulação destas células pelo tecido neoplásico.

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Agradecimentos. Histologia HE - técnicos do laboratório de rotina - Fernanda Chagas Riul, Viviane Ubiali, Mariagina de Jesus Gonçalves e Maria José Tibúrcio. Preparações imunohistoquímicas pelos técnicos Thainá Milena Stela de Oliveira e Luis Felipe Billis.
Depto de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP.

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