Necrose  coagulativa  da  adenohipófise
Lam. A. 24/29 

 

 
            O objetivo desta página é demonstrar o aspecto que tomam células mortas, ou seja que sofreram necrose. Usamos como exemplo as células da adenohipófise, um epitélio glandular. A causa da necrose foi vascular: hipotensão acentuada por hemorragia durante o trabalho de parto (ver quadro abaixo).

            As características morfológicas fundamentais de uma célula necrótica são :

  • no núcleo ocorre inicialmente picnose (retração, condensação da cromatina, que toma aspecto denso e escuro), depois há palidez progressiva e finalmente desaparecimento do núcleo (cariolise). Em algumas células pode haver fragmentação da cromatina (cariorexe). 
  • no citoplasma ocorre eosinofilia, ou seja, perda do tom róseo levemente arroxeado para um tom róseo forte e aspecto homogêneo.  Isto se deve à degradação do RNA citoplasmático e aglutinação das organelas. 
            O tempo necessário para manifestação destas alterações (ou seja, para a necrofanerose) é de algumas horas.
            O tipo de necrose demonstrado aqui é conhecido como necrose coagulativa, porque as células mortas permanecem no local por algum tempo (dias ou semanas) antes de serem removidas (geralmente através de fagocitose a partir das áreas vizinhas não necróticas). Para necrose liquefativa, ver a lâmina A. 349, de infarto cerebral recente. 

 



 
Adenohipófise  normal  para  comparar
Lam. A. 25

 

 
CÉLULAS  DA  ADENOHIPÓFISE  NORMAL

 
COMPARAÇÃO
HIPÓFISE  NORMAL
NECROSE  COAGULATIVA
 
Diferenciam-se os tipos celulares da adenohipófise. A cromatina nuclear é frouxa e bem distribuida. O aspecto do citoplasma varia conforme o tipo de célula. 
 
Perde-se a diferenciação entre os tipos celulares. Os núcleos picnóticos são menores e mais escuros, com cromatina densa. O citoplasma é eosinófilo em todas as células. 

 

Necrose hipofisária de Sheehan

    A hipófise desta lâmina corresponde à chamada  necrose hipofisária de Sheehan, que ocorre quando o parto é complicado por hemorragia profusa. 
    A adenohipófise é uma estrutura já normalmente de irrigação deficiente, pois não é nutrida por artérias, mas somente por veias, provenientes do sistema porta hipotálamo-hipofisário. São veias que passam pelos núcleos hipotalâmicos, agrupam-se para passar pelo talo hipofisário, e voltam a ramificar-se para irrigar a adenohipófise. 
    Na gravidez, a hipófise aumenta de volume (até o dobro do normal) e fica comprimida pela sela turca, cujo volume não aumenta. Se houver choque durante o parto (por hemorragia útero-vaginal), a irrigação da adenohipófise pode cair abaixo do limite mínimo para manter as células vivas e segue-se necrose difusa. As células necróticas não regeneram e a glândula sofre atrofia. Clinicamente a expressão é panhipopituitarismo

 
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