O citoplasma das células neoplásicas é variado. De modo geral, mostra limites nítidos e contorno arredondado. A célula demonstrada ao lado tem nucléolo proeminente, e citoplasma claro com escassas organelas. Outras mostram maior riqueza nestas, especialmente mitocôndrias. 

As mitocôndrias são pequenas e regulares. Algumas células deixam ver prolongamentos citoplasmáticos que se imbricam para formar o centro das pseudorrosetas de Homer Wright. 

Na maioria dos campos, as células têm contorno arredondado e se ajustam entre si como peças de quebra-cabeça. Há íntimo contato entre as membranas celulares, não deixando espaço extracelular perceptível. 

São estruturas próprias de tumores de linhagem neuronal, como o neuroblastoma da supra-renal, meduloblastoma (1) (2) (3), pineocitoma, além do neurocitoma central (1) (2). As células neoplásicas se dispõem em torno de um centro, preenchido por prolongamentos das próprias células. As rosetas são freqüentemente (mas nem sempre) visíveis na microscopia óptica (no presente caso não eram). Os prolongamentos citoplasmáticos neste exemplo não mostram diferenciação axonal ou dendrítica, mas esta pode ser bem evidente, como demonstrado em outro caso. 

Um achado inusitado no presente material foram células homogenea- e fortemente eletrodensas entre as células viáveis do tumor. A natureza das mesmas nos escapa. Lembram os chamados neurônios hipercrômicos*, vistos em material de biópsia cerebral, associadas à manipulação ou traumatismo a fresco do tecido nervoso. Poderiam estar associadas ao trauma cirúrgico durante a exérese da lesão.  Não foram encontradas no outro caso de neurocitoma central estudado ultraestruturalmente. 

*Ref. Cammermeyer J. 
The importance of avoiding "dark" neurons in experimental neuropathology.  Acta Neuropathologica 1: 245-70, 1961.