Atlas de Neuroanatomia para Patologistas 
Cérebro adulto normal.  Artérias da base e círculo de Willis
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Índice alfabético das estruturas indicadas em todas as páginas da série, com links.
Mais páginas de neuroanatomia e neurohistologia normais (graduação, complementos). 
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Destaques
Artérias da base in situ. Sistema carotídeo Círculo de Willis dissecado
Clique para índice alfabético das estruturas demonstradas nesta página, com links às figuras.  Literatura consultada
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Artérias da base cerebral e círculo ou polígono arterial de Willis in situ

As artérias da base são inicialmente estudadas na peça intacta, visualizando suas relações com as estruturas cerebrais.  Buscam-se anomalias congênitas e lesões adquiridas, como aterosclerose e aneurismas. Para mais sobre estes, clique. Posteriormente, pode-se remover cuidadosamente o conjunto das artérias da base, que inclui o círculo de Willis

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Artérias da base cerebral  in situ, outro caso. 
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Artérias carótidas internas e cerebrais médias. 

Foi aberta a aracnóide recobrindo o sulco de Sylvius bilateralmente, expondo as artérias cerebrais médias no fundo deste (o chamado 'vale  sylviano').  De cada lado, observa-se a A. carótida interna seccionada logo após sua emergência do seio cavernoso, e sua bifurcação em artérias cerebrais anterior e média. 

A A. cerebral média é a continuação direta da A. carótida interna e recebe a maior parte do seu sangue. A A. cerebral anterior é bem menor e sai como um ramo recorrente (dirigindo-se para trás, em relação à carótida). Por isso, embolias no território da A. cerebral anterior são raras, pois qualquer corpo estranho na luz da A. carótida interna tende a seguir o rumo mais fácil, passando à A. cerebral média.  Notar também a topografia das Aa. cerebrais anteriores, logo acima do nervo e quiasma ópticos, e praticamente em contato com eles.  Para mais sobre anatomia das artérias cerebrais, clique
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Artérias  vertebrais e basilar. 

As artérias vertebrais, primeiro ramo das Aa. subclávias, penetram no crânio pelo foramen magno e convergem na margem inferior da ponte para formar a artéria basilar. Esta, na extremidade superior da ponte, bifurca nas duas artérias cerebrais posteriores. Há freqüente assimetria das Aa. vertebrais, sendo que em 70% dos casos a esquerda maior que a direita.

Ref.  Hong JM et al.  Vertebral artery dominance contributes to basilar artery curvature and peri-vertebrobasilar junctional infarcts. 
J. Neurol. Neurosurg. Psychiat. 80: 1087-92, 2009. 

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Fossa interpeduncular e substância perfurada posterior. 

Aqui documentada após retirada das artérias da base cerebral. A depressão entre as bases dos pedúnculos cerebrais é penetrada por múltiplos pequenos ramos arteriais que irrigam o mesencéfalo. Ruptura destes nas deformações do mesencéfalo decorrentes de hérnia de uncus origina as hemorragias de Duret na linha média. 

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Círculo ou polígono arterial de Willis.    O círculo arterial de Willis localiza-se no espaço subaracnóideo da base do cérebro e é formado por artérias provenientes dos sistemas carotídeo e vértebro-basilar, equilibrando a pressão sanguínea das mesmas.  O círculo é, na realidade, um heptágono (polígono de 7 lados), formado, em sentido horário a partir das 12 hs, pela artéria comunicante anterior (ACoA, ímpar, na linha média), artéria cerebral anterior (ACA, segmento inicial ou A1), artéria comunicante posterior (ACoP) e artéria cerebral posterior (ACP, segmento inicial ou P1).  Notar que a artéria carótida interna (ACI), a artéria cerebral média (ACM), a artéria basilar (AB) e as artérias vertebrais (AV) não pertencem ao polígono. 

A artéria carótida interna,  originada da bifurcação da artéria carótida comum no pescoço, ascende sem ramificar-se, penetra na base do crânio e, após imergir do seio cavernoso, bifurca-se em artérias cerebrais anterior e média. A. artéria cerebral anterior tem origem em ângulo oblíquo e faz curso recorrente (ao contrário) em relação ao tronco carotídeo e sua continuação, a A. cerebral média. As duas artérias cerebrais anteriores, direita e esquerda,  dirigem-se à linha média passando por cima do quiasma óptico e são unidas pela curtíssima artéria comunicante anterior, a menor artéria do corpo humano com cerca de 1 mm de comprimento. Daí seguem paralelamente pela face medial dos respectivos hemisférios cerebrais, contornando o corpo caloso, e irrigando a face medial dos hemisférios cerebrais. A artéria cerebral média representa a continuação direta da A. carótida interna e recebe a grande parte do seu fluxo sanguíneo. Cursa no sulco lateral ou de Sylvius, onde se divide em vários ramos que abrem em leque e irrigam a convexidade cerebral. 

As artérias vertebrais são o primeiro ramo da A. subclávia, sobem junto à coluna cervical pelos foramens das apófises transversas destas vértebras, penetram no crânio pelo foramen magno e convergem na margem inferior da ponte para formar a artéria basilar. Esta, na extremidade superior da ponte, bifurca nas duas artérias cerebrais posteriores, que cursam na cisterna perimesencefálica ou ambiens e distribuem-se à face inferior dos hemisférios cerebrais.  Para esquema dos territórios das artérias cerebrais, ver abaixo. 

Do sistema vértebro-basilar origina-se a irrigação do cerebelo, através de três pares de artérias. Ainda da face lateral das Aa. vertebrais saem as Aa. cerebelares posteriores inferiores ou PICAs segundo as iniciais em inglês (posterior inferior cerebellar artery). A sigla é de largo uso entre neurocirurgiões. Do terço inferior do tronco da A. basilar saem as Aa. cerebelares anteriores inferiores ou AICAs, e ainda da basilar, pouco antes da bifurcação desta, originam-se as Aa. cerebelares superiores. 

A união entre os sistemas carotídeo e vértebro-basilar é feito pelas duas Aa. comunicantes posteriores, normalmente ramos finos que unem o tronco da A. carótida interna à A. cerebral posterior de cada lado. Não é raro que, por anomalia do desenvolvimento (ver abaixo), uma delas ou as duas sejam calibrosas, conduzindo sangue carotídeo para a A. cerebral posterior. Correspondentemente, o segmento inicial da A. cerebral posterior é hipoplásico. 

Em alguns espécimes é visível a origem da delicada artéria espinal anterior através de dois ramos, originados um de cada artéria vertebral, que convergem na linha média. 

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TERRITÓRIOS  DE   DISTRIBUIÇÃO  DAS   ARTÉRIAS   CEREBRAIS
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Círculo de Willis dissecado e esquema. 
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Anomalias do círculo de Willis.    O círculo arterial de Willis tem formação embriológica complexa, a partir de centros de diferenciação separados, situados no mesênquima que vai originar as meninges da base. As artérias formam-se por segmentos que posteriormente confluem. Isto explica as freqüentes anomalias congênitas e a ocorrência de aneurismas. Na vida fetal, toda a nutrição dos hemisférios cerebrais é dada pelas artérias carótidas internas, inclusive o território das artérias cerebrais posteriores. Depois, estas passam a receber sangue das artérias vertebrais. 

Uma anomalia comum, observada no espécime abaixo, é que o segmento inicial ou P1 da A. cerebral posterior direita* (à esquerda na foto) é hipoplásico, sendo o suprimento sanguíneo deste território dependente da A. carótida interna, via uma A. comunicante posterior maior que o habitual.  Isto representa manutenção do padrão fetal de vascularização. 

Outra anomalia** é que as Aa. cerebelares posteriores inferiores (PICAs, segundo a sigla em inglês), que deveriam originar-se da A. vertebral correspondente, não estão presentes. Provavelmente se originam da A. cerebelar anterior inferior, que normalmente sai do terço inferior da A. basilar. No caso, todo o território das duas cerebelares inferiores (anterior e posterior) tem origem única na basilar. 

Ainda outra anomalia muito comum é a artéria vertebral direita*** ser menor que a esquerda. Isto ocorre em cerca de 2/3 dos espécimes. Pode ocorrer até falta ou atresia completa de uma das Aa. vertebrais. Nestes casos, a A. basilar é a continuação direta da A. vertebral existente, apresentando curvatura acompanhando o trajeto desta última. 

Para outro exemplo de círculo de Willis com anomalias, clique

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Índice alfabético de estruturas 

Aqueduto de Sylvius (3)
Artéria basilar (1)(2)(4)(5)(6)
Artéria carótida interna (1)(2)(3)(4)(5)(6)
Artéria cerebelar anterior inferior (AICA) (6)
Artéria cerebelar posterior inferior (PICA) (1)
Artéria cerebelar superior (4)(6)
Artéria cerebral anterior (2)(4)(5)(6)
Artéria cerebral média (5)(6)
Artéria cerebral posterior (1)(2)(3)(4)(6)
Artéria comunicante anterior (2)(4)(5)(6)
Artéria comunicante posterior (4)(6)
Artéria espinal anterior (6)
Artéria vertebral (1)(6)
 

Base do pedúnculo cerebral (3)
Bulbo olfatório (5)
Cisterna ambiens (3)
Colículos inferiores (3)
Corpos mamilares (2)
Decussação do pedúnculo cerebelar superior (3)
Infundíbulo hipofisário (2)
Nervo oculomotor (III) (4)
Nervo óptico (II) (2)(3)(5)
Quiasma óptico (3)(5)
Substância cinzenta periaquedutal (3)
Substância negra (3)
Substância perfurada posterior (3)
Tegmento mesencefálico (3)
Trato olfatório (5)
Tuber cinéreo (2)
Uncus temporal (3)
Vale sylviano (5)
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Peças do material de autópsias  do Departamento de Anatomia Patológica da FCM- UNICAMP,   fotografadas com auxílio dos técnicos Dário Bernardo da Silva e Fábio Fernandes da Silva. 

Bibliografia consultada na elaboração destas páginas : 

  • Machado ABM. Neuroanatomia Funcional. 2a. Ed., Livraria Atheneu, São Paulo, 2006. 
  • Netter FH. Atlas of Human Anatomy, 2nd Ed., Novartis, East Hanover NJ, 1997. 
  • Williams PL, Warwick R (eds). Gray's Anatomy, 36th Ed. Churchill Livingstone, Edinburgh, 1980.
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Outras páginas da série
Atlas de Neuroanatomia Macroscópica para Patologistas

Índice alfabético das estruturas listadas, com links às figuras

Cérebro adulto normal, aspecto externo Artérias da base e círculo de Willis Nervos cranianos
Cerebelo e tronco cerebral, cortes axiais seriados Cérebro adulto, cortes axiais seriados Cortes axiais, outro espécime Cérebro adulto, cortes coronais seriados
Cérebro adulto, linha média Cérebro adulto, cortes parasagitais seriados Cérebro normal de recém-nascido a termo Cérebro normal de recém-nascido prematuro
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Ver também trabalhos em colaboração  com  o 
Depto de Biologia Estrutural e Funcional,  IB - UNICAMP 
Atlas do cérebro humano em cortes coronais Atlas Básico de Neuroanatomia Humana em  cortes  corados  para  mielina
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