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9. Microscopia eletrônica após fixação em Karnovsky |
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Masc. 68 a. Página de resumo do caso. Clique para páginas detalhadas sobre : exames de imagem : 2011, 2012; histologia - HE, colorações especiais (Masson, PAS), imunohistoquímica (GFAP, VIM, nestina, CD34, CD68, HAM-56, S-100, NF, CD99, Ki-67, p53), microscopia eletrônica (Karnovsky, parafina). Comentários: (1) (2). Texto sobre astrocitoma de células granulares. |
Durante
a biópsia per-operatória de congelação, foi
separado um pequeno fragmento do tumor a fresco para microscopia
eletrônica, que foi fixado em líquido de Karnovsky e processado
como preconizado para a melhor preservação da ultraestrutura.
Esses resultados são mostrados abaixo. Contudo, a área mais
rica em células granulares não foi contemplada naquela amostra
(que é obtida às cegas), e só foi descoberta posteriormente
nos cortes de parafina. Por isso, uma outra amostra foi retirada do bloco
parafinado e reprocessada. Os resultados, de qualidade técnica inferior,
mas ricos em células granulares, estão em outra
página.
O material fixado em Karnovsky mostra preservação adequada das membranas e organelas celulares. Foi obtida aleatoriamente, e representou uma área tumoral rica em fibras colágenas, que, em microscopia óptica, nos pareceu semelhante a casos de gliossarcoma já demonstrados neste site. Muitas células, ou grupos delas, estão totalmente circundadas por colágeno. Várias células neoplásicas apresentam-se ricas em lisossomos, como notado nas células granulares estudadas no material de parafina. Há enorme variedade do tamanho e morfologia dos lisossomos, bem como da ultraestrutura das células neoplásicas como um todo. Outra feição encontradiça foi a abundância de retículo endoplasmático liso, com numerosas cisternas justapostas e elaboradas, algumas intensamente dilatadas. Foram também observadas várias pseudoinclusões intranucleares e uma figura de mitose. Como nas células granulares, a quantidade de filamentos intermediários no citoplasma era mínima, o que se correlaciona com a pobreza em GFAP destas células na imunohistoquímica. |
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Aspecto geral. Células aberrantes e pleomórficas, circundadas por colágeno. Nesta área, que corresponderia ao componente de gliossarcoma demonstrado em tricrômico de Masson e GFAP, há intenso pleomorfismo das células, que estão envolvidas por feixes de fibras colágenas no interstício. Na célula abaixo, que pode ser considerada protótipo do grupo, o núcleo é excêntrico com pseudoinclusão, o retículo endoplasmático liso é abundante, com muitas cisternas dilatadas, e o citoplasma é rico em lisossomos, que variam amplamente em forma, tamanho e eletrodensidade. |
Comparação
com tricrômico de Masson.
Admitimos que a área aqui examinada com ME corresponderia à mostrada ao lado em tricrômico de Masson. No Masson, as fibras colágenas coradas em azul circundam células individualmente. O aspecto granuloso do citoplasma das células neoplásicas seria dado pela abundância de lisossomos, e áreas claras ou vacuolares, pelo retículo endoplasmático dilatado. |
Lisossomos.
Lisossomos são as organelas citoplasmáticas encarregadas da digestão de partículas fagocitadas e de moléculas e estruturas senescentes da célula, incluindo organelas como as mitocôndrias. Normalmente são eletrodensos, arredondados, pequenos e limitados por membrana única. Os aqui observados apresentam forma e tamanho muito variáveis. Alguns dos mostrados ao lado apresentam membranas concêntricas lembrando baínhas de mielina. Outros têm membranas em arranjo estoriforme, por vezes simulando impressões digitais. Para lisossomos no material ex-parafina, clique. |
Parte
do citoplasma
de uma célula neoplásica, enfalizando a complexidade estrutural e o acúmulo de lisossomos das mais variadas formas. |
O motivo para estas células neoplásicas conterem tal abundância de lisossomos nos escapa. Poderia decorrer da superprodução de membranas ou organelas anômalas, ou de uma dificuldade intrínseca da célula de digerir esses elementos, talvez pela falta de uma ou mais enzimas lisossomais. As proteínas e lípides destas membranas celulares parcialmente digeridas podem sofrer polimerização e constituir grandes massas de macromoléculas. Novos fragmentos de organelas senescentes, como mitocôndrias e retículo endoplasmático liso ou rugoso, vão sendo incorporadas aos grânulos existentes, o que ajudaria a explicar a heterogeneidade dos grânulos, e sua forma irregular, com lobulações, saliências e reentrâncias. |
Lisossomo
complexo,
contendo estrutura eletrodensa com pilhas de membranas paralelas. |
Outro
lisossomo complexo,
contendo grumos eletrodensos e estruturas lembrando retículo endoplasmático rugoso. |
Retículo
endoplasmático liso.
Grande abundância de cisternas do REL pode criar um aspecto em colméia de abelhas no citoplasma de algumas células neoplásicas. |
Coexistência
de elementos
do retículo endoplasmático liso e rugoso (este, com ribossomos). |
Outra
célula,
cuja principal feição é o retículo endoplasmático liso dilatado. |
Células
poligonais justapostas.
Além das células estudadas acima, de contorno irregular e separadas entre si por fibras colágenas, observavam-se células de limites regulares, e acoplamento íntimo das membranas limitantes, sem complexos juncionais. O citoplasma era pobre em filamentos intermediários, o que se correlaciona com a negatividade para GFAP. Esses achados reforçam a grande variabilidade morfológica das células deste glioma maligno. |
Detalhes do citoplasma e membranas. O citoplasma é claro, com variado complemento de organelas, como retículo endoplasmico liso, rugoso e mitocôndrias. A enorme riqueza de lisossomos vista nas células mais acima, e nas células granulares estudadas no material de parafina, não aparece aqui. Os limites celulares são nítidos, delineados por membranas retilíneas, sem complexos juncionais. Um grupo destas células é margeado por fibras colágenas. |
Área
semelhante, células em orientação longitudinal.
O aspecto é semelhante ao descrito acima, mas as células são alongadas ou cilíndricas, e estão seccionadas longitudinalmente. Uma delas é rica em lisossomos. |
Pseudoinclusões
intranucleares.
Correspondem a lingüetas de citoplasma que se insinuam em dobras da membrana nuclear. Conforme o plano de corte, criam a ilusão de estar no interior do núcleo. Contêm organelas semelhantes às do citoplasma em volta, pois estão, na realidade, em continuidade com o mesmo. Pseudoinclusões são comuns neste astrocitoma de células granulares, e observamos vários exemplos em microscopia eletrônica (abaixo), mas também em HE, e imunohistoquímica para GFAP, nestina, e CD68. |
Mitose.
Mitoses eram comuns no tumor, tanto típicas como atípicas. Várias estão demonstradas na página de HE. Em ME, por questões de amostragem, o encontro delas é muito mais difícil. Apenas a fotografada ao lado foi observada, no caso, uma placa metafásica típica. |
Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas, Sras. Marilúcia Ruggiero Martins e Geralda Domiciana de Pádua. A elas, nossos agradecimentos. |
Página de resumo do caso, texto, mais imagens. | |||
TC, RMs 2011 | RM após 1 ano | HE | Colorações
especiais :
Masson, PAS |
Imunohistoquímica para GFAP | VIM, nestina | CD34 | CD68, HAM-56 |
S-100, NF, CD99 | Ki-67, p53 | Microscopia eletrônica,
material fixado em Karnovsky |
ME, material reprocessado de bloco de parafina |
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