|
com hiperostose limitada à implantação do tumor. 1. Macro, HE |
|
Espécime. Fem 68 a. O material enviado constava de pequenas amostras do tumor propriamente dito, que revelou tratar-se de um meningioma meningotelial, como demonstrado na HE abaixo. Separadamente, veio o nódulo ósseo que ocupava o centro da massa neoplásica. Presumimos que a quase totalidade do tecido neoplásico, de consistência mole, foi removida por aspiração. A formação óssea irregular, de contorno espiculado, foi seccionada do local de implantação na pequena asa esquerda do esfenóide (ver RM). Após alguns dias de descalcificação, foi dividida ao meio para estudo histológico. Observou-se pouco meningioma associado ao nódulo ósseo, quase todo aderido à superfície externa. No interior, havia tecido ósseo esponjoso com forte espessamento das trabéculas ósseas, especialmente nas regiões próximas ao tumor. Clique para RM, macroscopia, HE, tricrômico de Masson e imagens do nódulo hiperostótico em luz polarizada. |
Nódulo
ósseo hiperostótico.
A superfície externa irregular e com espículas era totalmente aderida ao tumor, exceto na base, onde fazia continuidade com a pequena asa do esfenóide. |
Superfície de corte em detalhe. A face de corte do nódulo hiperostótico foi imersa em álcool absoluto, o que permite recuperar parte das cores originais. Foi então fotografada sob iluminação oblíqua (para eliminar reflexos), com câmera digital de alta resolução (arquivo original em TIFF, 4140 x 3096 pixels). Aqui apresentada em JPG, reduzida para 960 x 718 pixels. Imagem pelo fotógrafo do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Sr. Adilson Abílio Piaza. |
|
Aspecto geral. Trata-se de um meningioma de padrão predominante meningotelial, com vários redemoinhos e alguns corpos psamomatosos (grau I da OMS). Não foram observadas mitoses ou necrose. Estas fotos provêm dos fragmentos pequenos enviados a parte (não aderidos ao nódulo hiperostótico; para este, clique). |
Padrão
meningotelial.
Células adotam morfologia epitelióide com citoplasma róseo abundante, limites reconhecíveis (nem sempre nítidos), contorno poligonal, núcleos arredondados ou ovalados. O citoplasma é rico em filamentos intermediários, principalmente vimentina, demonstráveis por imunohistoquímica (não realizada neste espécime). Para imunohistoquímica dos meningiomas em geral, clique. |
Redemoinhos. Células alongadas ou aplanadas arranjam-se em camadas concêntricas lembrando bulbos de cebola em corte transversal. As células do centro podem degenerar, tomando aspecto hialino e, posteriormente calcificar-se, originando os corpos psamomatosos (abaixo). | |
Corpos psamomatosos. Essas formações calcificadas e concêntricas podem originar-se em redemoinhos (acima), ou em vasos. O nome vem do grego, psammos, significando areia (= corpos arenosos). | |
Pseudoinclusões intranucleares. Lingüetas de citoplasma insinuadas em dobras da membrana nuclear podem aparecer como material eosinófilo no interior do núcleo. São corriqueiras em meningiomas. | |
Lâmina
escaneada
do nódulo hiperostótico mostrando variação da espessura das trabéculas ósseas. As trabéculas mais próximas à base de implantação (e, portanto, mais distantes do tumor) são mais delgadas. Entre elas observa-se medula óssea funcionante. O escasso tumor que veio aderido ao nódulo está em reentrâncias na periferia, entre as espículas ósseas. As trabéculas mais próximas do tumor são mais grossas devido ao estímulo proliferativo do tumor sobre os osteoblastos. Esta imagem obtida com 600 dpi (dots per inch). Abaixo, mesma lâmina com 1200 dpi (reduzida para 970 pixels de largura). |
Nódulo
hiperostótico junto à implantação.
Nesta área não há meningioma. O nódulo implantava-se diretamente na pequena asa do esfenóide, formando uma excrescência (exostose) (ver RM), que foi cortada cirurgicamente. Aqui observamos osso esponjoso, com trabéculas de espessura normal e amplos espaços medulares preenchidos por tecido adiposo e células hemopoiéticas. Não há deposição ou remodelação óssea. |
Meningioma
na periferia do nódulo hiperostótico.
Tecido neoplásico com redemoinhos é visto aderido ao nódulo ósseo, insinuando-se no interior do mesmo aqui e acolá. As trabéculas ósseas nas proximidades são muito mais espessas que as normais, acima, devido ao estímulo à deposição de osso causado pelo meningioma. |
Meningioma nos espaços medulares. O tumor penetra entre as trabéculas ósseas e substitui a medula hemopoiética. Há também fibrose dos espaços medulares e deposição óssea, com espessamento das trabéculas, originando a hiperostose. É curioso, neste caso, que o tumor não penetrou na asa do esfenóide propriamente dita, o que é o comportamento mais comum (para exemplos, clique). A neoplasia ficou na superfície, e mesmo assim, induziu hiperplasia óssea nas vizinhanças. O osso da profundidade não foi invadido e tem feições normais. | |
Fibrose dos espaços medulares. Acompanha o meningioma que penetra entre as trabéculas ósseas. | |
Espessamento
das trabéculas ósseas.
É observada na periferia, junto à implantação do meningioma e deve-se ao estímulo do tumor sobre os osteoblastos. Esses depositam camada após camada de matriz óssea e vão sendo incorporados ao osso novo. O aspecto lembra a consolidação de uma fratura. |
Deposição óssea estimulada pelo meningioma. É possível verificar várias fases da aposição óssea, marcadas através de linhas basófilas denominadas linhas cementantes. O processo é extremamente lento (e, neste aspecto, diferente da consolidação de uma fratura). O estímulo sobre os osteoblastos é pequeno, assim não se observam rimas de osteoblastos proeminentes como naquela situação. As várias camadas de matriz óssea vão ficando aproximadamente paralelas, e seus limites destacando-se pelas linhas cementantes, mais ou menos nítidas. |
Agradecimento. Caso gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes, Hospital Centro Médico de Campinas, Campinas, SP. Preparações histológicas, Sr. Aparecido Paulo de Moraes e Srta Viviane Ubiali, Depto de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP, Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | |||
RM | Macro, HE | Tricrômico de Masson | Luz polarizada |
Mais sobre meningiomas: Textos didáticos ilustrados : |
|
|
|
|
|
|
|
|
Banco de imagens | Neuroimagem: meningiomas por topografia | Neuroimagem : casos | Neuropatologia : casos |
Meningiomas mais raros: | microcístico
(1) (2) |
angiomatoso
(1) (2) (3) |
secretor
(1) (2) (3) (4) |
rico em linfócitos
e plasmócitos |
com metaplasia adiposa
(1) (2) (3) |
xantomatoso
(1) (2) |
atípico
(1) (2) (3) |
com infiltração
cerebral (1) (2) |
cordóide
(1) (2) |
células claras
(1) (2) |
rabdóide | papilífero | . | com paliçadas
simulando schwannoma |
com invasão óssea, hiperostose
(1) (2) (3) (4) |
Meningiomas, microscopia eletrônica: | meningotelial, transicional | secretor
(1) (2) (3) |
células claras
(1) (2) |
metaplásico - lipidizado | xantomatoso, angiomatoso | xantomatoso, angiomatoso, microcístico | rabdóide |
Neuropatologia
- Graduação |
Neuropatologia -
Estudos de casos |
Neuroimagem
- Graduação |
Neuroimagem -
Estudos de Casos |
Roteiro
de aulas |
Textos
de apoio |
Correlação
Neuropatologia - Neuroimagem |
Índice alfabético - Neuro | Adições recentes | Banco de imagens - Neuro | Textos ilustrados | Neuromuscular | Patologia - outros aparelhos | Pages in English |
|