Radionecrose  tardia  pseudotumoral
3. Imunohistoquímica.
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Para história e resumo do caso, clique.
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VIMENTINA
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VIM. Vimentina demonstra vasos, macrófagos xantomatosos e astrócitos hipertróficos. Assim, dá uma boa idéia das lesões no tecido. Abaixo, imagens da área destacada no retângulo.  O córtex cerebral mais superficial é normal. Lesões acentuam-se nas camadas mais profundas na margem da necrose coagulativa. 
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Córtex cerebral superficial. Apenas pequenos vasos são marcados. Elementos do tecido nervoso não se coram. 
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Córtex cerebral profundo e margem da necrose.   Aparecem astrócitos hipertróficos marcados no córtex profundo e substância branca limítrofe (parte superior da foto).  Na margem da necrose, as células arredondadas são macrófagos xantomatosos.  Na necrose em si não há marcação. 
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Córtex  superficial (normal). As estruturas positivas são capilares, sendo que a marcação ocorre no citoplasma das células endoteliais, pois vimentina é um filamento intermediário, de localização citoplasmática. 
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Córtex  profundo (lesado). As células estreladas são astrócitos hipertróficos, que estão reagindo à lesão vascular desencadeada pela radionecrose.  Muitos têm forma gemistocítica, com citoplasma abundante e núcleo excêntrico. Astrócitos normais (não reativos) não se marcam. 
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Margem da área de necrose coagulativa.  As células redondas, de citoplasma abundante e vacuolado, bem delimitado, são macrófagos que fagocitaram restos lipídicos do material morto (necrose coagulativa).  A gênese da necrose é vascular - obstrução de pequenos vasos, levando a isquemia completa do tecido.  Como não há circulação na área necrótica, o tecido necrótico fica in situ, daí o termo necrose coagulativa (o tecido parece coagulado, não liquefaz). 
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VIM. Macrófagos.  Estas células, também conhecidas como 'grânulo-adiposas', têm núcleo pequeno que freqüentemente não é visualizado, por estar fora do plano de corte. 
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VIM. Astrócitos reativos. Expressam vimentina no citoplasma. Como o anticorpo marca também vasos, a reação mostra a relação entre prolongamentos astrocitários e vasos. Muitos vasos são espessados por tecido fibroso. Colágeno é negativo  para VIM. Neurônios também não se marcam. É possível observar a relação destes astrócitos hipertróficos com neurônios, às vezes com contato extenso entre as membranas das duas células. 
Relações  astrócitos-vasos.
Vaso totalmente hialinizado, já sem célula endotelial, com a luz ocluída. Em volta há vários prolongamentos astrocitários circundando-o. 
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Relações  astrócitos-neurônios. Vários astrócitos mantêm contato extenso de seu corpo celular com o corpo celular  de um neurônio próximo. A isto chamamos 'relação íntima' entre as duas células. Aqui temos uma situação de lesão crônica e hipertrofia astrocitária reacional. Porém já vimos esta relação em casos de displasias corticais (1) (2) (3). 
Mais astrócitos
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VIM. Capilares normais. Aparecem como pequenos tubos recurvados e cortados em vários planos. A positividade é no citoplasma das células endoteliais. Os núcleos destas frqeüentemente não aparecem por serem poucos e estarem, na maioria, fora do plano de corte. Quando o corte é favorável, vê-se o núcleo em azul por fora do citoplasma marcado. 

GFAP. Marca astrócitos, protoplasmáticos ou fibrosos, normais ou hipertróficos. Nas camadas superficiais do córtex vêem-se astrócitos protoplasmáticos normais, delicados, com finos prolongamentos distribuídos uniformemente pelo neurópilo. É comum mandarem prolongamentos a vasos. 
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GFAP: Astrócitos normais nas camadas superficiais do córtex. 
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GFAP. Astrócitos  hipertróficos  nas  camadas  profundas  do  córtex. 
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GFAP. Astrócitos  hipertróficos  na  margem  da  necrose  coagulativa. 
Astrócitos  gemistocíticos.  Nome dado a astrócitos hipertróficos com citoplasma abundante e núcleo excêntrico. São formas inespecíficas, reacionais a qualquer tipo de lesão do tecido nervoso, no caso, necrose isquêmica por lesão vascular. 
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Relações astrócitos - vasos.  Astrócitos hipertróficos, a exemplo dos normais, lançam prolongamentos a vasos. Estes prolongamentos eram antigamente chamados 'pés sugadores'.  Os vasos são circundados por uma fina camada de material GFAP positivo, constituído por estes prolongamentos aplicados à maneira de mosaico em contato com as células endoteliais, ou, mais exatamente, à membrana basal do endotélio.  São estes prolongamentos que induzem a função de barreira hemoencefálica nas células endoteliais.  As células endoteliais, contudo, são negativas para GFAP (proteína que só existe nos astrócitos). Lembrar que são positivas para vimentina (acima). 
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Relações 'íntimas' entre  astrócitos e vasos.  Alguns astrócitos aplicam à parede capilar uma porção extensa da membrana de seu corpo celular, em vez de enviar um prolongamento. 
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Relações  astrócitos - neurônios.  Como já visto com vimentina, acima, astrócitos hipertróficos podem contactar neurônios através de seus prolongamentos, ou estabelecer uma relação próxima com o neurônio, com contato dos corpos celulares. 

Neuro-
filamento. 

Mostra axônios remanescentes nos tecidos afetados pela radioterapia. 

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NF. Axônios. Aparecem como seqüências curtas de estruturas arredondadas ou ovaladas, lembrando contas de rosário.  Axônios longos e contínuos, de diâmetro regular, praticamente não estão mais presentes, demonstrando o grau de lesão a que o tecido nervoso foi submetido pela radioterapia. 
NF. Neurônios. Estes exemplos foram visualizados no córtex de área não afetada e têm aspecto essencialmente normal. Porém, nem todos neurônios se marcam com neurofilamento, havendo células positivas e negativas lado a lado. 

CD34. A marcação das células endoteliais por CD34 é de valia para estudar a patologia vascular na radionecrose tardia pseudotumoral. 
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CD34 mostra áreas com vasos proliferados, às vezes com aspectos lembrando os observados em gliomas malignos. 
Fibrose e espessamento. CD34 destaca o endotélio contra a parede vascular fibrótica e hialinizada. 
Vasos totalmente obliterados.  Alguns vasos estavam de tal maneira lesados que não restava mais luz permeável, nem células endoteliais. 
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Obs. Marcação para Ki-67 foi praticamente ausente no espécime. Os raros núcleos marcados pertenciam a células endoteliais ou a células inflamatórias.  Não houve positividade em núcleos de astrócitos, indicando ausência de rediciva do oligoastrocitoma original, operado em 2002. 
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Para mais sobre este caso:   página de resumo
RM, tumor (oligoastrocitoma anaplásico) HE, tumor (oligoastrocitoma anaplásico) RM após 4 anos (lesões actínicas na substância branca)
RM após 5 anos (radionecrose) Radionecrose
Macro, HE
Radionecrose
Colorações especiais
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Sobre radionecrose
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