Teratomas.
Tumores germinativos mistos.
Teratoma maduro.
É
um componente comum de tumores mistos de células germinativas, mas
na forma pura é raro (2-3% dos tumores testiculares de células
germinativas). Porém, metade dos tumores mistos de células
germinativas têm um componente de teratoma. É mais comum
na 1ª. e 2ª. décadas, sendo o segundo tumor germinativo
mais comum da idade pediátrica (14-20% dos casos). A idade média
ao diagnóstico é 20 meses, apresentando-se como aumento gradual
do volume testicular, com ou sem dor. É quase sempre benigno em
pacientes pré-puberais, mas após a puberdade pode ter curso
agressivo, dando metástases com componentes de outros tumores germinativos
malignos e não teratomatosos. Cerca de 50% dos tumores não
seminomatosos do adulto são teratomas.
Macro –
bem delimitado, sólido ou multicístico. Cistos podem ser
preenchidos por material líquido ou mucinoso de aspectos variados,
inclusive hemorrágico. Pode conter cartilagem, osso e tecido nervoso.
Histologicamente,
componentes ectodérmicos consistem de epiderme e tecido neural,
endoderma inclui mucosa gastrointestinal ou respiratória, mesoderma
– músculo, cartilagem, osso. Pode haver granulomas de células
gigantes de corpo estranho ou de Langhans, geralmente associados a extravasamento
de queratina no estroma.
Cistos dermóides
são uma forma especializada de teratoma, caracterizados por pele
e anexos apenas, sem outros elementos teciduais. A distinção
é crítica, pois até hoje não se relataram metástases
a partir de um cisto dermóide. Cistos epidérmicos não
são considerados teratomas.
Teratoma imaturo.
É
um componente comum de tumores mistos de células germinativas, mas
na forma pura é extremamente raro. Ocorre do nascimento à
idade de 7 anos (mediana 13 meses). Imaturidade em um teratoma é
definida como presença de tecidos que não podem ser reconhecidos
como normais, ou que pareçam tecido embrionário ou fetal.
Na maior parte são componentes fusocelulares mesenquimais com mitoses,
mas podem incluir elementos neurais ou epiteliais. Pode haver tecido
blastematoso lembrando rim ou pulmão embrionários, e focos
semelhantes a tumor neuroectodérmico primitivo (PNET).
Teratomas
com transformação maligna são raros no testículo.
Geralmente contêm um tumor maligno tipicamente encontrado em outros
órgãos, como carcinoma epidermóide, adenocarcinoma
ou sarcoma. O prognóstico de tumores com componente sarcomatoso
é mau.
Tumores
germinativos mistos.
São
o segundo tipo mais comum (40-45%) de tumores testiculares de células
germinativas, depois dos seminomas. As combinações
mais comuns incluem carcinoma embrionário com um ou mais componentes
de outros tipos: teratoma e carcinoma embrionário (25%), carcinoma
embrionário e seminoma (15%), teratoma + carcinoma embrionário
+ seminoma (15%). Associação de seminoma e tumor do
saco vitelínico é rara. Contudo, focos de tumor do
saco vitelínico podem ser encontrados em até 40% dos tumores
germinativos mistos. Para cada caso deve-se descrever os tumores
componentes e suas proporções.
Os tumores
germinativos mistos são mais encontrados na 3ª e 4ª. décadas.
Há aumento do volume testicular, e o testículo é totalmente
substituído pelo tumor, que tem macroscopicamente aspectos variegados
com áreas sólidas, císticas, hemorragia e necrose.
Microscopicamente,
podem-se identificar carcinoma embrionário, teratoma maduro e imaturo,
tumor do saco vitelínico e coriocarcinoma, em proporções
variadas, e a distinção é ajudada por imunohistoquímica.
Alfa-fetoproteína (AFP) é geralmente positiva em áreas
com tumor do saco vitelínico. Gonadotrofina coriônica
humana (b-HCG) marca
células gigantes do sinciciotrofoblasto dos coriocarcinomas.
Fosfatase alcalina placentária (PLAP) é geralmente positiva
em todos componentes, embora de forma variável. Citoqueratinas
são positivas em carcinoma embrionário, componentes epiteliais
de teratomas, tumor do saco vitelínico e coriocarcinomas, mas geralmente
negativas em seminomas. CD30 (Ki-1) marca carcinoma embrionário.
Fontes.
Ro JY et
al. Tumors and tumorous conditions of the male genital and urinary tract.
Chapter 14 in Fletcher CDM (Ed). Diagnostic Histopathology of Tumors.
Churchill Livingstone, 2000. pp 796-8.
Josefson
D et al. Testis, adnexal structures and external genitalia. In
Dabbs DJ (Ed). Diagnostic Immunohistochemistry. 2nd Ed. Churchill
Livingstone Elsevier, 2006. pp 579-82.
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