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1. HE, tricrômico de Masson |
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Fem. 51a. Clique para: ressonância magnética, HE, tricrômico de Masson, imunohistoquímica para marcadores gliais (GFAP, VIM), marcadores neuronais (SNF, cromogranina, NF, NeuN, MAP2, tubulina), CD34, Ki-67. |
Espécime. Foram recebidos diversos fragmentos, vários sugestivos de paredes de cistos, e em parte densamente calcificados, chegando a exigir breve descalcificação antes do processamento. Histologicamente, consistiam de córtex cerebral normal ou com gliose, ou continham tumor, um ganglioglioma. As concreções calcáreas concentravam-se na interface entre a neoplasia e o tecido nervoso vizinho. O tecido propriamente neoplásico correspondia a apenas pequena parte do material. Os melhores fragmentos foram reincluídos em um só bloco para estudo imunohistoquímico. |
Destaques da microscopia. Para destaques da imunohistoquímica, clique | ||
HE Geral. Tumor neuroectodérmico com população celular mista, vasos hialinizados | Neurônios | Células multinucleadas |
Corpos hialinos granulosos | Vasos | Área lembrando oligodendroglioma |
Calcificações periféricas. Substância branca peritumoral | Masson | Vasos. Corpos hialinos |
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Ganglioglioma.
O tumor era composto por células lembrando astrócitos fibrilares, com áreas sugestivas de oligodendrócitos. Com GFAP e VIM, as duas eram distintas pela virtual ausência destes marcadores nas áreas lembrando oligodendroglioma. Os vasos eram espessos e hialinizados, não raro calcificados. Células com o aspecto clássico de neurônios eram raras. Havia quantidade moderada de células multinucleadas de morfologia incaracterística. Com imunohistoquímica algumas se marcaram como neurônios, outras como glia. A periferia do tumor era decorada por abundantes concreções calcáreas. |
Células com aspecto de neurônios. Só poucas células no tumor seriam facilmente reconhecíveis como neurônios. | |
Células multinucleadas. Eram freqüentes no espécime. Sua morfologia não permite classificá-las como neurônios, embora em muitas os núcleos se assemelhem aos daqueles (núcleo vesiculoso, cromatina frouxa, nucléolo evidente). Também o citoplasma bem delimitado lembra o de neurônios. Com imunohistoquímica, foram positivas para alguns marcadores neuronais (cromogranina, MAP2, beta-tubulina classe III), mas negativas para outros (SNF, NF, NeuN). Possivelmente seriam neurônios aberrantes, dismórficos ou displásicos. Ver células semelhantes em outro caso. | |
Corpos hialinos granulosos. Eram achado freqüente neste caso e indicam neoplasia glial de baixo grau. Geralmente são encontrados em tumores considerados grau I na OMS, como astrocitomas pilocíticos e gangliogliomas (1) (2), onde podem coexistir com as fibras de Rosenthal (não observadas aqui). Também aparecem no xantoastrocitoma pleomórfico (OMS grau II) (1) (2). São interpretados como acúmulos de proteínas ubiquitinadas (conjugadas à ubiquitina) e marcadas para degradação em organelas citoplasmáticas chamadas proteassomos. Podem ter aspecto de gotículas isoladas ou aglutinadas em um só corpúsculo. | |
Vasos hialinizados ou calcificados. Muitos vasos apresentavam paredes espessadas por fibras colágenas, não raro de aspecto homogêneo (hialinizadas) e com variável deposição de cálcio (partículas basófilas com tendência a confluirem). Pode-se supor que nestes vasos anômalos não houvesse barreira hemoencefálica, o que justificaria a forte impregnação por contraste do tumor, vista em ressonância magnética. | |
Ganglioglioma
Área lembrando oligodendroglioma. Nestas áreas, as células tinham núcleos redondos e pequenos, e halo claro perinuclear, lembrando o clássico aspecto em ovo frito dos oligodendrócitos. |
Margem
externa do tumor - calcificações.
Na transição entre o tumor e o tecido nervoso gliótico na periferia do mesmo concentravam-se abundantes concreções calcáreas, algumas confluindo em massas maiores. Macroscopicamente eram duras, com aspecto de giz. |
Substância
branca na periferia do tumor.
Apresentava tecido nervoso gliótico e numerosas calcificações, que, pela forma alongada e ramificada, pareciam ter-se originado em capilares. Nesta região foram encontrados por imunohistoquímica vários neurônios ectópicos na substância branca. (ver NeuN, MAP2, tubulina). Em HE eram muito difíceis de identificar. |
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Tricrômico
de Masson.
Esta coloração
para tecido conjuntivo destaca as fibras colágenas em azul, contrastando-as
aos demais elementos. Chama a atenção a grande quantidade
de colágeno no tumor, muito além do que se tinha a impressão
em HE. O colágeno está nos vasos espessados e hialinizados.
O tecido neoplásico entre eles cora-se em róseo arroxeado
e as concreções calcáreas na periferia do tumor
em vermelho mais forte.
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Masson. Ganglioglioma. O tecido neoplásico entre os vasos parece um astrocitoma de baixo grau, com células maiores esparsas, de morfologia aberrante, inclusive células multinucleadas, que na IH são positivas para alguns marcadores neuronais, como MAP2. | |
Vasos espessos e colageneizados. Os vasos intratumorais têm luz estreita, mas suas paredes são espessadas por mútiplas camadas concêntricas de fibras colágenas, que aparecem em azul. Em vários, a luz foi completamente obliterada. Uma camada anelar fortemente vermelha (corada pela fucsina) em alguns deles pode corresponder a fibrina. | |
Corpos hialinos granulosos. Esses corpúsculos, já notados em HE, destacam-se fortemente no tricrômico de Masson corados pela fucsina em vermelho cereja. Sua presença denota glioma de baixo grau de malignidade. São proteínas marcadas para degradação em proteassomos através de ligação à proteína ubiquitina. | |
Masson.
Substância branca peritumoral.
É pobre em colágeno, rica em concreções calcáreas. Nela foram identificados neurônios ectópicos com IH para NeuN, MAP2, e tubulina. |
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Para mais imagens deste caso: | ||||
RM | HE | GFAP, VIM | SNF, NF, NeuN, cromogranina | MAP2, tubulina, CD34, Ki-67 |
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