CD68, um marcador de macrófagos, foi notavelmente positivo neste astrocitoma de células granulares. Ao lado, lâmina escaneada mostrando a margem do cisto tumoral (banda ondulada fortemente marcada na superfície superior e à esquerda) e a faixa de células granulares que avança pela substância branca. 

A intensa marcação levou-nos a considerar o diagnóstico diferencial de histiocitose. Posteriormente, entendemos que a positividade se baseava nos lisossomos das células tumorais. Na literatura há vários relatos de positividade de astrocitoma de células granulares para CD68 (ver texto). Para breve texto sobre CD68, clique. 

A orla de tecido tumoral viável que margeava o cisto mostra células neoplásicas positivas no citoplasma para CD68. Apesar da aparente boa delimitação com a substância branca, esta está infiltrada por células neoplásicas de citoplasma amplo e repleto de granulações (células granulares).  As células granulares são astrócitos modificados pelo acúmulo de lisossomos, positivos para CD68. 
 

Substância branca com células granulares. 

A substância branca próxima ao tumor mostrava-se infltrada por células neoplásicas de padrão granular. A semelhança destas com macrófagos é notável, desde a morfologia em HE. Acrescente-se a positividade para CD68 e negatividade para GFAP. No entanto, são astrócitos neoplásicos transformados. 

O fato ilustra como dados isolados podem ser falaciosos e mesmo reações imunohistoquímicas podem apontar em direção oposta à da realidade.  Para células granulares em microscopia eletrônica, clique.

Células granulares e micróglia. 

Além das células granulares, que são grandes, com citoplasma abundante e globoso, observam-se outras pequenas células alongadas, com citoplasma mais fortemente marcado, que correspondem a  células microgliais. Os núcleos sem citoplasma marcado devem pertencer a astrócitos e oligodendrócitos.