Adenoma eosinófilo causando acromegalia, imunohistoquimicamente negativo para GH. 
3. Microscopia eletrônica
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Masc. 46 a.   O estudo abaixo foi realizado a partir de reservas em formol, reprocessadas para microscopia eletrônica após 4 dias de fixação.  Observa-se que a fixação inicial em líquido de Karnovsky não é indispensável para uma qualidade aceitável das preparações. O mais importante é a rapidez da fixação (o menor tempo possível entre a retirada do fragmento e a imersão em formol).  O formol a 10% tamponado é um bom preservador inicial e conserva a estrutura de membranas celulares e organelas. 

Clique para TC, RM, espécime macrodestaques da microscopia, HE, GH (texto), prolactina, AE1AE3Ki67

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Destaques  da  microscopia  eletrônica. 
Aspecto geral em aumento fraco Células secretoras  Grânulos de secreção. Texto
Membranas plasmáticas Aparelho de Golgi  Mitocôndrias, centríolo
Lipofuscina Interstício Capilar
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Aspecto geral.   Em aumento fraco, observa-se população de células epiteliais, de contorno poligonal, abrigando no citoplasma quantidade variável de grânulos de secreção eletrodensos. Os limites intercelulares são nítidos, tendendo a retilíneos. Os núcleos têm cromatina frouxa, com grânulos dispersos e, freqüentemente, nucléolo. Há células binucleadas. 
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Células  secretoras.   A feição mais marcante das células deste adenoma de hipófise, que em microscopia óptica tem tonalidade eosinófila, são os grânulos de secreção ou vesículas secretoras (para breve texto, clique).  As vesículas chamam a atenção pelo seu centro denso, e ocorrem em números ou concentrações variáveis em células vizinhas. Dispersam-se por todo o citoplasma, mas, em algumas células, arranjam-se como contas de rosário ao longo da membrana plasmática. Esta disposição tem a ver com a exocitose do material a ser secretado, quando, respondendo a estímulos específicos, as vesículas se fundem com a membrana celular descarregando seus produtos fora da célula. 
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Grânulos de secreção.   As vesículas secretoras ou de centro denso (dense core vesicles)  têm morfologia simples, constituídas por uma esférula muito escura (eletrodensa) onde se concentra a proteína a ser secretada.  Esta é circundada por uma fina membrana derivada das cisternas do aparelho de Golgi, que contém receptores para acoplagem à membrana plasmática durante a exocitose.  Há vesículas um pouco maiores ou menores, mais claras ou mais densas, que provavelmente refletem os estágios de maturação. As menos densas são as mais jovens, que não completaram a  concentração do seu conteúdo.  A disposição das vesículas enfileiradas ao longo da superfície interna da membrana reflete os locais onde ocorre a exocitose.
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Grânulos  ou  vesículas  de  secreção. 

Células especializadas na secreção rápida de seus produtos os concentram e guardam em vesículas secretoras (também chamados grânulos de secreção ou vesículas de centro denso, por terem o conteúdo fortemente eletrodenso em microscopia eletrônica).  As vesículas se formam no aparelho de Golgi e liberam seu conteúdo no exterior por exocitose, fundindo-se com a membrana plasmática mediante estímulos específicos.  O produto secretado pode ser uma molécula pequena como a histamina, ou uma proteína, como um hormônio ou uma enzima digestiva. 

No caso de proteínas, estas são sintetizadas no retículo endoplasmático e passadas ao aparelho de Golgi. Enquanto se movem ao longo das cisternas do Golgi vão sofrendo concentração que atinge até 200 a 400 vezes a original, quando deixam o retículo endoplasmático. Inicialmente aparecem como agregados eletrodensos, que depois se condensam para formar o núcleo escuro da vesícula. 

No início da formação da vesícula, a membrana que a circunda e que se origina do Golgi é só frouxamente enrolada em volta dos agregados de proteínas secretadas. No processo de maturação, vesículas imaturas podem fundir-se entre si, e o conteúdo vai ficando cada vez mais concentrado e eletrodenso. O processo é complexo, envolvendo acidificação do conteúdo da vesícula e remoção de membrana em excesso, que será reciclada ao aparelho de Golgi.  Como a concentração final é muito alta, a célula secretora pode liberar grandes quantidades de material por exocitose, quando estimulada pelo sinal adequado. 

Fonte.  Alberts B et al. Molecular Biology of the Cell.  5th Ed.  Garland Science, New York,  2009.   pp.799 – 802. 

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Membranas plasmáticas (limites  intercelulares).   Membranas plasmáticas de células vizinhas são apostas e  correm em paralelo por longas distâncias, delimitando um estreito espaço intercelular, sem complexos juncionais.  Vesículas secretoras alinham-se ao longo das membranas, na disposição favorável para descarga de seu conteúdo por exocitose. 
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Organelas  celulares.    A boa preservação dada pelo formol a 10% é testemunhada pelo estado de organelas, como o complexo de Golgi, mitocôndrias e centríolos.  Destas, as mitocôndrias são as mais sensíveis à anóxia e as primeiras a denunciar retardo na fixação. A falta de oxigênio e a conseqüente parada na respiração celular leva ao colapso das bombas de membrana,  entrada de água e tumefação da organela, que pode 'explodir'.  Neste material há algumas mitocôndrias tumefeitas, mas a maior parte tem aspecto normal. 
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Lipofuscina.   Grânulos de pigmento, que em microscopia óptica têm cor pardacenta, aparecem em microscopia eletrônica como corpúsculos variavelmente eletrodensos e multivacuolados. Acumulam-se em células que não se dividem mais, como neurônios, miocardiócitos e até em certos tumores como ependimomas.  Aqui vemos comparativamente poucos grânulos de lipofuscina.  Para mais exemplos de lipofuscina, clique.
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Interstício, tecido fibroso.    Lóbulos de células neoplásicas são delimitados por traves de tecido conjuntivo ricas em fibras intersticiais como colágeno e reticulina.  Para mais sobre estas, clique.  As fibras estão arranjadas aproximadamente em feixes paralelos e entre elas observam-se células que presumivelmente as sintetizam, bem como vasos. 
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Capilar.     Este capilar foi um dos poucos encontrados no interior de um lóbulo do tumor. Apresenta boa preservação ultraestrutural, com células endoteliais apoiadas sobre membrana basal.
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Agradecimento.    Caso estudado em colaboração com o Prof. Fábio Rogério.     Preparações de microscopia eletrônica executadas pela técnica Mayara Rodrigues Linares Silva,  Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Campinas, SP.
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Para mais imagens deste caso:
TC, RM Macro HE IH - GH (texto), prolactina, AE1AE3,  Ki67 ME. 
Texto : grânulos de secreção
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