Sarcoma primário de meninges
com expressão multifenotípica. 
5. IH para marcadores neuroectodérmicos : GFAP, S-100, CD56, NF
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Masc., 21 a. Clique para história clínica e ressonância magnética, HE, colorações especiais e imunohistoquímica, estudando antígenos musculares, epiteliais, neuroectodérmicos, CD34, Ki67 e p53
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GFAP. A extensa positividade para este marcador de astrócitos nos surpreendeu, pois não seria esperada em um sarcoma, tumor de tecido conjuntivo. A marcação parece genuína, pois restringe-se ao citoplasma, havendo células positivas e negativas lado a lado. O resultado foi reproduzido independentemente em outro laboratório. As células fusiformes e as células redondas foram mais freqüentemente reagentes. Células aberrantes ou agigantadas foram negativas. 
 
Diagnóstico diferencial com gliossarcoma.  O resultado com GFAP sugere diferenciação astrocitária em parte das células, levantando o diagnóstico diferencial com gliossarcoma. Este afastamos, em face da topografia claramente periférica, indicando origem meníngea do tumor (conferir na ressonância magnética). Gliossarcomas são basicamente glioblastomas com diferenciação focal ou regional para sarcoma. Como tumores gliais primários, originam-se no parênquima cerebral, geralmente na substância branca de um hemisfério ou lobo. Este caso não tem feições morfológicas de glioblastoma, não apresenta células com aspecto astrocitário, proliferação vascular ou necrose em pseudopaliçada, próprias dos gliomas difusos de alto grau. Apresenta-se bem delimitado e com cápsula, feições estranhas aos glioblastomas. Geralmente nos gliossarcomas há coexistência de áreas com positividade para GFAP e negativas para reticulina, com outras onde o inverso é verdadeiro.  No site temos alguns exemplos
Em vista da  coexpressão também de antígenos musculares e epiteliais, preferimos categorizá-lo como um raro sarcoma de meninges (baseado na topografia e nas colorações especiais para tecido conjuntivo, com expressão polifenotípica, compatível com natureza altamente indiferenciada ou primitiva. 
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GFAP.  Células fusiformes.  Havia campos com quase todas as células positivas, outros com quase todas negativas. 
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GFAP.  Células redondas, rabdóides ou lipidizadas.   Estas células, que predominavam só em uma área do tumor, eram sistematicamente positivas para GFAP. Também o foram para vimentinaAE1AE3, S-100 e CD56. A positividade citoplasmática realçava as gotículas claras, cujo aspecto sugere acúmulo de lípides no citoplasma (lipidização, esteatose microgoticular). 
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GFAP. Células aberrantes, gigantes, multinucleadas, com pseudoinclusões. Salvo poucas exceções, eram negativas para GFAP. 
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S-100. 

Observou-se forte positividade nuclear e citoplasmática para proteína S-100, um marcador de linhagem neuroectodérmica ou tecidos originados na crista neural, como células de Schwann e melanócitos. Para breve texto, clique. 

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S-100.  Células fusiformes. 
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S-100.  Células redondas, rabdóides ou lipidizadas.   Essas curiosas células redondas, várias contendo um corpúsculo citoplasmático que deslocava o núcleo para a periferia (aspecto rabdóide), e várias com lipidização do citoplasma, foram positivas para S-100 em graus variáveis. Para breve texto sobre o termo descritor rabdóide e ocorrência de células rabdóides em sarcomas de partes moles, clique
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S-100.  Células aberrantes, multinucleadas.  Foram de modo geral negativas para S-100, com algumas exceções (ver fileira de baixo deste quadro). 
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CD56. Esta proteína de membrana, também conhecida como NCAM ou neural cell adhesion molecule  (para breve texto, clique), é um marcador de tecidos neurais ou neuroectodérmicos. Sua positividade neste sarcoma indica diferenciação ou derivação neural das células neoplásicas. A positividade é variável segundo o padrão morfológico das células. As mais fortemente marcadas, sempre em padrão membrana, foram as células de contorno poligonal ou lembrando células epiteliais, forrando eixos conjuntivo-vasculares. As células redondas soltas, em padrão rabdóide, também mostraram positividade na membrana externa.  As células fusiformes, que constituem a parte preponderante do tumor, foram as menos marcadas, com extensas áreas sem reação. 
CD56. Células 'epitelióides' forrando eixos conjuntivo-vasculares. 
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CD56.  Células redondas, rabdóides ou lipidizadas.   Maioria marca para CD56, com muitas negativas. 
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CD56.  Células fusiformes.  São fracamente positivas e só em poucas áreas. Na maior parte do tumor há completa ausência de marcação. 
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NF. 

O achado, neste sarcoma, de células marcadas por proteína de neurofilamento, um filamento intermediário próprio de axônios, é intrigante. Poderia representar diferenciação divergente para células de linhagem neuronal.  O encontro de axônios marcados serve de controle interno positivo. 

Contudo, não se pode afastar reação cruzada para algum outro componente citoplasmático. Registramos o achado e deixamos a dúvida. 

Só raras células eram positivas, sendo várias em mitose. A alta proporção de células em mitose e positivas para NF também causa estranheza. 

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NF.  Células em mitose.   Também foi curioso que algumas células em mitose expressavam a proteína. Recentemente observamos fenômeno semelhante em um astrocitoma subependimário de células gigantes. Aparentemente (não foram realizadas contagens) a positividade para NF é mais facilmente encontrada em células mitóticas. Ignoramos a explicação para o fato. 
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NF. 

Axônios na periferia da lesão. 

O encontro de axônios em algumas áreas na periferia do tumor é indício de caráter infiltrativo. Em outras áreas, havia uma cápsula fibrosa revestindo o tumor (ver em HE).  Os axônios também servem de controle interno positivo para os achados nas células neoplásicas. 

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Preparações imunohistoquímicas deste caso pela técnica Ana Cláudia Sparapani Piaza, Laboratório de Pesquisa, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. 
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Para mais imagens deste caso:  RM HE Colorações especiais
IH, antígenos musculares, vimentina IH, antígenos epiteliais IH, antígenos neurais IH - CD34, Ki-67, p53
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Textos complementares:  Sarcomas cerebrais Fibrossarcoma Mixofibrossarcoma Diferencial: gliossarcoma
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