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1. Macro, HE |
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Espécime. Nódulo tumoral medindo cerca de 4 cm. de maior diâmetro, de superfície externa lisa e discretamente lobulada, consistência macia e elástica. Vasos calibrosos são vistos na superfície. Aos cortes, aspecto heterogêneo com pequenos cistos, áreas finamente esponjosas (microcísticas), outras fortemente amareladas (xantomatosas, ricas em lípides). Uma faixa de tecido mais esbranquiçado e aspecto fibrótico atravessa o tumor. |
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Padrões
variados. Diversos
aspectos histológicos coexistiam e freqüentemente se imbricavam
neste fascinante tumor.
A parte mais extensa era constituída por tecido microcístico, em que as células têm longos prolongamentos formando um reticulado que delimita cistos contendo líquido de aspecto róseo e homogêneo (rico em proteínas). Nas áreas xantomatosas, as células neoplásicas apresentavam abundantes pequenos vacúolos, cuja natureza lipídica foi confirmada pela coloração Oil Red O. O lípide era provavelmente responsável pela cor amarelada predominante do tumor na macroscopia. Nas áreas xantomatosas os vasos tumorais eram muito abundantes, dando aspecto angiomatoso. Suas paredes eram espessas e fibróticas, por vezes com aspecto homogêneo (hialino), e às vezes com sais de cálcio. Em certa região os vasos anômalos se concentravam deixando poucas ou nenhuma célula neoplásica entre eles (área fibrótica, macroscopicamente esbranquiçada). Finalmente, uma pequena região tinha o aspecto meningotelial clássico. Abaixo, tentativa de correspondência entre os aspectos macro- e microscópicos. |
Áreas microcísticas. O aspecto esponjoso no pequeno aumento era dado por células de citoplasma estrelado delimitando pequenos cistos. Em microscopia eletrônica, os prolongamentos celulares se tocavam em pontos de aderência (puncta adherentia), deixando clara a localização extracelular destas pequenas cavidades. Os cistos contêm líquido amorfo e róseo tênue, provavelmente constituído por proteínas e macromoléculas. Vasos espessados e células xantomatosas também são observados. O aspecto geral nas áreas microcísticas pode vagamente lembrar tecido adiposo, mas os cistos não contêm lípide. |
Áreas xantomatosas. Nestas, que provavelmente correspondiam às regiões mais fortemente amareladas na macroscopia, as células eram arredondadas, com citoplasma microvacuolado contendo gotículas lipídicas. Os cistos extracelulares que dominavam as áreas microcísticas não eram observados aqui. As células tumorais xantomatosas lembravam macrófagos, ou células epiteliais de glândulas sebáceas. Também nestas regiões os vasos do tumor chamavam atenção pelo caráter hialino e espessado, devido à deposição de fibras colágenas. |
O aspecto xantomatoso pode ser considerado um fenômeno metaplásico das células tumorais, que podem também acumular gotículas grandes de lípide, como adipócitos maduros [para exemplos deste padrão, clique (1)(2)]. Por isso, esses meningiomas são também chamados metaplásicos, ou lipidizados. | |
Vasos espessados e hialinizados. Havia grande quantidade de pequenos vasos entre as células neoplásicas xantomatosas, sendo muitos grosseiramente espessados, com fibras colágenas individualizáveis. Estas podem ser melhor demonstradas com tricrômico de Masson. Depósitos de cálcio na forma de grânulos isolados ou confluentes eram vistos em alguns vasos. | |
Áreas angiomatosas e fibróticas. Eram constituídas por vasos muito espessos e hialinizados, com escassas células tumorais de permeio. Áreas assim eram macroscopicamente visíveis como faixas esbranquiçadas cortando o tumor. Material basófilo finamente particulado correspondia a calcificações. |
Áreas meningoteliais. Áreas meningoteliais clássicas constituiam uma pequena parte da neoplasia. Podia-se observar transição abrupta para áreas xantomatosas (última foto do quadro). | |
Caso do Hospital Medical de Limeira, SP, gentilmente contribuído pelos Drs. Evandro Maciel Pinheiro e Hoyama da Costa Pereira. |
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