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com infiltração e lise óssea. 1. HE, colorações especiais. |
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Masc. 55 a. Na tomografia computadorizada e na ressonância magnética, o tumor cresce no espaço epidural occipital, levando a uma formação em calota que comprime o cérebro. Também infiltra o osso e o ultrapassa, avançando para o tecido subcutâneo do couro cabeludo. O material mostrado logo abaixo provém da porção intracraniana. Os fragmentos ósseos são estudados a seguir. |
Destaques da microscopia. | ||
HE. Caráter fusocelular, feixes multidirecionados e entrelaçados. Células neoplásicas | Vasos dilatados, luz ampla irregular, paredes finas | Infiltração da dura-máter |
Infiltração dos espaços medulares do osso occipital, com remodelação óssea | Rimas de osteoblastos | Osteoclastos |
Masson. Infiltração da dura-máter | Delicadas fibras colágenas entre as células neoplásicas | Reticulina. Fibras reticulínicas entre as células neoplásicas, abundantes ou escassas conforme a área |
CD34. Positivo no citoplasma das células neoplásicas | CD34. Positivo também em vasos. Nesta área, negativo nas células neoplásicas | CD99. Positivo difuso no citoplasma das células neoplásicas |
BCL-2. Positivo variável no citoplasma das células neoplásicas | VIM. Positivo variável no citoplasma das células neoplásicas | Ki-67. Positividade em cerca de 10% dos núcleos das células neoplásicas. |
HE. Aspecto geral do tumor, porção intracraniana. Neoplasia densamente celular, composta por células alongadas vagamente arranjadas em feixes curtos e multidirecionados (arranjo estoriforme). Em áreas, eram notados vasos de diâmetro variável, muitos calibrosos e dilatados, mesmo sem hemácias na luz. |
Células neoplásicas. Eram alongadas, com núcleos ovalados, cromatina bem distribuída, ora mais frouxa, ora mais densa. Não havia propriamente atipias nucleares, chamando a atenção considerável regularidade. Nucléolos não eram observados. O citoplasma era relativamente escasso, com limites imprecisos. Não foram encontradas mitoses. A disposição das células em feixes orientados em várias direções era observada nas diversas áreas examinadas. | |
Vasos. Em áreas, chamavam a atenção vasos dilatados, tortuosos, em grupos, com paredes muito delgadas, mas luz ampla mesmo sem conter sangue. Não chegavam a apresentar grande diâmetro ou a clássica ramificação 'em chifre de veado' descrita nos hemangiopericitomas. |
Infiltração dural. Em certa área, observava-se uma faixa de tecido fibroso denso constituída por feixes colágenos em paralelo, com núcleos muito delgados e levemente ondulados. Ao que tudo indica, tratava-se de dura-máter invadida pelo tumor. Havia tecido neoplásico nas duas faces, e a dura terminava abruptamente entre as células tumorais. O achado denota a natureza invasiva e infiltrativa do tumor fibroso solitário, também observada em hemangiopericitomas. Ver também em tricrômico de Masson. |
Infiltração óssea - tumor nos espaços medulares. Os fragmentos ósseos demonstraram extensa substituição dos espaços medulares por tecido neoplásico, em tudo semelhante ao discutido acima. Observavam-se em certas áreas vasos dilatados e de paredes finas, a exemplo do já documentado no tumor intracraniano. Em algumas trabéculas foram encontrados sinais de remodelação óssea, com rimas de osteoblastos e atividade osteoclástica. |
Osteoblastos.
Osteoblastos são fibroblastos especializados para produção
de matriz óssea, propícia à deposição
de sais de cálcio. Osteoblastos em atividade são cubóides,
com citoplasma intensamente basófilo devido à riqueza de
ribossomos, envolvidos na síntese proteica.
Osteoblastos são normalmente pouco ativos no osso maduro, mas podem ser estimulados a proliferar e depositar osso novo por traumas (como em fraturas), processos inflamatórios (como osteomielite), ou por tumores. No presente exemplo, o tumor fibroso solitário atuou como agente estimulante dos osteoblastos. Mesmo assim, o resultado final foi destruição óssea, com permeação do crânio pelo tumor. A seguir, exemplos de osteoclastos, células que atuam na reabsorção óssea e também são estimulados pelos fatores acima. |
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Osteoclastos. São células multinucleadas que promovem a reabsorção óssea. São encontrados nas margens das trabéculas ósseas e atacam a matriz, produzindo por vezes pequenas cavidades onde se alojam. | |
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Tricrômico
de Masson.
O tricrômico de Masson (para procedimento técnico, clique) cora o colágeno em azul, distingüindo-o das células tumorais, em vermelho. |
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Assim, dá boa idéia da proporção de elementos conjuntivos no tumor, e da relação da neoplasia com estruturas vizinhas, no caso, a dura-máter. Em HE, estas estruturas são todas coradas em diferentes tons de rosa. |
Tricrômico de Masson. Infiltração dural. A faixa de dura-máter que atravessa o campo abaixo destaca-se em azul, notando-se que as fibras colágenas são infiltradas ou interrompidas pela neoplasia. |
Masson. Tumor. Na neoplasia propriamente dita, as fibras colágenas são delicadas e finamente mescladas entre as células neoplásicas. Há áreas sem colágeno. Os vasos dilatados têm paredes muito finas e quase sem parede própria. | |
Reticulina. Áreas ricas. A impregnação argêntica de Gomori (para procedimento técnico, clique), demonstra fibras reticulínicas em quantidade variável em diferentes áreas do tumor fibroso solitário. Abaixo, exemplos de áreas ricas em reticulina, onde as fibras acompanham as células neoplásicas uma a uma, criando uma densa rede intersticial. | |
Reticulina. Áreas pobres. Em outras áreas, porém, a distribuição de reticulina era mais escassa, principalmente limitada aos vasos. Entre as células tumorais observavam-se só fibras isoladas. | |
Agradecimentos.
Caso
do Hospital Medical de Limeira, gentilmente contribuído pelo Dr.
Evandro Maciel Pinheiro. Preparações histológicas
pelas técnicas Viviane Ubiali e Ana Cláudia Sparapani Piaza.
Colorações especiais pelo técnico Fernando Wagner
dos Santos Cardoso.
Depto de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP. |
Para mais imagens deste caso: | TC, RM | HE, colorações especiais | IH |
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Hemangiopericitoma, outros casos :
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