Neupatimagem-UNICAMP

Meningioma cordóide. 1. Esfregaço, parafina HE.

Fem. 34 a. Clique para história clínica, TCs de 2/10/2012 e 23/2/2013, (+ comparação das duas datas), RM de 6/2/13, destaques da microscopia óptica, esfregaço, parafina HE, tricrômico de Masson, reticulina, EMA, Ki67, RP, microscopia eletrônica.

Destaques da microscopia óptica.

Esfregaço. HE. Células estreladas em meio a material intersticial basófilo	Parafina. HE. Cordões celulares em matriz amorfa, lembrando cordoma	Feixes colágenos em algumas áreas


Vasos delgados em distribuição regular	Masson. Células tumorais em vermelho, matriz intersticial em azul	Reticulina. Fibras reticulínicas restritas aos vasos, ausentes entre as células neoplásicas


EMA. Positivo nas células neoplásicas (membrana e/ou citoplasma)	Ki-67. Positividade em < 1% das células neoplásicas. Maior em células endoteliais	RP. Positivo em cerca de 90% das células neoplásicas


Microscopia eletrônica.

Esfregaço.

Uma pequena amostra do tumor a fresco (cerca de 1 mm3) é esmagada entre duas lâminas, com deslizamento da de cima sobre a de baixo. A fina camada de material espalhado na lâmina de baixo é rapidamente fixada em álcool absoluto e corada por HE.

Observa-se a rede vascular com células neoplásicas aderidas. Em regiões mais finas, fica aparente a morfologia estrelada das células com material intersticial amorfo.

Esfregaço. Células estreladas. As células neoplásicas têm núcleos regulares, ovalados, com cromatina densa mas sem atipias. O citoplasma róseo forma delicados prolongamentos que se entrelaçam num retículo de fundo. Ocasionalmente, discerne-se tendência a arranjo cordonal das células (melhor notado em parafina)

Esfregaço. Material amorfo extracelular. Em áreas, as células estão mescladas a substância amorfa, corada em róseo ou roxo conforme o campo, guardando vaga semelhança com matriz cartilaginosa. Comparar com aspecto em HE, e com microscopia eletrônica.

PARAFINA HE

Meningioma cordóide.

Esta variedade rara não lembra os meningiomas mais comuns, como os meningoteliais e transicionais. As células neoplásicas são alongadas, delgadas ou estreladas, e formam um delicado reticulado em meio a material basófilo intersticial que lembra matriz cartilaginosa. Não se observam redemoinhos nem corpos psamomatosos. A semelhança com os cordomas justifica o termo cordóide. Os meningiomas cordóides são considerados grau II na classificação da OMS.

Meningioma cordóide. Células estreladas formando cordões.

Como já notado no esfregaço, as células tumorais têm morfologia peculiar, alongadas ou estreladas, e se unem formando cordões ramificados que lembram a arquitetura dos cordomas.

Células estreladas e arquitetura cordonal. No meningioma cordóide, as células são alongadas, o citoplasma é escasso e sem vacúolos. Em comparação, as células dos cordomas têm aspecto epitelial, com limites nítidos e contornos arredondados ou poligonais. O citoplasma é freqüentemente vacuolado por conter glicogênio.

Matriz intersticial. Os cordões celulares se dispõem em meio a abundante matriz amorfa, basófila, muito hidratada. Em microscopia eletrônica, esta é constituída na maior parte por material amorfo eletrolucente, no qual são distinguíveis filamentos de comprimento e espessura variáveis, presumivelmente proteoglicanas, além de fibrilas lembrando colágeno.

Meningioma cordóide. Feixes colágenos.

Como em outros meningiomas, observam-se feixes de fibras colágenas de espessura variável em meio ao tecido neoplásico. Como as células meningoteliais são, na realidade, fibroblastos especializados, compreende-se a freqüente produção de colágeno nos meningiomas.