|
|
|
Fem.
4 a. Crises epilépticas refratárias desde 1 ano de
idade e exame neurológico normal. Já tinha sido operada
em julho de 2003 de lesão cística frontal D, sendo os achados
de neuroimagem e neuropatologia
relatados nestas páginas com o diagnóstico de ganglioglioma.
A continuidade das crises demandou exérese mais ampla de tecido cerebral das margens da lacuna cirúrgica. O material agora recebido demonstrou, além de remanescentes do ganglioglioma, extensas áreas de tumor neuroepitelial disembrioplásico ou DNT (segundo as iniciais em inglês: Dysembryoplastic neuroepithelial tumor). Isso nos levou a reavaliar as imagens originais, comparando-as com exames mais recentes, o que é apresentado nesta página. Os achados neuropatológicos da segunda cirurgia são mostrados em outras páginas: 1 - HE
do ganglioglioma e DNT.
|
|
Sem contraste | Com contraste |
|
|
Sem contraste | Com contraste |
|
Sem contraste, em três datas. Há pequenas diferenças de inclinação da cabeça nos exames. A área calcificada manteve-se praticamente inalterada, mas houve crescimento de uma formação cística, que já existia, mas era pequena nos dois primeiros exames, e expandiu-se no último, causando leve deformidade da tábua óssea interna na região frontal D. | ||
31/5/2002 | 2/9/2002 | 20/5/2003 |
pré-operatória, 14/7/2003 |
No giro frontal médio D, lesão córtico-subcortical sólido-cística, de limites mal definidos, heterogênea, com cerca de 2 cm no maior diâmetro, acometendo predominantemente a substância branca. O componente sólido tem hiposinal em T1 e hipersinal em T2. Causa remodelação da tábua óssea interna, demonstrando seu crescimento lento. Não há captação de contraste. |
CORTES CORONAIS T1, IR. IR, iniciais de Inversion Recovery, é uma seqüência que propicia a melhor diferenciação entre a substância branca e cinzenta, facilitando o estudo dos giros e a morfologia das lesões. | ||
IDEM, DETALHES. A grande formação cística parece situar-se na medular de um giro e estar delimitada perifericamente por córtex adelgaçado. Nos giros vizinhos a esta lesão maior, o córtex parece ter uma faixa com hiposinal em T1, sugerindo textura frouxa e alto grau de hidratação. | ||
T1 COM CONTRASTE. Não há impregnação. | ||
T2. Há alteração de sinal da substância branca do lobo frontal D anteriormente à lesão (hipersinal em relação ao hemisfério E, sugerindo deficiência de mielinização e/ou gliose). A lesão propriamente dita aparece com forte hipersinal, maior no componente cístico, estendendo-se até o ângulo do ventrículo lateral D. | ||
DETALHES. O aspecto hidratado do córtex dos giros vizinhos à lesão cística persiste no T2 como hipersinal. Comparar com outros giros. | |
CORTES AXIAIS. Ausência de impregnação por contraste. O hipersinal nos cortes em FLAIR provavelmente dá a melhor idéia da extensão da lesão, que chega à margem externa do corpo do ventrículo lateral D. | ||
T1
SEM CONTRASTE
(GRADIENTE ECO) |
T1 COM CONTRASTE | FLAIR |
CORTES SAGITAIS. Confirmam ausência de impregnação. | |
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
Após
o exame acima a paciente foi operada, com retirada da lesão cística,
que foi diagnosticada como ganglioglioma. Para estudo anátomo-patológico
daquele espécime, clique.
Foram realizados dois exames RM de controle, em julho de 2004 e março de 2005, sem diferenças entre eles, que revelam a lacuna cirúrgica e lesões residuais. |
7/7/2004 e 15/3/2005 |
|
|
AXIAL, FLAIR. Foi retirada a lesão cística, permanecendo áreas de hipersinal em volta da mesma já existentes na RM pré-operatória. | ||
14/7/2003 | 15/3/2005 |
As áreas de córtex com aspecto hidratado (hiposinal em T1 e hipersinal em T2), já observadas na RM pré-operatória de 2003, continuaram a ser notadas nos controles após 1 e 2 anos da cirurgia. |
CORTES CORONAIS, T1, IR, 7/7/2004 | |
CORONAL, T1, IR, 15/3/2005 | |
CORONAL, T2, 7/7/2004 | |
CORONAL, T2, 15/3/2005 | |
Em conclusão,
a primeira cirurgia restringiu-se à retirada da lesão cística,
visando preservar tecido nervoso viável e minorar seqüelas.
Contudo, com a continuidade das crises, ficou claro que áreas
em volta da lacuna cirúrgica deveriam conter ainda tecido anômalo,
impondo-se a remoção das mesmas.
O exame anátomo-patológico deste segundo espécime revelou que as áreas de córtex hidratado mostradas acima correspondiam a um tumor neuroepitelial disembrioplásico (ou DNT segundo das iniciais em inglês), insuspeitado nos exames de RM pré- ou pós-cirúrgicos. Trata-se, portanto, de coexistência de duas doenças malformativas e/ou neoplásicas associadas a epilepsia: um ganglioglioma e um DNT. A interpretação das imagens como DNT foi retrospectiva após o exame histopatológico, mostrando a importância da correlação entre Neuroimagem e Neuropatologia para uma compreensão mais profunda destas lesões do sistema nervoso central. |
Para mais imagens deste caso: | HE (DNT e ganglioglioma) | IH, ganglioglioma |
DNT, IH para neurônios | DNT, IH para glia e outros | DNT, células 'plumiformes' |
Sobre gangliogliomas | Características de imagem dos gangliogliomas | Neuroimagem e neuropatologia de outros casos de ganglioglioma |
Sobre o DNT | Características de imagem dos DNTs | Neuroimagem e neuropatologia de outros casos de DNT |
Neuropatologia
- Graduação |
Neuropatologia -
Casos Complementares |
Neuroimagem
- Graduação |
Neuroimagem -
Casos Complementares |
Correlação
Neuropatologia - Neuroimagem |
|
|