Xantoastrocitoma  pleomórfico  com diferenciação  lipomatosa
1 - HE e colorações especiais

 
Aspecto geral do tumor. 

Neoplasia astrocitária com grande proeminência de células lipidizadas lembrando adipócitos maduros. 

Tumor astrocitário com atipias. O tumor é composto basicamente por células de natureza astrocitária, muitas das quais com atipias proeminentes, como perda da relação núcleo-citoplasma, hipercromatismo e multinucleação. O pleomorfismo nuclear pode induzir ao diagnóstico de um tumor agressivo como o glioblastoma multiforme. Porém, não se observam mitoses nem áreas de necrose e os limites do tumor em relação ao tecido nervoso vizinho são nítidos (quadro abaixo). Uma das principais razões em saber reconhecer o xantoastrocitoma pleomórfico é não confundí-lo com gliomas de alto grau, em que se recomenda radio- e/ou quimioterapia adjuvantes e que têm mau prognóstico. 
Lipidização exuberante.  Um aspecto inusitado neste tumor é o alto grau de lipidização das células neoplásicas, que em extensas áreas assumem aspecto de adipócitos maduros. O acúmulo de lípides excede em muito o mais habitual nesta entidade, que é o aspecto xantomatoso (microgoticular) do citoplasma de algumas células. Para exemplos, clique. A propósito, comparar com um ependimoma anaplásico com diferenciação lipomatosa
Há desde células com parte do citoplasma finamente vacuolado àquelas com grande vacúolo central único, que são a maioria. A natureza astrocitária é confirmada em imunohistoquímica para GFAP. Este alto grau de lipidização não é comum no xantoastrocitoma, e deve ser correlacionado com o hipersinal em T1 que o tumor apresentava nos exames de ressonância magnética
Proliferação vascular.  Própria de tumores de alto grau, era notada em algumas áreas. Contudo, em gliomas de baixo grau, como o xantoastrocitoma pleomórfico, não tem conotação de malignidade. Não raro, é observada em astrocitomas pilocíticos, considerados grau I pela classificação da OMS
Material hialino perivascular.  Corpúsculos de material proteico extracelular são comuns em gliomas de baixo grau como o astrocitoma pilocítico, o xantoastrocitoma pleomórifico e gangliogliomas e, quando presentes, apoiam a natureza benigna da neoplasia. Habitualmente, tomam a forma de corpos hialinos granulosos. Neste espécime têm localização predominante perivascular. 
Fibras de Rosenthal. Freqüentes no astrocitoma pilocítico , várias foram encontradas no presente tumor. São formações hialinas alongadas, lembrando uma cenoura, constituídas por proteína depositada em prolongamentos astrocitários. Ocorrem em neoplasias gliais de baixo grau e também em áreas de gliose crônica de longa duração, sendo exemplos clássicos em torno de craniofaringiomas e cavernomas.
Infiltrado inflamatório.  Infiltrado linfocitário inespecífico foi observado em algumas áreas, às vezes associado a macrófagos contendo hemossiderina. 
Limites do tumor. Nos fragmentos onde era possível observar a margem da neoplasia, a transição entre o tumor e o tecido nervoso era abrupta, sem evidência de caráter infiltrativo, o que corrobora sua natureza benigna. 

 
Tricrômico de Masson.  Cora fibras colágenas em azul. No presente espécime, há áreas com pequena quantidade de colágeno entre as células neoplásicas. Tecido fibroso e fibras colágenas, embora raros,  podem ser observados em gliomas. Há casos, porém, de componente conjuntivo abundante, como nos gangliogliomas desmoplásicos da infância. Ver também um ganglioglioma de adulto e um excepcional tumor glioneuronal misto, ricos em tecido fibroso. 

 
Reticulina. Fibras reticulínicas são abundantes neste espécime, particularmente em torno das células tumorais com aspecto de adipócitos. Xantoastrocitomas podem ser ricos em reticulina, pois os astrócitos que os constituem produzem membrana basal e possivelmente originam-se de astrócitos subpiais. 

 
Para mais imagens deste caso:  RM Imunohistoquímica
Características de imagem dos xantoastrocitomas Sobre o xantoastrocitoma pleomórfico
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