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cavernoma de vias ópticas |
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Lâmina corada por HE, mostrando os fragmentos retirados do nervo óptico E. Estes incluem vasos anômalos com trombose recente e antiga e fragmentos de tecido glial. |
Lâminas escaneadas do mesmo bloco em 4 colorações: HE, tricrômico de Masson (TM), Weigert-van Gieson (WvG) e imunohistoquímica para GFAP. Os vasos anômalos, que contêm abundante colágeno, destacam-se em azul no TM, em vermelho no WvG e são negativos para GFAP. Já o tecido glial é positivo para GFAP (marrom), enquanto os vasos se coram fracamente em azul pela hematoxilina. | |
VASOS ANÔMALOS EM HE. Mostram parede espessa, sem distinção das camadas normais (adventícia, média e íntima), com fibrose e, em alguns, trombos em diferentes fases de evolução. O conjunto tem aspecto de uma malformação vascular, que pode ser denominada hemangioma cavernoso, ou cavernoma. Os vasos estão imbricados em tecido glial densamente fibrilar. |
TROMBO RECENTE. Vasos calibrosos de paredes espessas e hialinizadas, não sendo possível distingüir entre artérias ou veias. No vaso da fileira de cima, a luz está ocluída por massa trombótica recente. | |
TROMBO RECANALIZADO. Nesta área há vários capilares interanastomosados em meio a tecido fibroso e células inflamatórias. O aspecto é compatível com trombo recanalizado. | |
Para saber mais sobre as fases da trombose, clique aqui. |
Tricrômico de Masson. Cora colágeno em azul (corante = azul de anilina), fibrina em vermelho-cereja (escarlate de Biebrich + fucsina ácida) e tecido glial em vermelho arroxeado. Demonstra em azul o tecido fibroso nos vasos anômalos. As áreas vermelho-cereja correspondem à fibrina de trombos recentes, ainda não removidos por fagocitose. Trombos recanalizados aparecem como vários pequenos vasos conglomerados no interior de vasos grandes e anômalos. | |
Weigert - van Gieson. Cora colágeno em vermelho, elástico em preto e tecido nervoso em amarelo. No caso, não há tecido elástico porque os vasos são anômalos e constituídos praticamente só por tecido fibroso denso. | |
IMUNOHISTOQUÍMICA |
GFAP. Os vasos anômalos estão imbricados com densa gliose, fortemente positiva para GFAP. | |
Tecido glial. Na maior parte do material, tem aspecto de gliose isomorfa, isto é, os prolongamentos astrocitários são orientados de forma paralela. Em outras áreas o aspecto é de gliose heteromorfa, menos organizada. Observam-se alguns astrócitos do tipo gemistocítico. | |
NF. Revela numerosos axônios finos, provavelmente do nervo óptico, em meio à gliose. Os axônios podem ser encontrados tanto em tecido glial reacional (gliose, que provavelmente é o caso aqui) ou no meio de astrocitomas pilocíticos do nervo óptico, já que este tumor infiltra difusamente entre os axônios. | |
KI-67. Só raros núcleos marcados. | |
Comentário.
Este
caso ofereceu dificuldade na interpretação também
da histopatologia. Inicialmente, o tecido glial nos pareceu compatível
com um astrocitoma pilocítico de vias ópticas: astrócitos
com prolongamentos retilíneos em orientação paralela,
fibras de Rosenthal, baixo índice de proliferação
no Ki-67. Contudo, gliose de longa duração próxima
a lesões irritativas crônicas pode ter as mesmas características.
O encontro de axônios com NF pode ocorrer em ambas situações.
Por isso, a correlação com os estudos de imagem foi de grande importância. Nestes há uma pequena lesão vascular na espessura da via óptica, sem massa tumoral e sem impregnação por contraste, que seriam esperadas se se tratasse de um astrocitoma pilocítico. Concluímos que a natureza mais provável da lesão é uma malformação vascular do tipo cavernoma, em que o aumento da lesão se dá por dilatação de vasos de parede frágil, trombose e recanalização de trombos, que forma novos canais vasculares, etc. A lesão induz um estímulo irritativo crônico no tecido nervoso em volta, causando gliose. |
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