Meningioma  secretor
2. - Imunohistoquímica

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
AE1AE3. Uma mistura de anticorpos contra queratinas, AE1AE3 foi fortemente positivo nas células do tipo secretor do meningioma, indicando nítida diferenciação epitelial das mesmas em relação ao restante do tumor, onde a marcação foi fraca ou não ocorreu. A positividade foi variável nos corpos pseudopsamomatosos, mas freqüentemente foram menos marcados que o citoplasma das células secretoras. 
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CEA. A positividade para antígeno cárcino-embriônico (CEA) é classicamente conhecida nos meningiomas secretores, que podem aumentar os níveis séricos desta proteína.  Aqui, a marcação foi forte, tanto nos corpos pseudopsamomatosos como no citoplasma das células produtoras. 
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EMA. Antígeno epitelial de membrana, geralmente positivo em meningiomas, foi positivo difuso. Os corpos pseudopsamomatosos marcaram-se muito mais fortemente que as células tumorais, inclusive as que os produzem. 
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S-100. Positivo fraco nas células meningoteliais e transicionais, negativo nas células secretoras e nos corpos pseudopsamomatosos. 
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Ki-67. Marcação de pequena percentagem dos núcleos tumorais, restrito às células meningoteliais e transicionais.  Foi negativo nas células secretoras.
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RP. Receptor de progesterona, foi positivo na grande maioria das células meningoteliais e transicionais, mas negativo nas células secretoras.
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RE. Receptor de estrógeno, negativo em toda a amostra. 

Meningioma secretor.

Meningiomas secretores são raros, correspondendo a cerca de 1,1 % dos meningiomas, com incidência de 6 mulheres para um homem em um estudo (Tirakotai et al., 2006) e respectivamente 1,6 % e 3:1, e 3% e 9:1 em outros (Colakoglu et al, 2003; Probst-Cousin et al., 1997). Parece haver uma preferência nítida por localizações anteriores, como nas asas do esfenóide e região frontal (Probst-Cousin et al., 1997). 

Corpos pseudopsamomatosos.  Esta variedade de meningioma é caracterizada pela presença, em parte das células neoplásicas, de inclusões citoplasmáticas chamadas de corpos pseudopsamomatosos (termo proposto por Kepes, 1961). As inclusões são redondas, bem delimitadas, fortemente eosinófilas, PAS positivas, e circundadas por halo claro. Parecem corresponder a uma secreção proteinácea das próprias células neoplásicas. Pode haver vários corpúsculos em uma única célula. De resto, o tumor tem aspecto de um meningioma meningotelial ou transicional bem diferenciado. Este tipo de meningioma não parece ter comportamento agressivo. 

Edema cerebral.  Há relatos que favorecem uma associação mais comum dos meningiomas secretores com edema da substância branca peritumoral. No trabalho de Buhl et al. com 11 casos de meningioma secretor, todos eram mulheres e a incidência de edema peritumoral foi 82% contra 50 a 66% nos meningiomas em geral. Na série de Probst-Cousin S et al., (1997) houve edema leve a severo em 84%. 

Imunohistoquímica. Tanto as inclusões, como o citoplasma das células que as contêm, são positivos para antígeno cárcino-embriônico (CEA). Há relatos de aumento dos níveis liquóricos e séricos de CEA (Louis et al, 1991).  As células e/ou inclusões são também positivas para AE1AE3 (queratinas), a1-antitripsina e ubiquitina (Colakoglu et al, 2003). 

Microscopia eletrônica. Os espaços intracelulares que contêm as inclusões são forrados por microvilos. O corpúsculo em si tem aspecto variável, desde amorfo a vários padrões estruturais. Os achados morfológicos e imunohistoquímicos favorecem a interpretação de que as células nos meningiomas secretores apresentam diferenciação glandular. (Probst-Cousin  et al., 1997). 

  • Alguacil-Garcia A et al. Secretory meningioma. A distinct subtype of meningioma. Am J Surg Pathol. 10:102-11, 1986.
  • Buhl R et al. Brain oedema in secretory meningiomas. J Clin Neurosci. 10: Suppl 1:19-21, 2001. 
  • Colakoglu N et al. Secretory meningiomas. J Neurooncol. 62: 233-41, 2003.
  • Kepes J. Observations on the formation of psammoma bodies and pseudopsammoma bodies in meningiomas. J Neuropathol Exp Neurol. 20:255-62, 1961. 
  • Louis DN et al. Pseudopsammomatous meningioma with elevated serum carcinoembryonic antigen: a true secretory meningioma. Case report.  J Neurosurg. 74: 129-32, 1991.
  • Probst-Cousin S et al. Secretory meningioma: clinical, histologic, and immunohistochemical findings in 31 cases. Cancer 79: 2003-15, 1997. 
  • Tirakotai W et al. Secretory meningioma: immunohistochemical findings and evaluation of mast cell infiltration. Neurosurg Rev. 29: 41-8, 2006. 

 
 Para mais imagens deste caso: RM HE, colorações ME
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Meningiomas mais raros: Cordóide Rico em linfócitos e plasmócitos Secretor Microcístico
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