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1 - Macroscopia, HE, colorações. |
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Espécime cirúrgico. Consistia de parte do lobo temporal E, contendo os giros temporal médio e inferior. O tumor encontrava-se na extremidade anterior do espécime, no giro temporal médio, não sendo externamente visível. Foram feitos 9 cortes no plano coronal. |
Os 9 cortes, com o mais anterior no canto superior E, vistos pela face de corte posterior. | Os 4 primeiros cortes vistos pela face de corte anterior. |
O tumor tem cor amarelada e atinge o córtex cerebral e a substância branca. Nesta há vários cistos confluentes. A porção mais superficial do tumor tem aspecto cribriforme. Comparar com o aspecto do córtex e substância branca normais. Embaixo, detalhes dos melhores fragmentos. |
A porção central do ganglioglioma, com vários cistos, corresponde à medular do giro temporal médio E que, na RM, tinha características de relaxação magnética semelhantes às do líquor dos ventrículos (hiposinal em T1 e Flair, hipersinal em T2, ver página de RM). | ||
Imagens escaneadas das lâminas de HE e imunohistoquímica. O tumor, sendo constituído predominantemente por células gliais (astrócitos), exprime GFAP, VIM e S100 e destaca-se assim do córtex vizinho. Este, sendo rico em neurônios e neurópilo, marca-se mais fortemente por NSE que o tumor. | |
Comparando as lâminas de NSE e S100, observa-se que uma é praticamente o negativo da outra. No NSE cora-se mais o córtex, no S100 o tumor. A área tumoral está delimitada aproximadamente pela linha tracejada. Nos dois casos nota-se a boa delimitação do ganglioglioma, que ocupa principalmente a medular do giro, avançando para o córtex. | |
CD34, neste caso, foi fortemente positivo nas células tumorais, um achado já relatado na literatura para xantoastrocitoma pleomórfico (demonstrado em um caso desta coleção) e gangliogliomas. | |
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Limites do tumor. Como outros gliomas, o ganglioglioma não tem cápsula, mas seu limite com o tecido nervoso normal é mais ou menos abrupto, ao contrário dos astrocitomas difusos, que infiltram difusamente o tecido vizinho. A distinção entre o córtex cerebral e o ganglioglioma é notada principalmente pela maior celularidade (concentração de núcleos) no tumor. | |
Córtex normal do mesmo caso | |
Comparação. Áreas vizinhas, fotografadas aproximadamente no mesmo aumento. As principais diferenças são a maior quantidade de células gliais e de capilares no ganglioglioma. Os neurônios são grosseiramente semelhantes nos dois, mas há diferenças, vistas em quadros abaixo, principalmente na imunohistoquímica. | |
Ganglioglioma | Córtex normal próximo |
Neurônios do ganglioglioma lembram os do córtex cerebral neste caso (mas nem sempre, ver outros casos: 1, 2), com algumas anomalias de forma, orientação e distribuição, como dendritos apicais fugindo da leptomeninge e maior eixo do neurônio oblíquo, e não perpendicular, à superfície, como habitual. Em todas as fotos, a leptomeninge está para cima (eixo horizontal do campo é perpendicular à superfície). | |
Corpos hialinos granulosos. Achado comum em tumores astrocitários de baixo grau como o ganglioglioma, o astrocitoma pilocítico e o xantoastrocitoma pleomórfico. | |
Células pigmentadas. Foram achado comum neste caso, mas as não havíamos observado antes em outros tumores. O pigmento consiste de hemossiderina, como demonstrado pela reação de Perls (abaixo). Contudo, os grânulos são finos, lembrando melanina, e parecem estar situados em células astrocitárias do tumor e não em macrófagos. Não há macrófagos perivasculares. Em algumas células é possível observar prolongamentos. | |
Porção multicística. É constituída por traves de tecido glial denso, formada pelos astrócitos neoplásicos do ganglioglioma. Neurônios são raros aqui. Axônios e alguns poucos neurônios são demonstrados com imunohistoquímica para neurofilamento. Um vaso anômalo com parede calcificada é visto abaixo. | |
Tricrômico de Masson. Utilizado para demonstrar o componente conjuntivo (desmoplásico), corando fibras colágenas em azul. Neste caso é praticamente ausente. Comparar com outro caso de ganglioglioma de adulto, com forte predomínio de tecido fibroso, e com os gangliogliomas desmoplásicos infantis, em que o componente desmoplásico é a feição mais notável do tumor. | |
Weigert - van Gieson. Outro método para demonstrar tecido conjuntivo, que cora colágeno em vermelho. Aqui praticamente ausente. Comparar com outro caso de ganglioglioma de adulto, com grande quantidade de tecido fibroso, e com os gangliogliomas desmoplásicos infantis. | |
Reticulina. As fibras reticulínicas ocorrem nos capilares, tanto do córtex como do tumor. Como a rede capilar do tumor é muito mais densa que a do córtex, observa-se mais reticulina no tumor. Entre as células neoplásicas há poucas fibras reticulínicas isoladas. Comparar, porém, com outro caso de ganglioglioma de adulto, com reticulina abundante entre as células neoplásicas, e com os gangliogliomas desmoplásicos infantis. | |
Córtex normal para comparar. | |
Para mais imagens deste caso: | RM | Imunohistoquímica |
Sobre gangliogliomas | Características de imagem dos gangliogliomas | Neuropatologia de outros casos de ganglioglioma |
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