Ganglioglioma  temporal associado a displasia cortical.
1 - Ganglioglioma. 

 
O espécime cirúrgico foi incluído em dois blocos de parafina.  O tumor encontrava-se na substância branca subcortical e infiltrava o córtex por continuidade em algumas áreas. As áreas interpretadas como de displasia cortical estão em outra página.
Imagem escaneada da lâmina 1 (HE).  O córtex cerebral está delimitado pela linha ponto e traço. Todo espaço à D desta é constituído  pelo ganglioglioma, que chega ao corno inferior do ventrículo lateral. 
Imagem escaneada da lâmina 2 (HE).  O tumor tinha áreas densamente calcificadas. Um pequeno fragmento de tumor apenso ao córtex era rico em neurônios (no retângulo azul, detalhes abaixo).

 
HE
ASPECTO GERAL DO TUMOR. Neoplasia de linhagem astrocitária, moderadamente celular, composta por células alongadas, com núcleos ovalados e um pouco pleomórficos, e prolongamentos fibrilares que tendem a arranjar-se em paralelo. Calcificações são abundantes.  Não há mitoses nem necrose. Vêem-se poucos neurônios entre as células tumorais, exceto num fragmento do bloco 2, onde são numerosos (abaixo).
NEURÔNIOS NO GANGLIOGLIOMA.  Nesta pequena área do bloco 2 (retângulo azul na imagem escaneada) há vários neurônios anômalos, misturados  às células neoplásicas de linhagem astrocítica.  São claramente parte do tumor, e não células pré-existentes do córtex.  Os neurônios destacam-se por seu citoplasma bem delimitado, basófilo em alguns, eosinófilo em outros. Em alguns, o núcleo é redondo com nucléolo evidente, em outros a cromatina é densa. Apresentam variação de volume, distribuição irregular, núcleo excêntrico e, raramente, binucleação.
CALCIFICAÇÕES. Observadas principalmente como pontilhado basófilo em capilares, confluindo a concreções maiores. 
ÁREA COM CÉLULAS CLARAS. Nesta área, a delicada trama vascular e células com halo claro perinuclear lembram um oligodendroglioma. 
PSEUDOINCLUSÕES. Várias pseudoinclusões intranucleares foram encontradas.  São achado inespecífico, não característico deste tumor. 
ÁREA PERIVENTRICULAR.  O tumor estende-se das camadas profundas do córtex ao corno inferior do ventrículo lateral D, identificado pelo epêndima.  As células ependimárias são ciliadas (feição normal na infância, mas incomum para a idade desta paciente - 32 anos). 

 
ÁREAS DE INFILTRAÇÃO DO CÓRTEX.  O  córtex cerebral limítrofe ao tumor apresenta-se infiltrado em alguns trechos. Nestas regiões, em HE, nota-se maior celularidade entre os neurônios preservados.  Com imunohistoquímica, destacam-se astrócitos volumosos e ricos em prolongamentos reativos para GFAP e VIM. 
Comparação entre cortes do bloco 1 que reagiram para sinaptofisina (SNF) e vimentina (VIM). Na SNF o córtex cerebral destaca-se em marrom devido ao neurópilo (rico em sinapses). O ganglioglioma não se cora. Na vimentina, o tumor se cora e também partes do córtex, uma delas em continuidade direta com a neoplasia. Estas áreas foram interpretadas como infiltração neoplásica. 
ÁREA INFILTRADA. Esta área mostra maior celularidade do córtex na região mais profunda e à D.  À E, córtex normal. 
OUTRA ÁREA INFILTRADA. Este pequeno foco de infiltração cortical fica mais evidente na reação para vimentina (VIM), que demonstra astrócitos fibrosos (presumivelmente parte do ganglioglioma), com prolongamentos ricamente arborizados. Na área normal vizinha, à D, estas células não são observadas. 
HE VIM
Comparação entre áreas infiltrada e normal próximas, em HE. A diferença é sutil, resumindo-se a maior quantidade de núcleos gliais no córtex infiltrado.
ÁREA INFILTRADA, HE Obj. 40 ÁREA NORMAL, HE Obj. 40
VIM. Demonstra bem as áreas de infiltração cortical através  de numerosos astrócitos hipertróficos com exuberante arborização.

 
IMUNOHISTOQUÍMICA  DO  GANGLIOGLIOMA
GFAP. Células neoplásicas astrocitárias são positivas no citoplasma (variável). Prolongamentos ricos em GFAP são vistos por todo o tumor, freqüentemente em feixes. 
ÁREA COM NEURÔNIOS.  Nesta área de tumor rico em neurônios (bloco 2), estas  células são negativas para GFAP (setas). 
VIM. Aspecto semelhante ao do GFAP, mas a reação é mais forte, tanto no pericário como nos prolongamentos das células neoplásicas astrocitárias. 
MARCADORES NEURONAIS.  Área tumoral rica em neurônios (bloco 2).
SNF.  Na foto à E, células com positividade citoplasmática.  A foto da D mostra célula com aspecto de neurônio, mas seu citoplasma é negativo. Em volta, há pontos reativos (botões sinápticos?). 
NF (proteína de neurofilamento).
CGR (cromogranina).
KI-67. Em extensas áreas do tumor não foram encontrados núcleos marcados, ou só marcação em núcleos isolados. A área mostrada na foto à D é exceção.  O baixo índice de marcação está de acordo com a natureza indolente do tumor. 

 
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