Metástase  cerebral  de  carcinoma  neuroendócrino. 
1. HE, colorações especiais. 
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Este tumor ofereceu dificuldade diagnóstica em virtude de seus variados aspectos histológicos, que sugeriram inicialmente lesões de outra natureza, inclusive glandular e glial. Nossa primeira impressão, baseada em um corte de parafina corado por HE,  foi de um ependimoma anaplásico, em vista das estruturas por vezes imitando pseudorrosetas perivasculares e outras lembrando canais ependimários.  Contudo, estudos de imagem  mostraram lesão bem delimitada, independente do sistema ventricular.  O diagnóstico de carcinoma neuroendócrino fundamentou-se na imunohistoquímica, que mostrou positividade para AE1AE3 (pancitoqueratina), EMA (antígeno epitelial de membrana), SNF (sinaptofisina), CD56 e CD57
A lesão é certamente metastática, pois não se descrevem carcinomas neuroendócrinos primários do SNC, mas a origem ficou indefinida. Há história de tabagismo crônico e laringectomia há 10 anos, sem diagnóstico anátomo-patológico conhecido. 
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Destaques  da  microscopia. 
HE.  Neoplasia de células pequenas, em arranjo sólido ou em lóbulos. Em áreas arranjo perivascular, em outras, formações imitando luzes glandulares. Intensa atividade mitótica Masson. Estroma conjuntivo colágeno perivascular e intersticial. Mitose atípica. Reticulina.  Disposição em colares perivasculares ou delimitando lóbulos celulares.  Geralmente ausente entre as células. 
CD56. Distribuição focal em padrão membrana, sugere diferenciação neural das células  CD57. Positividade focal em membranas e citoplasma de algumas células  SNF. Positividade focal  citoplasmática em parte das células.  Indica linhagem neuronal ou neuroendócrina
AE1AE3.  Positividade citoplasmática focal, indica diferenciação epitelial EMA. Positividade  focal em membranas e no citoplasma, também compatível com linhagem epitelial GFAP.  Negativo no tumor, positivo no tecido nervoso limítrofe 
VIM.  Negativa nas células neoplásicas, positiva em vasos e tecido conjuntivo perivascular CD34.  Positivo em vasos, negativo no tumor. Destaca a regularidade da rede capilar da neoplasia Ki-67. Positividade em cerca de 10% dos núcleos das células neoplásicas. p53. Anticorpos negativos
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HISTOLOGIA  -  HE
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Aspecto geral.  Neoplasia altamente celular, constituída por pequenas células de citoplasma escasso, em arranjo sólido, por vezes adotando padrão lobular. A lesão é intensamente vascularizada.  Há abundante atividade mitótica, mas, na pequena amostra a nós submetida, não havia áreas de necrose. 
Morfologia das células.  Núcleos arredondados ou ovalados, cromatina delicada e geralmente bem distribuída, nucléolos visíveis, mas não proeminentes. Citoplasma escasso, freqüentemente basófilo ou claro, de limites imprecisos. 
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Arranjo perivascular. Em vários campos, as células deixavam espaços anucleados perivasculares, que lembravam as pseudorrosetas perivasculares dos ependimomas. Porém, no tricrômico de Masson, ficou claro que estes espaços eram constituídos por tecido conjuntivo colágeno, não por fibrilas gliais. 
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Arranjo glandular.  Já em outras áreas, eram notados espaços císticos que lembravam luzes glandulares. Estas formações simulavam rosetas ou canais ependimários e causaram dificuldade diagnóstica com um ependimoma anaplásico, depois afastada pelas colorações especiais e imunohistoquímica
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Mitoses.   Intensa atividade mitótica, geralmente mitoses típicas. Para uma mitose atípica, clique.

 
COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico de Masson.  Esta coloração destaca fibras colágenas em azul, demonstrando que as áreas róseas perivasculares vistas em HE eram constituídas por tecido conjuntivo.  Abaixo, exemplos das relações entre células tumorais (em vermelho) e estroma (em azul). 

Reticulina. A impregnação argêntica para reticulina demonstra o estroma conjuntivo-vascular do tumor e suas relações com as células neoplásicas.  Aqui notamos os colarinhos perivasculares já demonstrados em HE e em tricrômico de Masson.   Entre as células neoplásicas geralmente não havia fibras reticulínicas, o que é consistente com a natureza epitelial do tumor. 
Em áreas, observavam-se traves conjuntivas delimitando lóbulos celulares. Ainda em outras, abundantes fibras reticulínicas em arranjo paralelo sugeriam reação desmoplásica ou área de infiltração meníngea. 
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Para mais imagens deste caso: RM IH
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Textos  complementares: 
Tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET) 
Tumores neuroendócrinos e neuroectodérmicos 
Tumores de pequenas células redondas
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Metástases cerebrais na graduação:
neuropatologia, neuroimagem.
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Sobre metástases cerebrais
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