Linfoma de Hodgkin clássico em vértebras torácicas e tecidos paravertebrais, envolvendo a raíz T9 E. 
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Biópsia realizada nos tecidos moles paravertebrais à E, que atingiu também a raíz e gânglio sensitivo ao nível T9. 
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Aspecto geral.  .
O material  consistia de tecido fibroso com infiltrado inflamatório polimórfico, contendo granulócitos neutrófilos, numerosos eosinófilos, linfócitos, plasmócitos e macrófagos.  Entre essas células inespecíficas foram observadas células atípicas, com núcleo volumoso e nucléolo proeminente, por vezes binucleadas, que, por imunohistoquímica, mostraram tratar-se de células de Sternberg-Reed, diagnósticas da doença de Hodgkin. 
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A celularidade era variável, com áreas mais ricamente celulares alternando-se com áreas paucicelulares e escleróticas. 
No infiltrado inespecífico, as células mais facilmente visíveis eram os eosinófilos, com seu núcleo bilobado e citoplasma rico em grânulos.  Os plasmócitos se destacavam por seu núcleo excêntrico e citoplasma fortemente basófilo. 
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As células diagnósticas ou de Reed-Sternberg eram só ocasionalmente binucleadas, com o clássico aspecto em olho de coruja. Mesmo quando mononucleadas, apresentavam núcleo volumoso em relação às células inflamatórias, e nucléolo proeminente, eosinófilo e geralmente único. O citoplasma era pouco corado, e não raro de limites imprecisos. 
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Mitose. Só uma figura de mitose foi documentada no espécime. 
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Raíz posterior e gânglio sensitivo.  Um gânglio  de raíz posterior, com seus característicos neurônios sensitivos unipolares e células satélites, estava incluído no espécime. Nem o gânglio nem a raíz mostravam infiltração neoplásica. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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CD30.  Marcação das células de Reed-Sternberg em padrão citoplasmático e de membrana.
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CD15. Células de Reed Sternberg.  As células RS só mostraram um pequeno foco de positividade citoplasmática paranuclear (padrão dot), que corresponde ao complexo de Golgi. A marcação pode ser como neste caso, ou ter padrão membrana ou padrão citoplasmático difuso.  Até cerca de 30% dos linfomas de Hodgkin podem ser negativos para CD15. (Kadin ME  in  Dabbs DJ, Diagnostic Immunohistochemistry, Churchill Livingstone, NY, 2002, p. 140). 
CD15. Neste caso, também marcou granulócitos, um resultado habitual. 
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CD20. Positivo em pequenos linfócitos de linhagem B. 
CD20. Nas células de Reed-Sternberg não houve marcação ou marcaram-se os nucléolos (reação considerada fortuita, sem maior significado). 
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CD3. Positivo em pequenos linfócitos de linhagem T, mais numerosos que os de linhagem B.  Células RS negativas. 
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ALK1. Usado para linfoma anaplásico de grandes células, aqui negativo. 
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Conclusão. Linfoma  de Hodgkin clássico, estadio IV, recidivado em coluna vertebral e tecidos paravertebrais, com acometimento de raízes nervosas. Obs. Em se tratando de lesão metastática e extranodal, não é classificada segundo os tipos histológicos da doença de Hodgkin (celularidade mista, esclerose nodular, etc). 

Agradecimentos ao Dr. Leandro Luiz Lopes de Freitas, médico contratado do Depto. de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, especializado em Hemopatologia, e ao Prof. Dr. José Vassallo, professor titular do mesmo Departamento, por valioso auxílio na condução deste caso. 

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Envolvimento  ósseo  pela  Doença de Hodgkin 

Incidência.   Só 1–3% dos pacientes com doença de Hodgkin têm tumor ósseo detectável radiologicamente, mas esta proporção aumenta em biópsias de medula óssea. 

Quando o paciente com doença de Hodgkin apresenta lesões ósseas, quase sempre já há doença extraesquelética. A maioria dos pacientes com lesões ósseas estão em estágios avançados (IIIB ou IV).  É excepcional, e até discutível, se há doença de Hodgkin primária de osso.  A distribuição por idade e sexo dos pacientes com lesões ósseas são os mesmos dos com doença nodal. 

Localização.  Doença de Hodgkin tem preferência pelos ossos do tronco, com envolvimento preferencial das vértebras torácicas inferiores e lombares. Linfonodos, especialmente os paraaórticos, estão acometidos quase sem exceção.  Os ossos da pelve vêm em seguida. No esqueleto apendicular,  há preferência pelas partes proximais dos ossos tubulares, como fêmur e úmero. 

Radiologia.  As lesões ósseas são tipicamente múltiplas, e podem ser líticas ou blásticas. É comum a esclerose de corpos vertebrais, dando ‘aspecto em marfim’. As lesões em ossos tubulares tendem a ser mais líticas, com aspecto ‘comido de traça’. 

Microscopia. O diagnóstico de doença de Hodgkin deve ser levantado quando uma biópsia mostra infiltrado celular misto com raras células atípicas. Estas se marcam para CD30, CD15 ou ambos, e são negativas para CD45 (LCA ou antígeno leucocitário comum).
 

Refs.

Dorfman HD, Czerniak B.  Bone Tumors.  Mosby, St. Louis, 1998. p.679. 

Inwards CY, Unni KK: Bone tumors.  in Mills SE et al (eds): Sternberg’s Diagnostic Surgical Pathology. 4th Ed. Lippincott, Williams & Wilkins, 2004.  pp 270-2. 
 

Para linfoma não Hodgkin com envolvimento ósseo, clique

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Caso do Serviço de Neurocirurgia da Santa Casa de Limeira, SP (Chefe Prof. Dr. Antonio Augusto Roth-Vargas), gentilmente contribuído pelos Drs. Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e Hoyama da Costa Pereira. 
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Para TC e RM deste caso, clique  »
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