Ganglioglioma com componente glial pilocítico. 
2. GFAP, VIM
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Masc., 55 a. Clique para ressonância magnética, esfregaço, parafina HE e imunohistoquímica : marcadores gliais, neuronais e outros.  
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Destaques  da  imunohistoquímica. 
GFAP.  Positivo em células de aspecto astrocitário.  VIM. Idem.  MAP2. Positivo em células com aspecto de neurônios e em células aberrantes e multinucleadas
Cromogranina.  Positiva em poucas células com morfologia neuronal NeuN. Positivo em raras células compatíveis com neurônios participantes do tumor  NF.  Positivo em axônios, negativo em células do tumor (com raras exceções). 
Nestina.  Positividade variável em células sem aparente relação com linhagem CD34.  Vasos finos e tortuosos, sem proliferação endotelial Ki-67. Positivo em < 1% dos núcleos, todos aparentemente de astrócitos.
Para destaques do esfregaço e parafina - HE, clique.
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GFAP. 
Aspecto geral. 

Imunohistoquímica para esta proteína própria de astrócitos revelou positividade na maioria das células, confirmando-as como de linhagem glial.  Células negativas, inclusive várias muito aberrantes e multinucleadas, não são astrocitárias, e devem pertencer à linhagem neuronal, em vista dos resultados com os antígenos daqueles. Vasos foram negativos (como esperado). 

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Células GFAP-positivas (presumivelmente de linhagem astrocitária).  Mostravam grande variação morfológica, incluindo células de aspecto gemistocítico (citoplasma amplo e núcleo periférico).  O citoplasma era, não raro, finamente vacuolado, lembrando o aspecto xantomatoso do xantoastrocitoma pleomórfico.
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Células com nucléolo proeminente.   Ao contrário do esperado, diversas células GFAP positivas apresentavam nucléolo proeminente, uma feição mais própria de neurônios que de astrócitos.
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Células alongadas ou bipolares.  Lembravam mais astrócitos pilocíticos. 
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GFAP.  Áreas pilocíticas.   Em áreas francamente pilocíticas havia forte positividade difusa associada aos finos prolongamentos citoplasmáticos dos astrócitos. Estes se dispunham em paralelo ou se entrelaçavam em densa trama. Como o citoplasma era escasso, a delimitação dos corpos celulares era difícil. As fibras de Rosenthal se destacavam em tom escuro. 
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GFAP.  Fibras de Rosenthal. 
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Mitose. 

A única figura de mitose encontrada em todo o espécime ocorreu numa célula GFAP positiva (portanto, astrócito). 

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Células GFAP-negativas (presumivelmente de linhagem neuronal).   O tom azulado do citoplasma contrasta com a marcação para GFAP nos prolongamentos celulares em volta. Várias destas células negativas apresentavam intensas aberrações nucleares e multinucleação. Sua positividade para antígenos neuronais foi de certa forma inesperada.  Apesar das atipias, o Ki-67 do tumor era baixo, corroborando a impressão geral de um glioma de baixo grau (grau I da OMS). Além disso, os poucos núcleos positivos não pertenciam às células mais pleomórficas e sim a pequenos astrócitos pilocíticos. 
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GFAP.  Vasos.   Como esperado, são negativos, e o tom azul pálido destes demonstra a especificidade da marcação em volta (ausência de reação de fundo).  É de interesse que vários vasos são circundados só parcialmente por prolongamentos astrocitários, que se marcam para GFAP. Há vários segmentos desnudos, sem astrócitos em volta. Como é bem conhecido que a barreira hemoencefálica é induzida nas células endoteliais pelos astrócitos, é possível que a ausência deles esteja relacionada à ausência de barreira e conseqüente impregnação por contraste, vista em ressonância magnética
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VIM. 

Os resultados para vimentina basicamente superpuseram-se aos com GFAP, acima. Houve marcação de uma população de células com fenótipo astrocitário.  Células multinucleadas e atípicas não se marcaram, e corresponderiam às que dão positividade para marcadores neuronais (MAP2, cromogranina, ver página seguinte). O endotélio dos vasos é positivo para VIM (negativo para GFAP). Também marcou para nestina

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VIM. Células positivas (prováveis astrócitos).

A marcação citoplasmática nítida, respeitando o núcleo, delineia células com prolongamentos com morfologia muito variável. Algumas são mononucleadas, outras polinucleadas e podem ter citoplasma abundante, dando padrão gemistocítico. Parecem coincidir com as marcadas por GFAP acima, que foram interpretadas como astrócitos. Astrócitos, principalmente patológicos, expressam vimentina. Para certeza absoluta seria necessária dupla marcação. De qualquer modo, ilustram o amplo polimorfismo de que são capazes as células tumorais, mesmo em se tratando de uma neoplasia benigna (OMS grau I). 

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VIM. Áreas  pilocíticas.   Os prolongamentos dos astrócitos pilocíticos são positivos para vimentina, dispondo-se em longos feixes paralelos. Algumas células são claramente individualizáveis como astrócitos pilocíticos pelo caráter bipolar, com os prolongamentos emergindo dos polos da célula. 
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VIM. Fibras de Rosenthal.  São vistas como massas aparentemente intersticiais, livres no tecido entre os astrócitos, pilocíticos ou não. São totalmente negativas para vimentina, tomando o azul pálido da hematoxilina, corante de fundo. Algumas revelam fina orla positiva, denunciando sua posição intracelular, pois fibras de Rosenthal são depósitos da proteína alfa-B cristalina no citoplasma dos astrócitos pilocíticos. 
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VIM. Células negativas (prováveis neurônios).

Estas células são totalmente negativas, destacando-se pelo tom azul contra os prolongamentos astrocitários marcados. Muitas são multinucleadas, com nucléolos proeminentes. Como células semelhantes foram também GFAP negativas e positivas para MAP2, interpretâmo-las como de linhagem neuronal. Pela HE somente seria impossível fazer tal suposição, pois a morfologia aberrante, até grotesca, desvia-se do aspecto habitual de neurônios normais em qualquer localização. 

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VIM. Vasos.

Os pequenos vasos do tumor são irregulares, tortuosos, com parede conjuntiva espessa e lembram os observados em astrocitomas pilocíticos. Contudo, não há proliferação endotelial como nos gliomas malignos, em que ocorre empilhamento das células endoteliais e obstrução da luz.  As células endoteliais forram a luz e são demonstradas pela positividade citoplasmática para vimentina. Alguns capilares mostram-se ocluídos por trombos. 

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Todas preparações imunohistoquímicas deste caso pela técnica Ana Cláudia Sparapani Piaza, Laboratório de Imunohistoquímica, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. 
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Para mais imagens deste caso:
RM. Esfregaço, parafina - HE. IH - MAP2, cromogranina, NeuN, NF IH - nestina, CD34, Ki67
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Sobre  gangliogliomas : textos  (1) (2) Características de imagem Outros casos :  Neuroimagem e neuropatologia
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