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Fem. 7 m 3 d O interesse deste caso foi sua definição como tumor teratóide / rabdóide atípico (ATRT) pela reação imunohistoquímica para o produto do gene INI-1, cuja negatividade nas células tumorais é condição sine qua non e suficiente para o diagnóstico da entidade (ver texto). Vale notar que o aspecto em HE não lembrava um ATRT pela completa ausência de células rabdóides, encontradas em outro exemplo, e em um tumor rabdóide maligno do rim com metástase cerebral. Na literatura é reconhecido que embora o encontro de células rabdóides seja muito freqüente, não é indispensável para o diagnóstico, sendo este confirmado ou descartado pela reação para INI-1. A suspeita de que se tratasse de um ATRT surgiu pela tenra idade da paciente (7 meses), e pela expressão de antígenos de diferentes linhagens celulares (glial, neuronal, epitelial, mesenquimal). Para mais sobre tumores com deficiência de INI-1 ou SMARCB-1, ver textos (1) (2). |
Clique para TC, RM, HE, IH - GFAP, VIM, EMA, AE1AE3, 1A4, SNF, NF, INI-1, CD34, Ki67, texto |
Espécime cirúrgico. Tecido neoplásico branco amarelado, com áreas avermelhadas, muito hidratado e amolecido. A área documentada parece corresponder a face interior de um cisto. Foto macro por gentileza do Sr. Irineu Mantovanelli Neto, macroscopista do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. |
Aspecto geral. Neoplasia indiferenciada que associa áreas altamente celulares lembrando um tumor neuroectodérmico primitivo, e outras menos celulares e de textura mais frouxa, semelhantes a um astrocitoma ou oligodendroglioma de baixo grau. Em certas regiões observavam-se nódulos claros reminiscentes da arquitetura dos meduloblastomas desmoplásicos. As áreas mais e menos densas alternam-se irregularmente nos vários fragmentos examinados. Há proliferação vascular focal com formação de pseudoglomérulos, trombose e áreas de necrose coagulativa. Em nenhum local, ou com nenhuma reação imunohistoquímica, foram observadas células rabdóides, ao contrário de outro exemplo de ATRT ou de um tumor rabdóide maligno do rim com metástase cerebral. |
Áreas densamente celulares. Lembram um tumor neuroectodérmico primitivo (PNET). Figuras de apoptose são encontradiças. | |
Áreas mais frouxas lembrando um glioma de baixo grau. Estas podiam assemelhar-se a um astrocitoma fibrilar ou protoplasmático, ou a um oligodendroglioma. | |
Trombose, necrose, proliferação endotelial. Como encontradas em gliomas de alto grau histológico. | |
Mitoses. Na maioria, típicas. | |
Tumor teratóide
/ rabdóide atípico.
Genética. Gene SMARCB1 = INI1 (integrase inactivator -1), BAF47 (BRM ou BRG1 associated factors subunit of 47 kDa). Subunidade central de um complexo remodelador de cromatina dependente de ATPase composto de várias subunidades. Tem feições de um gene supressor tumoral, com papel chave na ativação ou repressão de transcrição gênica através de remodelação de cromatina. Está localizado no cromossomo 22q11.23 e é expressado universalmente em todas células nucleadas de mamíferos. Perda da expressão reflete inativação bialélica através de mutações ou deleções que podem ocorrer sem ou com mutação de linhagem germinativa predisponente. Diagnóstico histológico. Demonstração por imunohistoquímica da ausência de reação para INI-1 é fundamental para o diagnóstico. Controle interno está sempre presente na forma de células do sangue, inflamatórias ou endoteliais. A maioria dos tumores rabdóides, seja do rim ou o ATRT, mostram imunoperfil polifenotípico com expressão de marcadores neurais, epiteliais e mesenquimais. Quase todos expressam vimentina, a maioria expressa EMA e citoqueratinas de amplo espectro de pesos moleculares. Há expressão variável de NSE, SNF, GFAP e actina de músculo liso (1A4). Desmina e CD34 só raramente são expressadas. Cerca de metade dão positividade padrão membrana para CD99, levantando a dificuldade diagnóstica com sarcoma de Ewing. Outros tumores com perda de INI-1 além do ATRT. São tumores de crianças muito jovens, e na maioria seguem curso rápido ao êxito letal. Morfologicamente, a maioria, mas não todos, contêm uma população de células ‘rabdóides’.
Tumores rabdóides do SNC.
Referência principal. Pawel BR. SMARCB1-deficient Tumors of Childhood: A Practical Guide. Pediatr Dev Pathol. 2018 Jan-Feb;21(1):6-28. Primeira
descrição de tumores rabdóides em 1978.
Primeiro
estudo ultraestrutural dos tumores rabdóides do rim.
Caracterização
dos tumores teratóides/rabdóides atípicos do sistema
nervoso central.
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Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. Preparações histopatológicas e imunohistoquímicas pelos membros do Laboratório de Patologia do Centro Boldrini - Aparecido Paulo de Moraes, Irineu Mantovanelli Neto e Adriana Worschech. |
Para mais imagens deste caso: | TC, RM | HE, texto | IH : GFAP, VIM, EMA , AE1AE3, 1A4 | IH : SNF, NF, INI-1, CD34, Ki67 |
Casos de neuroimagem, neuropatologia |
Tumor teratóide/rabdóide atípico, textos (1) (2) |
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