Meningioma  de  baínha do nervo óptico. 
1 - Macro, HE
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Fem. 43 a.  Perda progressiva da visão do olho D há 7 anos. Atualmente amaurótica deste olho e com proptose importante.  RM – Lesão expansiva intraorbitária, retroocular D, isointensa  em T1, com captação homogênea de contraste, envolvendo o N. óptico.  Cirurgia.  Lesão endurecida, amarelada, aderida ao nervo óptico, sangrante.

Nesta página, macroscopia, HE
Em outras páginas, tricrômico de Masson, reticulina, e 
imunohistoquímica  para EMA, GFAP, S-100, VIM, NF, CD34, RP e Ki67
Ver também outro caso de meningioma de baínha de nervo óptico com RM, para ilustrar. 

Espécime. Nódulo de tecido branco-amarelado, com lóbulos de tecido adiposo, com cerca de 2 cm de diâmetro, consistência firme. Ao corte observou-se, na região central do espécime, o nervo óptico, com sua baínha de dura-máter, circundado totalmente por tecido de aspecto neoplásico, branco e firme, que se mesclava na periferia ao tecido adiposo orbitário. 

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Lâminas escaneadas. Permitem visualizar as relações entre o nervo óptico e sua baínha de dura-máter, suas leptomeninges, e o meningioma originado na aracnóide do nervo óptico. Lembrar que o nervo óptico não é um nervo periférico, e sim um trato do sistema nervoso central, e como tal, é circundado pelos mesmos envoltórios que o restante do SNC - a dura-máter, a aracnóide e a pia-máter.  Os meningiomas originam-se dos fibroblastos modificados da aracnóide.  No caso, o tumor cresce no espaço subdural (entre a dura e a aracnóide), invade a dura (= baínha do N. óptico), e expande-se amplamente em volta do nervo, substituindo o tecido adiposo orbitário. Este ainda é notado na periferia da massa neoplásica. Há nervos periféricos englobados pelo tumor, mas não se observam músculos no espécime. 
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Quadro comparativo das lâminas escaneadas. O tricrômico de Masson diferencia o colágeno em azul, destacando a baínha do nervo óptico. O meningioma é positivo para vimentina (VIM) e antígeno epitelial de membrana (EMA). O nervo óptico dá positivo para vimentina mas não para EMA, e reage fortemente para GFAP e S-100, enquanto o tumor é totalmente negativo para ambos.  Assim as imagens com GFAP e S-100 são um negativo da imagem com EMA. 

MICROSCOPIA  -  HE
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Principais  achados.    Este meningioma meningotelial clássico originou-se das células da aracnóide que recobre o nervo óptico. O tumor infiltrou a baínha de dura-máter que recobre o nervo e expandiu-se em volta dele, preenchendo os espaços da órbita normalmente ocupados por tecido adiposo.  Houve compressão do nervo óptico com degeneração de parte de seus axônios, levando a amaurose. A lesão do nervo, que é, na realidade, um trato do sistema nervoso central,  é notada em HE por gliose, com astrócitos gemistocíticos. 
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Mais imagens. Nos quadros abaixo veja mais sobre:  tumor no espaço subdural; aspectos histológicos do meningioma; infiltração da dura-máter; aracnóide e pia-máter do N. óptico; N. óptico e gliose; infiltração da gordura orbitária
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Tumor no espaço subdural do N. óptico.  Este é o local onde o tumor presumivelmente se originou, já que vem dos fibroblastos da aracnóide, que ficam na superfície interna deste espaço. Contudo, há pouco tumor aí. O tumor infiltrou a dura-máter, ganhando os espaços periféricos ao nervo. 
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Meningioma meningotelial. Este exemplar exibe as feições histológicas clássicas dos meningiomas meningoteliais.  Chamam a atenção, em particular, as dobras da membrana nuclear, que aparecem freqüentemente como uma fenda longitudinal no núcleo, dando-lhe aspecto em grão de café. 
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Infiltração da baínha de dura-máter do N. óptico.  A dura-máter intracraniana prolonga-se envolvendo o N. óptico até sua penetração no globo ocular, onde a dura se funde com a esclera.  Aqui, o tumor infiltrou extensamente a dura, como faz freqüentemente quando situado no interior do crânio. 
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Pia-aracnóide do N. óptico.  Também chamadas conjuntamente de leptomeninges, aqui estão na maior parte fundidas, não se notando facilmente um espaço subaracnóideo. A camada mais superficial é formada pelas células pavimentosas da aracnóide, que originam os meningiomas. Estas células são caracteristicamente positivas para EMA
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Nervo óptico e gliose.  Apesar da compressão tumoral, o N. óptico preserva muito de sua estrutura peculiar. É característico o padrão de vascularização, com pequenos vasos recortando incompletamente o nervo em feixes, o lhe dá aspecto em ladrilhos em corte transversal. Os vasos são circundados por uma baínha conjuntiva rica em fibras colágenas, o que exclusivo do nervo óptico, não sendo visto em outras áreas do SNC. Também difere marcadamente da estrutura de nervos periféricos.
As traves coradas em róseo mais forte correspondem aos vasos. No tecido nervoso entre elas há células da glia (astrócitos, oligodendrócitos) e axônios. Os astrócitos têm núcleos maiores e citoplasma róseo visível porque são hipertróficos, isto é reacionais à lesão provocada pelo tumor. Marcam-se por GFAP.  Os oligodendrócitos têm núcleo menor e mais escuro, com halo claro em volta. Os axônios aparecem como pequenos pontos róseos e marcam-se bem para neurofilamento (NF).
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Infiltração da gordura orbitária.  O tecido adiposo da órbita é infiltrado e em grande parte substituído pelo meningioma. Notar que esta tendência do meningioma de infiltrar tecidos moles vizinhos não caracteriza malignidade. Para meningiomas atípicos e malignos e seus critérios diagnósticos, clique
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Caso do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima e Paulo Roland Kaleff.
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Para  mais  imagens : 
RM (de outro caso) Colorações especiais IH

 
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